* Victor Nogueira
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A malta e cenas do Arcada I
Olho à minha volta e vejo malta conhecida: além, o Morte que me acena, como o Calisto, que há muito não via. O namorado da Gabriela discute acaloradamente e o senhor D. Alexandre de Lencastre (4) conversa com dois amigos (sê lo ão ?), que falam também com a cabeça e as mãos. Aqui, à minha esquerda, está o velhote pequenitates que anda à Charlot; costuma pôr uma flor no copo de água que normalmente acompanha a bica, fala em verso - os dois últimos primam quase sempre pela falta de rima e métrica - e oferece moedas da sua colecção às personalidades importantes que passam por Évora e às caras bonitas. Fala com toda a gente e não sei se falará com alguém.
Quando regressei de Luanda reparou que eu tinha rapado a barba ... largos meses depois do acto solene que me tornou irreconhecível ao espelho, provocando me, durante alguns dias, ataques de hilariedade frente àquela face rejuvenescida e francamente risonha, sem o sorriso voltaireano que dizem ser o meu - irónico e trocista - de que muitas vezes me apercebo mas não contenho, mesmo nos momentos mais solenes e sérios, de gravidade de circunstância. (...) O ar está [agora] pesado; olho à minha volta e há clareiras na humanidade que me cercava. (NSF - 1971.01.31)
Estou no café, no "velho", barulhento e de ar viciado que é o Arcada. Deixei os jornais em cima de uma mesa, para marcar o lugar, enquanto ia à tabacaria comprar uma folha de papel. (...) Ao regressar encontrei um moço a folheá los muito descontraidamente. Devia ser dos Regentes Agrícolas. Que ficou algo atrapalhado e balbuciou pensando serem do café. Que não acabou de lê los, apesar da minha cordialidade. Enquanto escrevo vou bebendo o galão e comendo a sanduíche de fiambre, acto quotidiano das 17 horas. Na sala meio cheia umas pessoas conversam, outras lêm os jornais da tarde, alguns estudam, uns olham simplesmente para coisa nenhuma, embrenhados sabe se lá em que pensamentos. Reconheço alguns, poucos, companheiros indiferentes, quase móveis da casa. Dos outros, é de assinalar o seu mau gosto no vestir, fatos escuros, a boina ou o chapéu de abas viradas para os olhos. Conversam com a cabeça apoiada na mão, uns sorridentes, outros de rosto grave, testas enrugadas. Por vezes recostam se para trás nas cadeiras, outras juntam as cabeças, convergindo para o centro da mesa, quais conspiradores. Olho à minha volta e o café está [continua] meio cheio. O João Luís chegou e começou a ler o jornal. Daqui a pouco chegarão o Camilo e o Carlos, que virão do exame. Domingo Évora será um deserto, estupidificante. Eis que assomam à porta do café o Chico Garcia e o Manel. Ficaram se pelo balcão da pastelaria. Entretanto entra também o Álvaro Lapa, que é pintor, e corresponde cordialmente ao meu largo aceno. Entretanto o João Luís protesta porque não consegue ler o jornal; a mesa está desengonçada e tremeliques. (MCG - 1972.03.18)
O café é um mar de gente barulhentamente conversadora. As ventoinhas giram mas nem por isso o ar está mais fresco. Évora civiliza se: conto cerca de dezoito elementos do sexo feminino aqui no Arcada (minha pátria em terras alentejanas). O mundo caminha para a perdição, diriam os "moralistas" de porta para fora ! (MCG - 1972.07.24)
O Arcada é um mar de gente em burburinho, uns lendo, outros comendo, outros escrevendo ou preenchendo sonhos de Totobola, outros conversando com a língua e os dentes e os lábios e as mãos quando não com o corpo inteiro. Do outro lado, além à minha esquerda, um homem está sentado tirando dum saco de plástico algo cujo conteúdo lhe enche as mãos: talvez moedas. Insólito, a seus pés, uma enorme e brilhante bacia de cobre amarelado. O homem levanta se - tem uma pasta de cabedal quase do seu tamanho - pega na bacia e encaminha se para a porta, por onde entra e sai muita gente, com ar lento e vagaroso de quem nada tem para fazer. Lembro me de há quatro anos - ou mesmo há dois - e há muito mais mulheres e raparigas - algumas bem giras por estas mesas. Évora "civiliza se". Só a minha hospedeira continua com as suas concepções retrógradas de outros tempos e outras eras, que continuam [no fundo] a ser as de Évora. À minha direita dois velhotes conversam: um deles conta qualquer episódio relacionado com a sua estadia na Grande Guerra de 14/18. Olho à minha volta e o café está mais vazio; não encontro o Camilo, que pela segunda vez passou há pouco além no corredor central. Deve estar em dia não. Mais velhotes sentam se ao lado da minha, iniciando amena cavaqueira. Agora reparo que esta é a mesa deles. Adeus, estudo. Um deles diz que os gajos da situação são os que mais maldizem o Marcelo [Caetano] e os que mais o homenageiam. (MCG - 1972.09.28)
(...) Num ápice o Arcada enche se. Terminaram as condecorações, os toques de clarim e o desfilar das forças em parada. Já ontem se notavam muitos forasteiros que de longes terras vieram até ao povoado. Aqui à minha direita, muito ternos, uma moça conversa com o namorado e deixa entrever um grande pedaço da pele das costas, entre as calças e a blusa. Questões de posição! à esquerda, um marinheiro com familiares (?) exibe a sua condecoração de fresca data. Além o senhor Jaime abre e fecha os braços, como asas, enquanto vai dando lustro aos sapatos de um cliente. Passam empregados com as bandejas cheias de chávenas, copos e comes. O casalinho de namorados bebe chá com torradas. O mesmo que um casal já caminhando para a meia idade aqui à esquerda, na mesa ao lado. Ele já acabou de ler o "Diário de Notícias" (fraco gosto) e ela dá lhe uma torradinha. (...) O marinheiro levanta se e parte. Afinal a bengala não é dele mas do amigo que o acompanha. O senhor Tenente e o senhor Coronel cumprimentam se, batem a pala e apertam as mãos, enquanto as respectivas esposas se beijam. Na carequinha do senhor Coronel o vinco na pele assinala a presença do boné, agora sobre a cadeira. Entram pessoas de luto e há cumprimentos de mesa a mesa. Precisava duma câmara de filmar. Sobre a minha mesa, "O Século" (sabe) que dentro de dias será descerrada em Luanda uma estátua ao Marcelo [Caetano]. Para além d'O Século a lapiseira, um livro ("A Sociedade de Consumo") e o porta moedas (agora é incómodo trazê lo no bolso). (...) ( MCG - 1973.06.10)
Levanto os olhos e vejo muitos magalas, na sua farda verde oliva. Andam também pelas ruas, aos grupos, espalhafatosos, como quem já tem o seu grão na asa. "Cheira me" que haverá dentro em breve mais um contingente para a guerra em África. Alguns escrevem, curvados sobre o papel, a caneta firme na mão, como quem não está habituado a frequentes escrituras. Parecem rapazes muito novinhos; uns conversam, irrequietamente, outros têm um ar absorto, ausente.
O barulho invade me e cansa me. Há pouco, dei de repente com um silêncio gradual, profundo. Levantei os olhos do papel e era um magote de gente à volta duma mesa, em pé. Um silêncio em crescendo, gradual. Gente levantando se, esticando o pescoço. Continuo a escrever. Alguém se deve ter sentido mal, mas o meu curso de primeiros socorros já tem oito anos. Um homem sai do meio do magote, os seus lábios mexem se e leio "Desculpe me" a mão passada pela testa como quem tem suores ou tonturas. Sai pela porta giratória (há pouco atrás de mim) e perde se na noite das arcadas. (MCG - 1973.11.26)
É segunda-feira em Évora. O Arcada vozento e cheio. Circundo o olhar e não reconheço a maior parte das pessoas, que falam com grandes movimentos das mãos e do corpo - alguns - ou lêm o jornal: "A Bola" ou "O Século". Está um dia luminoso e soalheiro, este ano sem desfiles militares. Jovens esquerdistas cá do burgo pretendiam organizar um comício anti-colonialista mas parece me que ficou tudo em águas de bacalhau (MCG - 1974.06.10)
Instantâneo do pessoal da pensão de Évora e da malta do Arcada.
Podia falar te da tristeza sem sentido desta vida que levo. Da necessidade de agarrar o presente com ambas as mãos. Do nenhum entusiasmo ao avistar anteontem à noite as luzes de Évora. A viagem [de regresso da Amareleja] foi rápida, com minutos de silêncio, outros de conversa animada e outros de busca desesperada de palavras, no negrume da noite, com a estrada deslizando sob nós, o rádio transmitindo música e as pontes aparecendo bruscamente na curva da estrada, dois parapeitos brancos, esguios, varridos pelos faróis do automóvel. Chegados ao burgo, deixada a Marília e [outro] em casa, foi a busca dum lugar para estacionar.
As aulas recomeçaram, mas ... quero ir me embora. É quase uma obsessão. Évora e o Instituto não são apenas o negativo. Mas é ele que sobressai. Obsessivamente. O Diogo e eu temos falado. Como dantes. Quanto à Adélia ... tenho de dar lhe a desculpa dos seus quinze anos! Quanto à D. Vitória tem me recebido com um sorriso bom. (14) O sorriso que não tenho à minha volta nem dentro de mim. O Orlando tem feito grandes estádios no meu quarto. Por causa da máquina de escrever. O Camilo lá anda, com a verborreia do costume, um enorme trabalho de fim de curso (três caloiros a trabalharem para ele). O Carlos [Nunes da Ponte] com a pacatez habitual. O Guerreiro com os seus problemas, intolerável porque só descobre defeitos e motivos de críticas a mim. Sou a válvula de escape dele. Muito lhe deve aturar a Elvira! (MCG - 1973.11.20)
Descobri hoje que a Eglantina tem olhos verdes. Encontrei a ali na Rua Nova, quando ia ao correio. Apanhámos uma frialdade por causa do paleio. Falou-me nas "desventuras" da nossa amiga [Adélia] e na desculpa que merecem os seus 15 anos. O que não impede que os "ares" andem maus. (MCG - 1973.11.27)
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A malta do Arcada III
No Arcada o João [Garcia], a Filomena, o Camilo, o Zé Pinto, o Ribeiro, o "Chinês" e o irmão cantavam em coro desde as cantiguinhas da primária ("Ó Rosa, arredonda a saia", "Tia Anica de Loulé"...) às excursionistas ("Santa Catarina", "Rapsódia Portuguesa" ...) passando por cânticos gregorianos e pelos coros alentejanos e canções da Beira Baixa. Enfim, uma grande audição, no café cheio e entretido com outros assuntos. (15) (MCG - 1974.02.11)
A malta do Arcada IV
Passei pelo café onde encontrei o João Luís, a Filomena, o Marçal. Fiquei contente por vê los mas já não é como antigamente. É como um fósforo que logo se apaga (...) A Filomena manda cumprimentos e isso faz me lembrar que o mesmo fizeram o Manuel Gonçalves (cada vez mais louco) e a mulher do Queiroga (reaccionária em questões de namoros)
Évora é uma cidade estúpida. 6 meses de ausência (e se calhar a saturação de 6 anos) fazem me ressaltar toda esta falta de dinamismo, de interesse, de imaginação. É um encolher de ombros, um arrastar se pelos cafés, um encostar se pelas paredes, um nada ter que fazer ou para onde ir. Uma perfeita estagnação. (MCG - 1974.11.27)
1 - As miúdas chamavam-lhe Ti Vita.
2 - A D. Vitória, em contrapartida, dizia que primeiro tinha que se provar que se merecia a amizade.
3 - Não sendo o Jorge afecto à situação, provocávamo-lo perguntando o que faria se o mandassem carregar contra os estudantes do Instituto e seus colegas caso houvesse agitação estudantil. Respondia que daria a volta a Évora pelos caminhos mais compridos. Perante a nossa insistência - Então, e se ainda não tivéssemos dispersado quando chegasses à frente da cavalaria? Outro motivo de conversa eram as sessões musicais no meu quarto, onde passava montes de malta, da casa da D. Vitória ou do Instituto, para ouvir a minha discoteca. O Jorge aparecia sempre empertigado, com um lote de discos dele debaixo do braço, para ouvir. Quando se retirava, retirava-se com eles debaixo do braço, insensível aos nossos comentários. Lá deixá-los, isso é que não!
4 - O senhor D. Alexandre de Lencastre era entre nós conhecido pelo BIDON, porque a família o baptizara como D. Alexandre de Lencastre, conveniente para o devido tratamento numa república. Mas assim sendo, ele ficou a ser o Senhor D. D. Alexandre de Lencastre! Se a história verdadeira é esta, não sei, mas lá que era o que corria, disso não tenho dúvidas.
5 - A Lídia, a quem se dirigia esta carta, era uma das nossas companhias num tempo em que as meninas sérias não andavam com os rapazes nem iam ao café. Por isso tinha má fama perante as boas consciências eborenses. Depois empregou-se nos correios e entretanto nunca mais soube dela.
6 - O senhor Marquês era um velhote, empregado bancário, que por problemas familiares que não recordo teve de ir para Aveiro. Na tertúlia da casa da D. Vitória era um pacato conversador, delicado, mas pouco sorridente, parceiro nas partidas de cartas. Fisicamente fazia lembrar o David Niven, embora sem bigodinho. Passado algum tempo soubemos que se suicidara.
7 - Desde sempre e por princípio os rapazes, cada um com seu quarto e pagando mais por isso, e as pessoas empregadas e mais velhas comiam na sala, que dava para a cozinha, onde comiam as alunas do Magistério, que compartilhavam o(s) respectivo(s) quartos, pagando individualmente menos de pensão. Na cozinha comiam também a hospedeira e família.
8 - Nunca nenhum dos rapazes fechara a porta do respectivo quarto á chave!
9 - O esquentador a gás encontrava se dentro da casa de banho, cuja janela dava para um telhado sem vistas indiscretas. Contudo, ao contrário dos rapazes, as raparigas cerravam sempre a janela, o que era perigoso quando os banhos se sucediam uns aos outros sem que se arejasse o aposento. De modo que algumas vezes lá havia uma miúda com princípio de intoxicação por monóxido de carbono. À Vicência deu lhe forte e feio. Alertado pela barulheira no quarto ao lado da casa de banho e do meu, lá fui, encontrando a D. Vitória muito aflita tentando desatar o cordel que cerrava o postigo, para poder abrir a porta por dentro. Lá fui buscar uma tesoura ou canivete, cortei o cordel, abriu se a porta e, oh! céus, estava a Vicência inconsciente no lajedo e como Deus a pusera ao mundo. Mandei que chamassem uma ambulância e entretanto fiz-lhe a respiração boca a boca. Entretanto chegara a ambulância e a D. Vitória, escandalizada com a nudez, queria à viva força que se levantasse a mulher, ainda inconsciente, para vestir-lhe um roupão, antes de metê-la na maca. Irritado, disse à D. Vitória que aquilo era o menos importante, pois com tanta delonga ainda a rapariga morria. Oh! Deus, o que fui eu dizer! A Vicência levanta-se num repente, descendo as escadas completamente nua, a caminho da ambulância pelo seu pé e bramando: Não quero morrer! Não quero morrer!
10 - Hóspedes da casa.
11 - As porcarias a que a D. Vitória se referia eram um poster com um casalinho sentado junto a um muro e beijando-se, com o título O amor é um pássaro azul no alto da madrugada. Outro era uma inocente fotografia a preto e branco dum dorso feminino, das nádegas ao pescoço. Um terceiro era uma fotografia retirada duma revista (Paris Match?), salvo erro relativa ao Maio de 68 e mostrando jovens de ambos os sexos sentado no chão dum modo descomposto. Enfim ... Não sei se também incluiria duas fotos coloridas, uma expressiva do rosto da Liz Taylor chorando, do filme Quem tem medo de Virgínia Wolf e outra relativa à guerra do Vietname, com uma mãe chorando com o filho morto ao colo, talvez um guerrilheiro vietcong!
12 - Não percebo nem me lembro da razão desta minha secura, que hoje me incomoda ao lê-la.
13 - O Aristides era um açoriano "perdido" no Continente. Ex-seminarista, como muitos nos cursos de Sociologia do ISESE, fizera a guerra colonial. Era um revoltado, sempre contra a situação, mas tinha uma bonita voz a cantar. Não aceitava as imperfeições dos outros e sempre ia dizendo que nem sempre estava com o nosso grupo, mas como não se podia incompatibilizar com todos, então nós éramos os menos maus. Nunca mais soube dele, salvo numa notícia de jornal, post 25 de Abril, sobre uma manifestação do PRP-BR (Partido Revolucionário do Proletariado - Brigadas Revolucionárias), lá no Norte, onde aparecia o seu nome.
14 - A nossa relação mútua sempre foi algo distante, talvez por não sermos muito expansivos. Mas a verdade é que a D. Vitória me aturou algumas madurezas e creio que me estimava. Sempre foram seis anos de convivência. Visitei-a algumas vezes quando ia a Évora depois de sair de lá e telefonei-lhe algumas outras, ficando contente por não esquecê-la. Morreu em 1998 e desse facto soube acidentalmente pela Noémia, que me vai dando notícias dos nossos conhecimentos comuns em Évora. A D. Vitória era solteirona, tal como os irmãos que com ela viviam: o sr. Prates e, posteriormente, a D. Joana. Na pensão ficavam sucessivamente os sobrinhos que do Cano vinham para Évora estudar, como o Manuel, a Ermelinda e o Orlando.
15 - Bem, por vezes dávamos outros espectáculos no café, quando a noite ia adiantada, cujo programa era imitarmos vozes de animais, ao desafio!Publicada por Victor Nogueira em Segunda-feira, Dezembro 03, 2007 no blog Ao (es)correr da pena e do olhar
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Retratos (27) - Dia de S, Porco
Hoje, em Évoraburgomedieval é terça feira e, para além dos turistas habituais, a Praça do Giraldo e o Café Arcada encontram se cheios de forasteiros, solidamente especados, indiferentes a quem passa e ao estorvo provocado. É dia de S.Porco, i.e, dia de mercado, em que os homens vêm à cidade para o negócio do gado, enfiados nos seus fatos escuros, de mau corte, botas enlameadas e chapéu na cabeça. Detesto a sua falta de maneiras, embora por vezes seja uma distracção observar as suas atitudes. O mais interessante neles é o modo como se escarrancham nas cadeiras, à mesa do café, solidamente instalados, o chapéu na cabeça atirado para trás. (MAF - 1971.10.09)
.Évora é uma terça-mercado numa praça.numa praça em terça-mercado um café.de um café em praça numa terça-mercado..................................de agrários cinzentos...................................como cepos sem vida. (POE - (1)
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Amanhã é 3ª feira, o meu dia negro, pois a cidade - e o café - enchem-se de alentejanos corpulentos, solidamente parados no meio do caminho, de chapéu na cabeça e fatos escuros, como se nada mais existisse no mundo senão as suas irritantes pessoas ! (NID - 1973 ?)
______1 - Do poema «Natureza Morta«, escrito em Évora
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Publicada por Victor Nogueira em Quarta-feira, Novembro 21, 2007 no blog Ao (es)correr da pena e do olhar
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)