sábado, 29 de setembro de 2018

Rio, canto e choro


foto e texto victor nogueira - Nas margens do Tio Tejo


Rio canto e choro
e todos os dias respiro o ar que me rodeia
………………………com a limitação dos grandes sonhos
………………………imaginações feitas de nada
Sustenho os gestos e as palavras
ou deixo que elas nasçam
…………….rodeados de mil cautelas
…………….sem o desassombro da aventura e do risco plenos
Resguardo os gestos e
lanço as palavras ao vento
para que um novo dia surja
…………….no horizonte
mas na orla das ondas vem a ressaca
de estar aqui
de olhos secos
silencioso
como a esfinge no deserto
Rasgo o peito e as palavras
e nem uma gota de sangue cai
…………….………….… dentro de mim
Abro o riso e as mãos
Enquanto as aves passam de longe e
…….……….os rios correm
…………….………….silenciosamente
…………….………….para o mar
As vozes dos marinheiros passam no horizonte
enquanto sonho e luto e te procuro
mergulhado na multidão que está e permanece
…………….……para além de mim.


Setúbal 1989.06.25
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)