Hoje, rio seco das palavras que em mim estão vazias, pleno pelas tuas, deixo-te Eugénio de Andrade na orla do meu sentir e nas asas do meu desejo
Havia
uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.
Martelava no escuro.
Martelava
no chão da água.
uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.
Martelava no escuro.
Martelava
no chão da água.
Do fundo do tempo,
martelava.
contra o muro.
martelava.
contra o muro.
Uma palavra.
No escuro.
Que me chamava.
No escuro.
Que me chamava.
Publicada por Victor Nogueira à(s) segunda-feira, Novembro 12, 2012
Tudo passa, tudo esquece, tudo é triturado pela voragem do Tempo
.
Tudo passa, tudo esquece, tudo é triturado pela voragem do Tempo
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Apenas eu fico, estéril, como se não houvesse passado nem futuro e tudo fosse um eterno Presente. Ah! esta memória perene dos caminhos que percorri, das pedras que pisei, das cores que vislumbrei, das pessoas que «conheci» ! Grande é o deserto, coalhado de cinzas o olhar, incerto o andar sem andor [nem ardor] !
Publicada por Victor Nogueira à(s) sábado, Maio 15, 2010
Foto Victor Nogueira - cerca de 1986 - Setúbal - Museu do Trabalho Michel Giacometti (na antiga Fábrica Conserveira Periennes)
[rectificação - a foto refere-se a uma dum conjunto de exposições organizadas pela Câmara Municipal de Setúbal com peças que viriam a integrar o futuro Museu do Trabalho, inaugurado apenas anos depois]
O Museu contém parte do espólio recolhido pelo etnógrafo que lhe dá o nome, para além de reproduzir uma fábrica de conservas de peixe, de que a cidade foi um importante centro fabril até ao 25 de Abril, com as operárias trabalhando apenas qd o peixe era descarregado no porto, com salários de miséria e sem regalias. Baseadas essencialmente no trabalho manual e não mecanizado, opressivo e repressivo, a maioria faliu a seguir ao 25 de Abril. Na foto representação do homem que ia pelas ruas dos bairros de lata avisando que as operárias deveriam apresentar-se no local de trabalho, fosse dia ou fosse madrugada.
O espólio do Museu recolhe também alfaias agrícolas e instrumentos de ofícios tradicionais e uma loja tradicional, proveniente de Lisboa. A sua reserva tem o espólio duma chapelaria tradicional da cidade, entretanto encerrada.
Na foto a foto dum troço da rua Camilo Castelo Branco que ia desembocar no Bairro das Fontainhas e a uma das docas. Nesta rua existiam várias fábricas, todas demolidas excepto uma, em abandono.
Algumas poucas fábricas foram reconvertidas, sobretudo para armazéns, na zona oriental da cidade.
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)