terça-feira, 12 de novembro de 2019

pingos do mindelo -18.19 p'ra não dizer que não falei das flores

* Victor Nogueira

Comecemos pois não pelas do quintalejo, vistas e revistas que o tempo não estará para florescências, mas recuando até aos tempos do senhor D. Dinis e as suas "flores do verde pino".


"La Batalla" & Pedro Caldeira Cabral - "Ai flores do verde pino" do disco "Cantigas D'Amigo" (1984)

__ Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
    Ai Deus, e u é?

__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
    Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
    Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
    Ai Deus, e u é?

__ Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é san'vivo.
    Ai Deus, e u é?

Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e sano.
    Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é san'vivo
e seera vosc'ant'o prazo saído.
    Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é viv' e sano
e seera vosc'ant'o prazo passado
    Ai Deus, e u é?

~~~~~~~~~~

Mas continuando, umas centúria depois, Geraldo Vandré também falou de flores, aqui na voz de Zé Ramalho:


vídeo Guilherme Junqueira
Zé Ramalho - "P'ra Não Dizer Que Nao Falei Das Flores", de Geraldo Vandré (1968)

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantado e seguindo a canção
Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Chuva e frio,, frio e chuva, chuva e frio, frio e chuva, de vez em quando com uns raios de sol.

SEM ABRIGO. mULHER ABANDNA RECÉM NAScido
parlamento chega livre iniciativa liberal
fascismo em marcha
américa latina
amália




Sem comentários:

Enviar um comentário

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)