* Victor Nogueira
Desde os meus tempos de exílio em évoraburgomedieval houve cinco poetas que por razões diversas foram a minha companhia: alberto caeiro, álvaro de campos, manuel alegre, eugénio de andrade e antónio reis. Caeiro o panteísta sereno e bucólico, Campos, o do frenesim citadino, Alegre, o do combate e da resistência e luta, Andrade, da escrita límpida, cintilante, e do amor que se não alcançou ou perdeu, e Reis, o citadino da vida quotidiana, numa escrita ascética e depurada. Aqui ficam ...
quatro poemas de antónio reis
Chamaste António
e eu não senti
não tem som
o nome
se outra voz ouvi
Que tenho
Estou longe
e estou perto de ti.
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Ah
um
som
qualquer
na toalha branca
no vinho na água
na colher.
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163.
Sei
ao chegar a casa
qual de nós
voltou primeiro do emprego
Tu
se o ar é fresco
eu
se deixo de respirar
subitamente
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27
Conheço
entre todas
a jarra que enfeitaste
têm o jeito
com que compões o cabelo
as flores
que tocaste
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)