sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

António Gervásio

* Victor Nogueira




Amanhã há uma reunião ou comício ali na Quinta das Glicínias, na Estrada para Arraiolos, organizado pelo Movimento Democrático de Évora. Hoje desde o Cemitério até à Praça do Giraldo, uma grande multidão - milhares de pessoas aguardaram [em Évora]  - durante mais de hora e meia pela chegada do cortejo automóvel que acompanhava os presos políticos libertados- uns 3 ou quatro, um dos quais há 12 anos ! (1) São 20h30m  está frio e começa a chuviscar. Resolvo ir a casa buscar o guarda-chuva e acabo por ir jantar uma merda dum bife nos “Manuéis”.  Quando regresso à Praça [do Giraldo] já tudo havia terminado; apenas na placa central da Praça do Giraldo um grande magote de pessoas estão comprando "A Capital". São autênticas corridas aos jornais, avidamente disputados, como os dos últimos dias. Toda a gente anda de jornal debaixo do braço ou lê-o à mesa do café ou especado na rua. Até, oh! surpresa, raparigas! (Muitas mulheres têm tanta pena do Marcelo [Caetano], coitadinho, tão simpático, tão amigo do povo!) SAFA! (MCG – 1974.04.27/28)  

(1) Dois deles eram o António Gervásio e o Dinis Miranda, que depois fiquei a conhecer das movimentações em torno do processo da Reforma Agrária

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)