quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O mundo do silêncio

* Victor  Nogueira

Um dos filmes que me encantou na minha meninice, exibido talvez pelo cineclube Infantil de Luanda ou nas matinées do Cine-Teatro-Bar Dancing Tropical, um documentário de Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle (1956)


Alexandrina Silva Cousteau, encantou toda a minha geração, quando em criança, salvo erro ai domingo, era a hora das aventuras. Tambem nunca hei-de esquecer Rodrigues de La Fuente um aventureiro que fez tanto e tão bom pela Natureza, e acabou por morrer em serviço.que pena.!!!!!!!!!!!!!!

«Le Monde du silence é um filme-documentário francês de 1956 dirigido e escrito por Jacques-Yves Cousteau, James Dugan e Louis Malle. Venceu o Oscar de melhor documentário de longa-metragem na edição de 1957.

Cousteau consquistou a Palma de Ouro de 1956, com o filme O mundo silencioso, rodado no Mar Mediterrâneo e Vermelho. Mas o próprio Cousteau confessou que, em seus primeiros filmes, não tinha nenhum tipo de preocupação ecológica. No total, foram quatro longas-metragens e setenta documentários para a televisão.» (Wikipedia)


Alexandre O'Neill - Sigamos o cherne

(Depois de ver o filme O Mundo do Silêncio de Jacques-Yves Cousteau)

Sigamos o cherne, minha amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...

Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...

Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...



Alexandre O'Neill, in Jorge de Sena, Líricas Portuguesas, vol. I, Edições 70, 1983

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)