quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Há muito que as andorinhas desapareceram



* Victor Nogueira

foto victor nogueira - Há muito que as andorinhas desapareceram de Setúbal e aqui na Lanchoa as gaivotas, em voos rápidos, planados ou batendo as asas, vão expulsando os pombos, que por vezes pousavam nos parapeitos das minhas varandas, imóveis ou andando com a cabeça a dar-a-dar. Este é um deles, mas não o pombo correio que uma vez e durante a noite, cansado, se abrigou na minha cozinha. partindo mal alvoreceu. EM TEMPO - há os defensores do lince da Malcata, dos lobos, de águias-imperiais ... para que se não extingam, devido à crescente urbanização e "humanização" dos territórios por essa espécie altamente predadora que é o homo sapiens. Mas, quem se lembra das andorinhas, cantadas pelos poetas, e do seu chilrear, anunciando ciclicamente a chegada da Primavera, e dos seus ninhos, nos beirais dos edifícios, onde nidificavam? Quem se lembra dos asinininos, esses humildes e pacientes animais domesticados, durante séculos ou mesmo milénios, escravizados e maltratados pelo Homem, puxando arados ou carroças, atrelados às noras para puxarem a água dos poços, ajoujados de carga ou transportando no seu dorso desde crianças a obesos frades?

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)