sábado, 12 de fevereiro de 2022

A cor das palavras (re)colhidas em Fevereiro

 

  • Victor Nogueira

 

  • Há palavras e palavras, há emoções e sensações. Há a riqueza e a pobreza: a riqueza das tuas palavras e a pobreza das minhas palavras gastas. Seria uma eterna repetição dizer o quanto me encanta o que escreves, o quanto me encantam os sentimentos que nelas espelhas e reflectes
  • Não há palavras, apenas o frisson das sensações e o desassossego dos sentidos
  • vou lendo e saboreando e, navegando, gostando 
  • no silêncio das palavras silabadas
  •  escrever é, quase sempre, dar à luz, ao par(t)ir
  • as minhas palavas esgotam-se face à delicadeza das tuas partilhas
  •  entre eros e afrodite, as palavras e o silêncio dos sonhos
  • um homem na cidade, só, com seu pensar ?
  •  e um deus feito-homem, mesmo mal-amado, criou a mulher e com ela, renasceu
  • no fogo das tuas palavras, na aparente serenidade que esconde o turbilhão, as minhas empalidecem
  • em poucas palavras, quase sincopadas, um mundo
  • gostei de ler esta leve história
  • para lá do véu, para lá do mar-oceano, da estrela polar ao cruzeiro do sul, pela estrada de santiago 
  • No côncavo das tuas mãos e no silêncio das palavras, o sabor na concha da sabedoria
  •  comovem-me estes teus textos, reflexo e caleidoscópio teus, de ti, 
  •  Bela história para espantar os dias cinzentos e de tempestade, uivante, como o de hoje
  • Faltam-me as palavras com que lavras, ficam as sensações e as emoções 
  • uma composição feérica mas delicada, cheia de alegria e movimento, como se fosse uma interpretação musical
  • suave e delicada imagem, como sempre
  • pois ... eu poderia escrever o ponto de vista do homem independente e não marialva, mas me abstenho de entrar em guerra de sexos
  • digo apenas que ... gostei, e neste sabem todas as palavras
  • Esta foto tem o sabor dos anos 50 do século passado, dos anúncios da Life, de Hobby e da Popular Mechanics que o meu pai em Luanda comprava
  • Um quadro suave para os dias agrestes que pretendem sejam os nossos, os da crescente maioria em labirinto.

 

 

1.

o sorriso

suave

e

leve

 

muito leve

enigma

 

2.

sorrio

no fio

do rio

 

e

 

canto

 

3. 

pétala a pétala te vejo e desfolho

gota a gota te ouço e dedilho

letra a letra em ti me reflicto

onda a onda mergulho e me perco

 

e

 

é de pedra o sorriso

que embranquece

é de cinza o andar

que enfraquece

é de gelo a boca

que não aquece

é de sal e areia o olhar

que ensandece

 

 

4.

página a página te desfolhas

pétala a pétala te recrias

gota a gota d'alegrias

dia e noite em teu olhar

 

 

5.

Na concha do teu nome que alinhavo,

um rio de sons,

suave lucerna

bailando.

 

Paço de Arcos 2014.02.12


Esta foto tem o sabor dos anos 50 do século passado, dos anúncios da Life, de Hobby e da Popular Mechanics que o meu pai em Luanda comprava.

2021 02 12

Isabel Dias Alçada Belo, beijos amigo

12/2 às 12:35 · Não gosto · 3

Maria João De Sousa Obrigada, Victor Nogueira! Belas palavras!
12/2 às 12:49 · Não gosto · 2

Maria Jorgete Teixeira Um caleidoscópio de momentos e sentires de vários intervenientes, me perece...Muito bom 12/2 às 13:49 · Não gosto · 1 Victor Nogueira acertoooooooooooooooooooouuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu menina Maria Jorgete Teixeira 12/2 às 13:57 · Gosto · 2 Graca Maria Antunes Palavras dispersa, verso sentidos aparentemente ao acaso, mas não são... 12/2 às 13:58 · Não gosto · 1 Maria Jorgete Teixeira Às vezes acerto... 12/2 às 14:03 · Não gosto · 1 Fatima Mourão muito bonito! 12/2 às 15:26 · Não gosto · 1 Leonor Xavier É bom saborear estas palavras. Obrigada! 12/2 às 15:49 · Não gosto · 1 Margarida Piloto Garcia Aqui está um belo "Cadavre-Exquis". 12/2 às 16:11 · Não gosto · 1 Deolinda Figueiredo Mesquita Muito bom. Obrigada 12/2 às 16:30 · Não gosto · 1 Judite Faquinha Maravilhoso texto Victor, eu adoro, escritos que definem sentimentos, mas numa poesia doce e suave que nos encanta, em quanto lemos. Adorei obrigada amigo, está lindo,beijokinhas<3 span=""> 12/2 às 16:45 · Não gosto · 1 Judite Faquinha 12/2 às 16:45 · Não gosto · 1 Elsa Vicente Maravilhoso texto, como todos...obrigada... 12/2 às 18:31 · Não gosto · 1 Luisa Neves Excelente. Abraço. 12/2 às 19:32 · Não gosto · 1 Maria Célia Correia Coelho "Seria uma eterna repetição dizer o quanto me encanta o que escreves, o quanto me encantam os sentimentos que nelas espelhas e reflectes" 12/2 às 20:15 · Não gosto · 1 Belaminda Silva Lindíssimo texto, gostei muito! Obrigada amigo querido pela partilha e sempre carinho;) Beijinho 12/2 às 23:00 · Não gosto · 1 Thatalyscal Scaldelai 13/2 às 2:35 · Não gosto · 1 Vitor Durão · 4 amigos em comum "a pobreza das minhas palavras gastas" denota um cansaço sobre um amor que me recordou um texto que publiquei no meu fb e que aqui apresento resumido: “Quando, abri a caixa, vi-a intocável acompanhada de algo que me pareceu “o amor” como que uma névoa que a orlava e a individualizava e não a deixava sujar-se na história amarrotada que a acompanhava. (...) mas aquela auréola que me parecia ser o sinal do amor, desvaneceu-se, como se evaporou. (...) Há um gostar, uma amizade talvez, mas o amor arrebatador homem/mulher já lá não está. O tempo roubou-me este amor – existe o tempo, afinal.” As palavras gastas podem ser sinónimo de um amor gasto pelo tempo. 16/2 às 18:44 · Editado · Não gosto · 1

https://www.facebook.com/notes/10219934007405938/

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)