* Victor Nogueira
Nunca apreciei o Carnaval que era tema de redações do estilo O Carnaval, A Primavera ou "Que queres ser quando fores grande" Não me recordo de alguma vez ter-me mascarado, quanto muito apenas uma caraça. Nas redacções lá vinha a inevitável referência "a carne à vala", da folia que antecedia a quaresma das cinzas até à 6ª Feira Santa - em que se não podia ouvir música, antes meditar na Paixão e Morte de Cristo, Nosso Senhor que ressuscitaria em grande no Domingo de Páscoa, aquele em que pelo menos uma vez no ano se devia comungar.
Mas retornando ao Carnaval, sempre me causou uma certa perplexidade que em Portugal, sociedade machista de pegas, toiros, engates e mulheres submissas ao estilo faduncho do "Não Venhas Tarde", de Carlos Ramos, homens pretensamente másculos se disfarçassem de mulher. Do que recordo do Carnaval são as criancinhas mascaradas e das brincadeiras estúpidas e de mau-gosto, como atirar farinha, ovos ou urina para cima dos transeuntes. Farinha que em Luanda tb se lançava na rua ou para dentro dos automóveis, obrigando-nos a fechar os vidros e trancar as portas Em Luanda havia tb corsos carnavalescos indígenas, animados e multicolores, que foram proibidos após o início da guerra colonial em 1961.
Não me lembro de haver corsos carnavalescos em Portugal antes do 25 de Abril como hoje existem, uma caricata e tola imitação do Brasil, onde nesta altura está sol e faz calor - como em Luanda, enquanto que em Portugal está frio e muitas vezes chove, obrigando as "corsantes" quase despidas a tiritarem e baterem os dentes.
E "prontus", amanhã tiro as máscaras e volto às fotos de perfil habituais. LOL
O poema que se segue foi escrito em Sousel e não em Évora.
Boa foto, querido
Obrigada Victor pela partilha!!! Bela foto.
Bela foto
amigo!
Apesar de não ser apreciadora da época carnavalesca, sempre
te digo que nos anos 60, o Carnaval do Estoril era muito badalado e tinha
carros bem mais produzidos do que alguns que agora desfilam. As vedetas
convidadas eram quase sempre actrizes francesas ou italianas.
Lisboa anos 60, Carnaval do Estoril _1964
Foto muito boa. Não da época do carnaval
Olá, Ana
Albuquerque Um Carnaval aos pulinhos, esse de 1964, como os filmes
mudos Bjos
Olá amigo. Eu também nunca fui fã do Carnaval. Recordo, na
juventude, os meus bailes de garagem com os amigos do MEU GRUPO. ( sempre vivi
muito em grupo...). Fazíamos uns disparates banais, dançávamos e nada que não
fizéssemos em outras circunstâncias. Dos tempo de África nem memórias tenho do
Carnaval. Depois...sorte porque as minhas filhas também nunca foram fãs.
Portanto, o Carnaval era uma oportunidade de sair de Lisboa e passar esses dias
fora. O fotógrafo não está mal. Obrigada pela partilha. Ah, este Carnaval foi
igual aos outros, apenas um encontro de família, conversa e conversa...
Clara
Roque Esteves e Ana
Albuquerque Pesquisando na net nada encontrei - nem fotos nem
filmes sobre o carnaval em Luanda antes da independência. Devo ter por aí fotos
do Turismo de Angola da altura, mas não dá para procurar agora. Encontrei
apenas este curto filme sobre o Carnaval na Ilha de Moçambique, nos anos 60 do
passado milénio
Ah! Tb encontrei filmes sobre o Carnaval de Ovar, da mesma
época.
Amigo, por acaso visitei a Ilha de Moçambique nos anos
sessenta, fora da época carnavalesca. Honestamente não registei memórias de
Carnaval em África e vim de Moçambique entre os 17 e os 18 anos, como já te
disse. Frequentava desde os 15 discotecas ou bailes de garagem. Por cá, o mesmo
programa. O Carnaval foi sempre pretexto para férias. Obrigada pelo video, vou
abri-lo agora. Beijinho.
Esta treta não me deixou abrir o video...
Na minha infância e juventude, Carnaval era a véspera da
Quaresma, que aí vinham 40 dias de silêncio, orações e terços, jejuns às
sextas, e carne quase nenhuma durante esses 40 dias. E pronto. Carnaval era o
dia em que se podia exagerar em tudo, carne, vinho (para os adultos, claro),
chegando mesmo a cometer o pecado da gula com prazer redobrado, pensando nas
carências que aí vinham. Apenas assisti uma vez a um desfile fora de Portugal.
Nem música se podia ouvir durante a Quaresma, imaginem!
Clara Roque Esteves Manuela Silva, em Coimbra estive alojada num lar de freiras. Mas já estava na faculdade e elas não tinham hipótese de nos controlar... Vitor Victor Nogueira, já consegui ver o video da Ilha de Moçambique. Uma delícia enquanto recordação. Carnaval "à branco"...rásparta!
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)