* Victor Nogueira
3 de março de 2013
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Que caminho se fecha e que caminho se abre para os trabalhadores e para os cidadãos em Portugal e em todo o mundo, inseridos na mesma luta, a luta pelo derrube do capitalismo e por uma sociedade socialista que não se confunde com a do "súcialismo" em liberdade, a liberdade dos grandes grupos económico-financeiros e dos seus capatazes, homens e mulheres de mão?
Tem havido desde sempre manifestações em Setúbal, embora nos últimos anos não tão participadas como esta, a de 2 de Março. Não havia clareiras, quase não havia "manifestantes" nos passeios a ver passar a manifestação, não havia acenos nem sorrisos entre uns e outros, não vi a polícia a filmar ostensivamente os manifestantes.
Era uma massa compacta a que desfilava, sem palavras de ordem, sem "panos" de passeio a passeio, bem ou mal desenhados. Apenas alguns cartazes de cartão escritos à mão, empunhados por alguns manifestantes. Na massa compacta não sobressaiam os jovens, contrariamente ao que observei noutras manifes. Algumas, poucas, bandeiras nacionais (símbolo do nacionalismo contra o internacionalismo), um aglomerado de bandeiras negras (símbolo da fome ou dos anarquistas), nenhuma vermelha (símbolo da revolução)
Era uma massa compacta a que desfilava, silenciosa, sem a alegria de outras jornadas de luta, em Setúbal e não só! Sem a alegria dentre Abril e Maio de 1974, quando parecia que o futuro estava ali, ao virar da esquina, ao alcance da nossa mão e no sorriso duma criança ?
Futuro traído desde logo por Mário Soares e Sá Carneiro, passando por Freitas do Amaral. Futuro traído pelos dirigentes do ps-ppd/psd-cds/pp e por quem se deixa enlear pelos seus cantos divisionistas.
Era uma massa compacta a que desfilava, transmitindo força mas algo intimidante e assustadora pela sua uniformidade e silêncio ! Que rumo tomarão estes manifestantes ? Que forças e futuro libertarão ?
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)