* Victor Nogueira
2013 03 17 - António Borges defendeu nesta quinta-feira que “o ideal era que os salários descessem como aconteceu noutros países como solução imediata para resolver o problema do desemprego".
2014 03 07 Até ao início da Guerra Colonial, em 1961, não havia Estudos Universitários em Angola ou nas restantes Colónias depois denominadas "Províncias Ultramarinas", após o termo da 2ª Guerra Mundial. O 3º ciclo do Liceu era o nível máximo para quem não tivesse possibilidades de prosseguir estudos no estrangeiro, designadamente em Portugal.
Quando entrei para o Liceu em 1956 ainda havia alguns poucos alunos finalistas que usavam capa e fatiota como a da Universidade de Coimbra, mas essa prática acabou por ser abandonada.
Quem terminava o Liceu ou prossegia estudos em Portugal, se pudesse, ou "arrumava-se" normalmente num emprego no Estado, uma vez que não tinha qualqer formação profissional.
A malta do Liceu naqueles anos 50 considerava-se da "elite", tanto que havia um dito para os rapazes que não frequentavam o "Salvador Correia", se acompanhavam na rua uma miúda gira: "Larga o osso que não é teu, é da malta do Liceu"
O Salvador Correia foi o 1º Liceu criado em Angola, em 22 de Fevereiro de 1919. As aulas iniciaram-se em 15 de Setembro desse mesmo ano, embora o actual edifício só fosse inaugurado em 5 de Julho de 1942.. (in http://www.salvadorcorreia.com/estudante/200306origens.html)
No tempo em que lá andei era masculino no 1º e 2º ciclos (curso geral) e misto no 3º (cursos secundários), com aulas mistas mas segregação nos intervalos. Um rapaz que fosse apanhado no andar onde ficavam confinadas as raparigas durante o intervalo era normalmente punido com 1 dia de suspensão das aulas. Ao contrário do que sucedia em Portugal, essa segregação sexual restringia-se ao Liceu, sendo mais liberal e aberto o convívio fora deste e das aulas.
Havia três momentos rituais. Um era a semana de recepção aos caloiros, com o corte da coroa e os carolos, salvo se houvesse protecção dum "veterano", i.e., dum aluno do 3º ciclo ou finalista (já não me recordo bem). Creio que o corte da coroa já não existia no tempo em que frequentei o 3º ciclo. No meu 1º ano não escapei à carecada mas livrei-me das caroladas por ter sido "protegido" por um "veterano".
A outra eram as Festas dos Finalistas
Também havia as "arruaças" defronte ao Liceu, no final do ano lectivo. Num desses anos interveio a polícia e não poucos alunos foram presos. Um deles - o Rui - dizia que era o filho do Governador Geral de Angola (salvo erro o Sá Viana Rebelo) - e era de facto - mas recebia de comentário da polícia "E eu sou o Presidente da República." Mas a verdade é que passado pouco tempo foram todos libertos, sem mais consequências.
2015 03 07 Em Angola as férias grandes eram nos mesmos meses que em Portugal. Lá, coincidiam com a estação fria - o cacimbo - daí os casacos de malha. Natralmente o frio nada tinha a ver com o que vinhamos encontrar no inverno, qd lá - nesses meses - era um calor infernal.
luanda liceu salvador correia - 1964~65 - 6º ano turma B (alínea G) 1965.06.08
1ª fila - Abranches, Jacques Pena, Monteiro Torres (micro-torres)
2ª fila - Paula Coelho, Rogério Pampulha, Carlos Aguiar, Fátima Rocha, Isabel de Almeida, Artur Reis, Isaura, Carlos Lourenço, Teresa Melo, Victor Nogueira
2016 03 07 foto de família - os meus avós paternos (Alzira e José Luís), o meu bisavô José e os meus tios paternos Líza e José João, com o Citroen "arrastadeira"
2016 03 07 Foto MNS - em Luanda, à sombra de imbondeiros - essas árvores maciças, atarracadas, esquálidas, cujos frutos me faziam lembrar enormes ratazanas penduradas pela cauda nos ramos descarnados Á direita será o Espinheira Rio ou o César, colegas do meu pai, o primeiro meu amigo de infância e jogatinas de cartas Seguem-se a minha mãe e o escriba, sempre sorridentes, e de calções brancos o meu irmão caçula, o Zé Luís. Passar a usar cinto e calças em vez de suspensórios e calções marcava a passagem da infância para a adolescência.
Em tempo - o referido é o César.
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)