* Victor Nogueira
«Vivem no passado. Ou são ucranianos ou são russos. Se se consideram russos, vão para a Rússia, ou aceitam ser ucranianos.»
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E dou por mim a pensar:
Mas na Ucrânia a maioria da população fala indistintamente russo e ucraniano. Nasceram na Ucrânia, são ucranianos. Mas o Governo de Kiev resolveu proibir o ensino da língua russa. Parte do actual território da Ucrânia já esteve integrado no Império Russo e na União Soviética.
Por exemplo, em Espanha há os castelhanos, os bascos (divididos entre Espanha e França), os catalães. Ou na Bélgica, com os flamengos e valões. Ou na Suiça (Confederação Helvética), com o alemão, o francês, o italiano e o romanche
Assim, em vez de mandarem os ucranianos russófonos para a Rússia, porque não foram cumpridos os acordos de Minsk, que admitiam que o Donbass fosse uma região autónoma, como em Portugal, mal comparado, são os Açores e a Madeira?
Era isso o que as populações do Leste da Ucrânia pretendiam.
Em Portugal há duas línguas oficiais, o português e o mirandês, embora outros, como os barranquenhos, queiram igual estatuto, embora os falantes sejam esmagadoramente minoritários.
Segundo a Wikipedia e de acordo com o censo de 2001, «os ucranianos étnicos representam cerca de 78% da população, enquanto os russos são a maior minoria, com cerca de 17,3% da população. Pequenas populações minoritárias incluem: bielorrussos (0,6%), moldavos (0,5%), tártaros da Crimeia (0,5%), búlgaros (0,4%), húngaros (0,3%), romenos (0,3%), poloneses (0,3%), judeus (0,3%), arménios (0,2%), gregos (0,2%) e tártaros (0,2%).
O russo, que era a língua de facto oficial da União Soviética, é amplamente falado, especialmente no Oriente e no Sul. De acordo com o recenseamento de 2001, 67,5% da população declarou o ucraniano como língua nativa e 29,6% declararam o russo. A maioria dos ucranianos nativos usa o russo como segunda língua.»
2022 05 05 - "Aquilo de que se não fala não existe" e "a verdade é só uma, Rádio Moscovo não fala verdade", dizia outrora Salazar e dizem agora os Comissários Europeus na Voz da América, sem que lhes cresça desmesuradamente o nariz ou caiam os dentes em catadupa. (Victor Nogueira)
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«É a guerra, dir-se-á. E é verdade. A guerra tudo absorve e arrasta, sobretudo a verdade e a vida. Mas nesse caso dispensem-nos os grandiloquentes e empolgados discursos, em nome de grandes princípios - como a verdade e a liberdade. Porque do que se trata, na verdade, é da preparação para a guerra dos "desinformados" europeus. Eles não sabem ainda, mas serão chamados a combater ou a ser vítimas, mais tarde ou mais cedo, da guerra.
Aconselha-se, pois, que, no seu próximo discurso, Von der Leyen vá fardada. E que os cidadãos europeus percam esta sensação de impotência, de estarem inconscientemente a ser conduzidos para qualquer coisa pior, e se mobilizem para impor negociações entre os beligerantes e a paz entre os povos.(João Ramos de Almeida)
«Falando em deixar em paz: ontem ouvi, pela primeira vez na vida, o primeiro-ministro do meu país ser perguntado sobre a ilegalização do meu partido. 47 anos depois do 25 de Abril, é colocada a hipótese (ao chefe do governo) sobre a possibilidade de ilegalizar o partido que em Portugal mais lutou e mais luta pela liberdade, pelos trabalhadores, pela educação, pela habitação, pela saúde, pela cultura, pela paz. Não vos assusta?»
Mas se o 1º Ministro foi assertivo não admitindo a ilegalização do PCP e verberando a "caça ás bruxas" que em Portugal campeia, num serôdio "macarthismo", o Presidente da República acha que estas manifestações anticomunistas são apenas expressão de opiniões.
“Felizmente, Portugal é um país livre e há lugar para todas as opiniões. Nós podemos concordar muito ou concordar pouco, há lugar para todas as opiniões, não compete ao Presidente da República estar a entrar nos debates concretos que ocorrem na sociedade portuguesa”
Repare-se na subtileza: o problema não é discordar, pois a questão para Marcelo de Sousa é entre "concordar muito ou concordar pouco".
Surge uma dúvida: foi este professor doutor Marcelo de Sousa que no que lhe convém se pronuncia sobre tudo e sobre nada, foi este Marcelo de Sousa que jurou defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, que pôs fim á Constituição fascista de 1933?
2022 05 05 - Venturas, aventuras e desventuras dum doutor da mula russa
2019 05 05 - SÍNTESE DO MOMENTO POLÍTICO E DO ENTREMEZ PS(d)CDS
Em silêncio
vestem-me de silêncio
do nascer
ao morrer
sem viver.
Em silêncio
noitedia
e
não ria nem sorria
pur(g)o e duro
2.
Em silêncio
vestem-me de silêncio
do nascer ao morrer
sem viver.
Em silêncio
noitedia
e
não ria nem sorria
2012.05.05 Setúbal
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)