* Victor Nogueira
No dia de Natal [de 1957] fui ver o filme "No
Mar das Caraíbas", [de] que gostei muito. (1959.01.21 -Diário II)
Circo - Sous le Grand Chapiteau du Monde (The Greatest Show on Earth),de Cecil B. DeMille (1952), com o Circo Barnum & Bailey, um dos melhores filmes que foram produzidos.
Outros filmes - "Dick Turpin, le Bandit Gentil homme" (The Lady and the Bandit, de Ralph Murphy (1951), "Tu Seras un Homme, mon Fils" (The Eddy Duchin Story), de George Sidney (1956), com Tironne Power, "Les Grandes Familles" (Les grandes familles), de Denys de La Patellière (1958), com Jean Gabin, (mostrando que a riqueza não traz a felicidade), "Jordan, le Revolté" (Lucky Jordan), de Frank Tuttle (1949) (filme de gangsters, no Vox), "Ulisse", de Mario Camerini e Mario Bava (1954), baseado na Odisseia, de Homero, "Magie Vert", de Gian Gaspare Napolitano (1953) (vêm-se as paisagens do Perú, Bolívia e Brasil)
O filme [em Nova Lisboa] era bOm. Era "O
Triunfo de Miguel Strogoff" (Le triomphe de Miguel Strogoff), de Viktor Tourjansky (1961), baseado no livro de Júlio Verne. O filme
não tem nada que lhe dê semelhança com o livro, pois o enredo é totalmente
diferente. (MNS - 1962.09.11)
Fui ao cinema [em Monte Real] ver "O Diabo à 4
horas" (The Devil at 4 O 'Clock), de Mervyn LeRoy (1961), com Frank Sinatra e Spencer Tracy e "Que Rico Par
de Meias" uma comédia bastante "chalada", com a
Marujita Diaz. (1963.08.27/31 - Diário III)
Vi na TV o filme "A Vida de Reuter" (A Dispatch from Reuter's),de William Dieterle (1940), com Edward G. Robinson, que era bom, biografando Paul Julius Reuter (1963.08.27/31 - Diário III)7
Na 7ª Arte vi "A Nobreza Corre nas Veias", (Velvet National), de Clarence Brown (1944), com Mickey Rooney, Elizabeth Taylor e Donald Crisp. A Liz Taylor tinha nessa
altura 12 anos (1944). Gostei imenso do filme que, principalmente no fim, era
emocionante. (1963.09.15/18 - Diário III)
A TV apresentará o filme "A Família Minniver", de William Wyler (1942), com Greer Garson, Walter Pidgeon (intérprete de "Mme. Curie") e Teresa Wright. O filme era bom e valeu um ÓSCAR a William Willer (realizador) e a Teresa Wright (actriz secundária). O argumento e a música eram agradáveis. (1963.10.15/16 - Diário IV)
À tarde fui ao "Carlos Alberto" ver "Uma Parisiense" (Une parisienne). de Michel Boisrond (1957) e "O Salário do Diabo" (Man in the shadow), de Jack Arnold (1957), o primeiro com Brigite Bardot, Charles Boyer e Henri Vidal, o segundo com Jeff Chandlers (que vira na "Epopeia do Pacífico") e Orson Welles. O primeiro era uma comédia um pouco livre (e está censurado!). Via se com agrado. Da segunda vez que estive em Pointe Noire vira a apresentação deste filme.
Ao segundo não assisti ao princípio. Era razoável, com
algumas cenas emocionantes. Passava se no Oeste moderno. (1963.10.29 -
Diário IV)
Fomos a Lisboa, ao Monumental, ver o filme "Cleópatra", de de Joseph L. Mankiewicz e Rouben Mamoulian (1963), com Elizabeth Taylor, Richard Burton e Rex Harrison. O filme, embora magnificente, era maçador, muito parado e com poucas cenas emocionantes, se é que as havia. A Liz Taylor tem uma boa expressão fisionómica, além de ser bonita. (1963.11.10/21 - Diário IV)
Vou ver "Bíblia"? (The Bible: In the Beginning), de John Huston (1966) Vou, não vou ... Quando entrei já Deus ia no 3º dia. O filme desiludiu me imenso. A criação do mundo é qualquer coisa de fantástico, difícil de conceber. Tudo muito verdinho, muito limpinho. E o Adão e a Eva, tão lindos, tão amorosos, tão lourinhos, eles que pouco diferentes seriam dos macacos. O Caim era feio, não se barbeava com Gilette como o Abel. E o Noé? Um simplório, tímido, a dar palmadinhas nos tigres, nos avestruzes, a dar o leitinho aos hipopótamos. Mesmo a voz de Deus nada tinha de solene, de majestosa ! Muitas passagens importantes nem sequer são citadas. A Bíblia é algo que não pode ser transposto para o cinema. A sua linguagem é quase sempre figurada, obscura. É algo que cada um de nós imagina e sente ao lê la. Transplantá la para o cinema é ridicularizá la, identificar Adão com o actor Xis, Sara com a actriz épsilon. E ficamos desiludidos. O filme é muito parado e fez me sono. Não havia meio de aparecer o "FIM". Lá apareceu às 18 h e 30 m. (3) . (MEB - 1966.12.12)
Bach no
gira discos: a calma e a harmonia do velho Johann Sebastian. O
turbilhão que é o meu espírito talvez se acalme com ele. Rios tumultuosos sobem
dentro de mim. Eles preferiam Zorba e o delírio até à
exaustão: descansar o cansaço. (MCG - 1972.07.14)
Zorba, o Grego (Aléxis Zorbás), de Michael Cacoyannis (1964), com música de Míkis
Theodorákis e notáveis interpretações de Anthony Quinn, Alan Bates, Irène Papas
e Lila Kedrova, é um filme de contrastes, entre a exuberância extrovertida de
Zorba, que ama a bebida, o canto, o riso e a dança, como expressões da vida, e a
rigidez britânica, emocionalmente contida, de Alan Bates, o forasteiro, que lentamente vai despindo a
couraça até ao delírio da dança final, quando tudo se desmorona. Tudo isto
tendo como pano de fundo a intolerância duma sociedade machista e cruel, que apedreja
a adúltera e troça da velha actriz que vive presa á memória dum passado
glorioso. (2024 08 10)
Eu e a Estrela [Coimbra] fomos ao cinema ver um filmezeco
ligeiro - "A Dança dos Diamantes" - cuja acção decorre em
Lisboa; meteu atentados à bomba, espiões, contrabandistas, perseguições em
calhambeques, assassínios em barda, enfim, era para rir, mesmo amareladamente.
(NSF - 1968.07.02)
Vi "O Salário do Medo" (Le salaire de la peur), de Henri-Georges Clouzot (1952) (era um bocado
lamechas nas cenas com a rapariga), "Desejo Perverso" (Grazia, Zie), de Salvatore Samperi (1968) e "O
Passageiro da Chuva", com Charles Bronson. A construção e a
interpretação deste último agradaram me sobremaneira.(NSM - 1971.09.03)
"A Grande Farra" (The big feast) de Marco Ferreri (1973) uma grande estupidez,
aquilo das pessoas comerem até rebentarem. Achei o filme chato e quanto às
"cenas eventualmente chocantes", (7)
a minha moralidade e a minha teoria há muito que deixaram de ser burguesas.
(MCG - 1974.10.17)
Perante a vastidão da tarde que se abria perante mim resolvi ir ao S. Jorge ver o celebérrimo "O Último Tango em Paris", (Le fernier tango à Paris), de Bernardo Bertolucci (1972) que ainda me deixou mais desmoralizado, não "pelas cenas eventualmente chocantes" - uma mulher nua passeando-se pelo ecrã ou filmagem do acto sexual por duas vezes - mas porque estou farto de "non sense" embora eu saiba que tudo isto da vida e dos sentimentos é tudo uma ilusão (...) (MCG - 1974.10.19)
Sinto-me aborrecido. Tenho que arranjar com que ocupar o tempo. Amanhã quero ver se vou à matinée ver um filme "A Estratégia da Aranha" [de Bertolucci]. (MCG - 1974.11.13)
A estratégia
da aranha (Strategia del ragno), de Bernardo
Bertolucci (1970), baseado num conto de Jorge Luis Borges, é um
inquérito ao passado, baseado em memórias, sobre um resistente supostamente assassinado
pelos fascistas, em volta da questão: herói ou traidor? (2024 08 10)
Ontem fui ao cinema ver "Laranja Mecânica" (A Clockwork Orange), de Stanley Kubrick (1971). O supra sumo da violência , dizia a crítica. Da violência, tenho visto e sentido pior. (1975.03.25)
Vi na TV dois filmes de que gostei: Nova Geração (American Grafitti), de George Lucas (1973), enternecedor, sobre os amores dos adolescentes, e O Lugar do Morto, de António Pedro Vasconcelos (1984),, estilo policial e passado em Lisboa. (MMA - 1987.01.08)
E eu pego numa história, a do filme de ontem - O Fabricante de Ídolos (The idolmaker), de Taylor Hackford (1980), transmitido pela RTP. Prossigo falando da história de quem, com qualidades e capacidades, se viu impedido duma carreira musical por razões que não dominava. Por isso se transferiu para outrem e o moldou à sua imagem e semelhança. Deste modo o jovem cozinheiro se transformou e o amador se transformou na coisa amada, como escreveu um poeta; deste modo surgiu aquele ser agressivo, gerador de instabilidade e de multidões descontroladas e a sua "agressiva" música que falava de amor.
Mas teria mesmo o jovem cantor sido moldado à imagem e
semelhança do empresário e pacientemente suportou as peias em que o quiseram
envolver? Noutras circunstâncias e com outra consciência o empresário se
construiu como cantor que também falava de amor, mas de um jeito sereno, para
pessoas calmas e em ambiente sem bulício.
Qual era a verdadeira personalidade do cantor, empresário
dos outros e por fim de si mesmo? (MCG - 1988.07.22)
É um filme sobre a Guerra da Independência dos Estados Unidos, com o Al Pacino e a Michele Pfeiffer, dois actores que aprecio. Acabei de ver uma comédia japonesa gravada há dias, chamado "A Cobradora de Impostos Ataca de Novo". Entretanto já vou a meio daquele de que te falei na carta anterior, sobre a Revolução (Revolution) Americana, , de Hugh Hudson (1985), cuja actriz principal é a Natasha Kinski e não a Michelle Pffeifer. Setúbal, (MMA - 1993.08.07)
Todos os homens sonham ~ T. E. Lawrence
1. - Todos
os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham de noite, nos recessos
poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não
passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos,
pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis. — T.E. Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria.
Perguntam - e
um homem que sonha acordado e que torna os seus sonhos possíveis, é PERIGOSO ?
2. -Depende
dos sonhos e de quem deles beneficia ou é prejudicado. Para os capitalistas os
sonhos dos comunistas devem ser abatidos e vice-versa. Os sonhos dum
carteirista são diferentes dos meus, que não quero ser roubado.
Comentam -
pois, depende dos sonhos...pode então nem sempre ser perigoso, ou não
representar um perigo para todos, só para alguns...então esse tal T.E. Lawrence
tinha medo dos homens que sonham acordados.
3. - Não,
mocinha, ele foi um homem corajoso e traído nos seus sonhos pelos que tinham
outros sonhos de sinal contrário. O coronel Thomas Edward Lawrence também fixou
conhecido entre os árabes por El Awrens ou por Lawrence da Arábia. Estou a ler
o livro dele "Os 7 Pilares da Sabedoria"
Reflexionam
-não sabia que se tratava de Lawrence da Arábia, gostei de ler o que diz dele a
Wikipédia e mais ou menos percebo porque diz que os homens que sonham acordados
são perigosos
Publicada por
Victor Nogueira à(s) Sábado, Dezembro 17, 2011
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)