Conteúdo partilhado com: Público
foto victor nogueira - nascer do sol em setúbal em 2016.08.12, visto do alto da torre no cimo duma encosta -
O tempo está de brasa, seco, áspero e rugoso; as gotículas de suor são um pântano ensopando a roupa.que se nos cola à pele e apenas depois do entardecer sopra uma leve brisa ali na varanda, o meu pequeno jardim suspenso não de Babilónia mas da Lanchonette..
Babilónia quase desfeita está a minha biblioteca, os livros praticamente todos arrumados. Mais um fim de semana e já podem aparecer, o que deve ser difícil pois - em tempo estival - de nevoeiro não são as alvoradas, por mais que de cinza estejam certos corações que se doem nas redes sociais, ao estilo inFaceLock.
O coração é na realidade um músculo insensível, mero encadear automatizado e mecânico de sístoles e diástoles. Não é nele mas no cérebro que moram as sensações e as emoções por isso o cérebro é por vezes um encenador de verbos metafóricos mais ou menos eufóricos (des)alinhando-se em carreirinhas de palavras bordejando a chama, de alfas sem ómega, com a devida cautela por causa dos mil olhos e das cem mil bocas em redor, da vizinhança ou de ascendentes e descendentes. Estilo Águas de Março .(1)
Em Luanda, na Praia do Bispo, a maravilha era o rápido pôr do sol mergulhando nas águas atlânticas. Em Setúbal, que outrora me parecia como que Luanda, a maravlha não é o céu estrelado numa vila alentejana, Sousel ou Beringel, mas o lento nascer do sol como que saído do Estuário do Sado, uma por vezes dantesca bola de fogo diluindo-se na claridade de mais um dia.
Ao contrário do que muitas e muitos pensam, assisto e fotografo muitos nascer-do-sol, esteja o "céu" límpido ou coberto de nuvens esparsas. Hoje, ao assomar à varanda da sala, o horizonte estava vermelho, ígneo, com o sol começando a romper por cima da poluição. Tentei filmá-lo mas .... o espaço no cartão de memória era insuficiente. Fica apenas esta foto e algumas outras em " nascer do sol em setúbal
Sem comentários:
Enviar um comentário
Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)