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Em 1962 / 63 vivi no Porto, sucessivamente em casa dos meus avós António e Luís. Registos desse tempo estão nos meus Diários III e IV e na correspondência para casa, em Luanda.
Há as famílias de sangue, as famílias de adopção as famílias do coração. Muitos, que não ultrapassaram o paupérrimo estado da tribo ou do clã ,só consideram como únicas e relevantes as famílias "nuclear" ou a "famiglia" de sangue, muitas vezes apenas uma parte delas, ignorando ou desprezando as do coração, talvez e por vezes mais autênticas. Como eu costumo dizer, fruto da minha vivência angolana, «A família são os amigos e nem todos na Família são amigos.”
Na sua família de sangue, talvez haja quem não saiba quem são dois dos personagens da foto: a Fernanda e a Elvira. Mas nunca as esqueci, elas vivem no meu coração, fazem parte da minha vida, conjuntamente com a Elvira, a Amélia e aquela que no meu Diário refiro como a “Tia Maria”.
A Fernanda foi o meu grande amor de adolescente, um namoro a que o meu avô Luís, na altura, contrariou e a que se opôs, e a Elvira e a Ti Maria grandes amigas,
De todas elas acabei por perder o rasto quando, anos mais tarde, como estudante universitário, troquei a Faculdade de Economia do Porto, sucessivamente, por Lisboa e Évora. Que é feito desta minha família do coração, que amei, estimei e nunca esqueci?
foto victor nogueira .Porto, nos Jardins do Palácio de Cristal, em 1963
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)