* Victor Nogueira
Os leads, os entrefolhos
e a final
Oliveira – «Israel põe
em perigo existencial a ordem regulada que herdámos da II Guerra, de que,
ironicamente, é tributário. Como é visto pelo Ocidente como símbolo de uma
dívida histórica e como uma linha da frente numa suposta guerra civilizacional,
o seu suicídio moral é, de certa forma, um suicídio moral do Ocidente.
(…) Nestes dois sentidos,
mesmo esquecendo tudo o que vinha de trás, do gueto de Gaza à colonização
violenta da Cisjordânia, esta carnificina é um suicídio. E o suicídio moral de
Israel é, de certa forma, o suicídio moral do Ocidente. Como podem os EUA e a
Europa, tolerantes com um genocídio em direto, reclamar os direitos humanos e o
direito internacional contra a Rússia, a China ou o Irão? Só a suspensão do
envio de armas e do acordo de associação com Israel, defendida
por Pedro Sánchez, pode resgatar a pouca autoridade que sobra ao Ocidente.»
DO escreve «Como podem
os EUA e a Europa, tolerantes com um genocídio em direto,?» Mas com mil
diabos, antão porque razão DO oblitera a Arábia Saudita, o Qatar, a Argentina
ou a Ucrânia? Serão estes países estrénuos, indefectíveis defensores dos
direitos humanos? E porque razão subliminarmente, DO coloca a Rússia, a China e
o Irão a par com Israel?
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Tavares - «Mas poderia
ter sido diferente? Sim, poderia, mas não com o actual secretário-geral do PS,
não com alguém que nunca habitou no mundo real onde as pessoas trabalham,
investem, arriscam e são independentes.
(…) Este é o PS que se
divide no Parlamento Europeu, porque algumas das suas estrelas da ala P.N.S.
não querem reconhecer que Maduro só ganhou as presidenciais venezuelanas por
indecente e provada chapelada, continuando, pela repressão, a manter um quarto
da população emigrada e a restante na miséria, num país riquíssimo. Este é o PS que, por pudor de esquerda, não está
disponível para celebrar os 50 anos do 25 de Novembro, preferindo encostar-se à
esquerda contra a qual foi feito o 25 de Novembro, restituindo aos portugueses
a liberdade e a democracia prometidas em 25 de Abril.
Eu conheci bem Mário
Soares: este não é o PS de Mário Soares, é o de Pedro Nuno Santos. E são
incompatíveis, porque os distingue o essencial do essencial.
Nota: este
texto foi escrito antes da declaração ao país feita na quinta-feira por Pedro
Nuno Santos»
MST tinha uma encomenda e
grande preocupação. Deste modo ajuntou-se ao coro sem decoro dos que a todo o
custo entendiam que o PS não deveria inviabilizar a aprovação do OE 2025 da
caranguejola da AD onde está Wally, capitaneada por Luzito Montenegro. Um crime
de lesa-majestade, quase de traição à Pátria. Uma angústia que houvesse novas
eleições, um destempero que o OE 2025 não “passasse” no Par(a)lamento.
Por isso, toda a
catilinária e azedume de MST, num bota-abaixo “deselegante”, para desqualificar
PNS, que terá traído os legados de Nobre Soares e de António Costa. pois
segundo o articulista, «P.N.S. é o produto acabado do cursus horrorum
partidário — as juventudes, as concelhias, os autarcas, as federações, o
constante caciquismo do aparelho. As suas “convicções” não passam de teimosias
ideológicas que sempre se sobrepõem ao interesse público e às reais
necessidades do país.»
Ad contrario, PSD; CDS e
PPM não enfermariam destes vícios, neles tudo é concebido com extrema sujeição
ao interesse público e às reais necessidades da Naçóm, sem teimosias ideológicas nem influência de
caciques, sem aparelhómetros, com excelsas juventudes partidárias, impolutos
autarcas, angélicas federações. Sem
esquecer esse exemplar estadista, Luzito Montenegro, em cujo virginal regaço
pousou o poder.
Mas … porque deveria o PS
não impedir a aprovação do OE 2025, um documento ao gosto do grande patronato?
MST, esclarece, com extrema elegância: «Havia de ser então o Orçamento do
partido vencido nas urnas a ditar o Orçamento do partido que tem de governar? O
PCP, o Bloco e até o partido dos animaizinhos não dizem diferente, nós é que,
estupidamente, talvez esperássemos qualquer coisa de mais sólido e de mais
sério de um partido que era Governo há uns meses e espera voltar a sê-lo a
qualquer momento. »
Pelo meio da sua longa
peça de grosso calibre MST desnuda-se ao confessar uma das suas “amarguras”
contra a “esquerda “ do PS, pois « Este é o PS que, por pudor de esquerda,
não está disponível para celebrar os 50 anos do 25 de Novembro, preferindo
encostar-se à esquerda contra a qual foi feito o 25 de Novembro, restituindo
aos portugueses a liberdade e a democracia prometidas em 25 de Abril.»
Mas, azar dos Távares,
PNS tirou o tapete e, abstendo-se, permitirá que passe o OE 2025 do
grã-patronato, a ser concretizado com mãos livres por Luzito Montenegro, ao
volante da caranguejola da AD onde está Wally. Sendo assim, todo o grosso
calibre da peça de MST deveria ter como destino o arquivo morto ou a
incineradora. Podia lá MST dar esse destino à encomenda e ao embrulho. A bóia
que impede o naufrágio é uma jangada de chumbo:
Nota: este
texto foi escrito antes da declaração ao país feita na quinta-feira por Pedro
Nuno Santos»
Ora, tendo sido a
catilinária de MST escrita antes do dia 16, até ao dia 18 não houve tempo para
cancelá-la, reescrevê-la ou deixar o espaço em branco?
2024 10 19 –
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)