quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Letras empilhadas, ano após ano, em Novembro, 13, (re)colhidas em 2024

* Victor Nogueira

13 de novembro de 2012  

3 poemas - 3 autores

SOSPIROS, CUYDADOS, PAYXOES DE QUERER,

SE TORNAM DOBRADOS, MEU BEM SEM VOS VER (Garcia de Resende)

.

Sem feitio nem jeito

No mundo caminhando

Esta dor no meu peito

Levo, rindo e chorando!

.

Ah!Ah!Ah!Ah!Ai!Ui!

Á procura d'amor

Ao teu encontro fui

Depressa, sem calor!

.

É tam grande trysteza

Amar ssem sser amado

Que nam vejo beleza

Ssem ti, bem a meu lado.

.

Belas, d'amigo são,

Cãtygas medievais

Chora meu coração

Ay, já nam posso mais!

.

Ruiz, Camões não sou

Mas muytos mil beijinhos

E abraços te dou

Nam fiquemos mal, sózinhos!

.

Oh! Ribeyras do mar

Que tendes mil mudanças

Minha dor e lembranças

Levai; trazei seu amar!

.

O Ssol bem escurece

Cai, a noite se vem

Minha alma nam falece

Se és comigo, meu bem.

Paço de Arcos

89.08·30

~~~~~~~~~~~~~~-

 O poema anterior inspirou-se nos seguintes

 * Garcia de Resende.  ((1470–1536) )

 

Sospiros, cuydados

 

Sospiros, cuydados

payxões de querer,

se tornam dobrados,

meu bem, sem vos ver;

nom synto prazer,

sem vós hum soo dya

viuer nam queria

 

Nam quero nem posso,

nem posso querer,

viuer sem ser vosso

e vosso morrer.

Poys ysto ha-de ser,

por morte aueria

nam vos ver hum dia.

 ~~~~~~~~~~~~~~

 

Francisco de Sousa (século XV)

 

TROVAS A ESTE VILANCETE

 

Abaix´esta serra

verei minha terra

Ó montes erguidos

deixai-vos cair,

deixai-vos sumir

e ser destruídos,

pois males sentidos

me dam tanta guerra

por ver minha terra.

 

Ribeiras do mar,

que tendes mudanças,

as minhas lembranças

deixai-as passar.

Deixai-mas tornar

dar novas da terra

que dá tanta guerra.

 

O sol escurece,

a noite se vem;

meus olhos, meu bem

Mais cedo anoitece

aquém desta serra

que na minha terra.

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Luisa Neves - Excelente! Abraço. 🙂 🙂
12 a

Clara Roque Esteves  Leio-te amanhã com o respeito e a vénia que o teu trabalho me merece. beijinhos e obrigada.
12 a

Thatalyscal Scaldelai - Parabéns amigo,obrigada! 🙂
12 a

Isabel Maria  "A tristeza de amar sem ser amado," não és Camões mas escreves muito bem, bj
12 a

Deolinda F. Mesquita - Parabéns Victor, excelente poesia, obrigada 🙂
12 a

Carlos Rodrigues - Obrigado, Vitor. Fico sempre aparvalhado e emociono-me, não sei porquê, quando me encontro com a raiz Galaico Portuguesa da nossa língua. Gostei muito.
12 a

Margarida Piloto Garcia - Victor, obrigada pela maravilhosa postagem. Lembrou-me os meu tempos de estudo de Literatura e só por isso já era muito. Beijinhos.
12 a

Belaminda Silva - Linda poesia!! Obrigada Victor! Beijinhos ❤
12 a

Manuela Vieira da Silva - Gostei muito da tua trova, não sei como consegues escrever português arcaico, és mesmo bom! e das outras, gostei especialmente da trova do Francisco de Sousa. 

«Abaix´esta serra
verei minha terra
Ó montes erguidos
deixai-vos cair,
deixai-vos sumir
e ser destruídos,
pois males sentidos
me dam tanta guerra
por ver minha terra.» 

Como agora Portugal, aos estrangeiros entregue, é hora de dor e mal-estar, que caiam os montes para a dor acabar. Gostei muito Victor Nogueira. Bjos.🙂
12 a

Judite Faquinha - Amigo, Vitor Nogueira, Garcia Resende, Francisco de Sousa... escrevem de maneiras diferentes, Galaico ou Arcaico derivam das nossas raizes; simplesmente belos POEMAS!!! Que eu tenho que te agradecer a tua partilha bjs.
12 a

Alice Coelho - Bom....como sempre!!! bj
11 a

13 de novembro de 2013  · 

Foto Victor Nogueira - Bragança - torre de menagem do castelo

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Maria João De Sousa - Não consigo deixar de me sentir cativada pela beleza austera dos castelos medievais... obrigada, Victor Nogueira!

11 a

Victor Nogueira - Ah" Maria João De Sousa - Mas há castelos que parecem de contos de fadas, como os de Penedono ou de Vila da Feira, e outros rendilhados, como os de Leiria, Porto de Mós ou de Ourém Para não falar em igrejas acasteladas, como as Sés do Porto e de Évora, ou a do Convento da Flor da Rosa, no Crato, ou a de Leça do Balio

Nesta foto o de Bragança parece fantasmagórico ! 🙂

11 a

Fatima Mourão - eu conheço e muito bonito !!!!

11 a

Maria Lisete Almeida - Grata Amigo!

11 a

José Pires - A Capital do meu distrito ! Obrigado AMIGO Victor ! Um abraço Zé

11 a

Manuela Miranda - Linda esta Torre temos muita Beleza em Portugal espalhado beijinhos Victor Obrigada

11 a

Graça Maria Teixeira Pinto - Victor Nogueira:Assombra-me tanto saber.🙂 Beijinho de boa noite.

11 a

Isabel Dias Alçada - Ó Amigo já dei aqui uma queda tão grande que até parti o tacão do sapato ......Beijinhos ❤

11 a

Viriato F. Soares - Bela foto, uma torre imponente! Obrigado!

11 a

Judite Faquinha - Castelo imponente, mais um cantinho de história do nosso Portugal, com sua beleza sempre grandiosa em monumentos adorei... Victor beijocas.❤

11 a

Ana Maria Madail - Grata amigo!! Tem um bom dia.. Bjs..

11 a

Maria João De Sousa - Pode parecer um tanto ou quanto fantasmagórico... mas é belo, assim mesmo! Mesmo os castelos austeros me fascinam, Victor Nogueira...

11 a

13 de novembro de 2013  · 

Maria Márcia MarquesVictor Barroso Nogueira

O castelo de Bragança...tens aqui outra perspetiva.... 


12 de novembro de 2013  · 

 Somos Transmontanos  Fantástica foto do Castelo de Bragança. Foto: Rui Paulo Photography

Antonio Maria Louro Alves - Foto impressionante! - 11 a

Victor Nogueira - a minha foto é fantasmagórica, esta é mágica, Maria Márcia Marques Bjos e gracias 🙂

11 a

Antonio Maria Louro Alves - Esta foto meus caros Victor e Maria Márcia e extremamente bela. É mesmo mágica!

11 a

13 de novembro de 2013  · 

o riso deles é o nosso drama, qualquer que seja a narrativa.

É a valsa da burguesia que podes ver e ouvir aqui

 

José Barata Moura - Valsa da burguesiaBargt




13 de Novembro de 2024

Fotos de Família JL CF na Fazenda Tentativa (Caxito - Angola) anos '40 do século XX

Outrora a data de nascimento nem sempre era a que ficava oficialmente registada. Muitos partos ocorriam em casa e havia multas para quem não registasse o nascimento dentro dum certo prazo. Não sei se foi esse o caso do meu avô Luís, nascido a 11 de Novembro de 1899, na viragem do século, mas registado a 13. há 125 anos.

Meu avô Zé Ferreira
nascido em Mora
filho de comerciante ribatejano
Meu avô quimico-analista
alegre jovem despreocupado
que em menino me levava ao café
e de quem recebia o Pim Pam Pum e o Cavaleiro Andante.
Meu avô que eu adorava e amo.
(…)
Meu avô Luís viveu com os filhos em muitas terras
até em Angola onde nasci.
(…)
Meu avô Luís agnóstico
livre pensador e tolerante
que não aceita os bolcheviques.
Meu avô Luís que não vejo senão tão espaçadamente.


in «Elegia pela minha família dispersa» escrito em setúbal 1985.11.13 

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)