sábado, 2 de novembro de 2024

Letras empilhadas, ano após ano, em Novembro, 02, (re)colhidas em 2024

 * Victor Nogueira

2 de novembro de 2010 
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Amigos
1. Na tua mão
bate estrangulado o meu coração. Preso no teu olhar bate suave muito leve com desejo de voar. Onde o riso e a palavra que o façam sossegar?
Setúbal 1995.01.28

Odete Maria Botelho - Maravilhosa esta música, faz-nos renasçer num tempo já passado, mas que deixa saudades.Obg. amiga adorei.Beijinhos .
14 a

2 de novembro de 2011 · Excelente dia o de hoje só para quem gostar desta chuva que cai incessantemente desde a madrugada, com o ruído de trovões lá longe, a chuva parecendo neblina, a manhã ensombrada ... Não chuva molha tolos mas chuva de verdade, pois só esta se ouve tamborilar na placa de cobertura e escorrer pelas goteiras. Não é de nortada pois os vidros das janelas estão secos, protegidos pela platibanda. Nas outras situações, só me apercebo que chove(u) quando chego lá abaixo e encontro o piso molhado ou ela a cair.
Não apetece sair de casa, ficar encharcado apesar das botas caneleiras, única peça de vestuário - renovada - que me ficou da estadia em évoraburgomedieval durante 16 negros anos, um buraco na minha vida.

2 de Novembro de 2013 -

o domingo na poesia segundo vários escritores - 11
1 canção e 4 sonetos de amor:

Sergio Godinho (A Vida É Feita de Pequenos Nadas) / Rafael de Léon (4 sonetos de amor)

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Maria João De Sousa - Muito bom material poético e telas, Victor Nogueira! Não conhecia Rafael de Leon, mas é um excelente sonetista, com a noção - imprescindível! - de que toda a beleza do soneto se encontra na sua construção melódica, através do harmonioso jogo entre vogais átonas e tónicas. Obrigada e um bom fim de semana! 11 a Luisa Neves - É verdade! " A Vida é feita de pequenos nadas... " - Boa tarde Victor. Abraço enviado do Porto. ❤ 😉 -
11 a Odete Maria Botelho - Obg. amigo Victor a vida é feita de pequenos nadas...e são esses pequenos nadas que ás vezes nor tornam felizes....Beijinhos feliz fim de semana ❤ ❤11 a


2 de novembro de 2014 
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Público
foto victor nogueira ~pôr-do-sol em setúbal, com alberto caeiro

É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, para lhe dizer adeus.
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas noites,
E a minha voz contente dá as boas noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito.
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XLIX"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Carlos Rodrigues - Esse é o sensível heterónimo de Pessoa, Alberto Caeiro, ao qual Fernando Pessoa chamou seu Mestre, mas como é possível que o mesmo/ outro, mas o próprio Pessoa, também dissesse, como quem reflete "barbaridades" tão chocantes, como no " Livro do Desassossego: " O mundo é de quem não sente. A condição para se ser homem prático é a ausência de sensibilidade. " Não posso considerar a humanidade senão como uma das últimas escolas da pintura decorativa da Natureza. Não distingo fundamentalmente um homem de uma árvore " ou pior " Há idas de poente que me doem mais que mortes de crianças. Em tudo sou o que não sente para que sinta. Este é o nosso grande Poeta, em contradição constante consigo próprio e os seus outros eus. 10 a
Carlos Rodrigues - Bela foto Vitor. Obrigado pela partilha. 10 a
Victor Nogueira - Pois, Carlos Rodrigues Na realidade pessoa é um desdobrador da sua personalidade Penso que os heterónimos são desdobramentos psicanalíticos por ele usados. É um homem "perdido" entre perdida inocência campesina (Paradise Lost) e o frenezim da cidade mecanizada e do anonimato.
Essa parte que citas é muito próxima de Nietzsche , parece-me, o mentor do nacional-socialismo Aliás é um cínico, como no poema em que fala na sua lucidez e no "gesto largo e moscovita, transbordante " logo desmentido~
"dei-lhe tudo quanto tinha (Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro: Não sou parvo nem romancista russo, aplicado, E romantismo, sim, mas devagar...)."
Creio que este poema é o que melhor define Pessoa, o essencial de Pessoa, um apagado, inseguro e tímido "manga-de-alpaca" refugiado em si-mesmo., que conseguiu escrever platónicas e “ridículas cartas de amor”
Tb são elucidativos os poemas Cansaço e e Pecado Original 10 a
Carlos Rodrigues - Longe de mim tirar o valor a Pessoa, mas é como dizes Vitor, há mais escuro do que Chiaro-oscuro em muitas dos seus Poemas, mas principalmente nas reflexões do " Livro do Desassossego ". Sobre Nietzsche o paralelismo que fazes, tem pontos de encontro sim. Um abraço. 10 a
Graça Maria Teixeira Pinto - Bela foto! E os poemas de Pessoa, já se sabe..."Fiz sinal de o gostar de ver, mais nada...." Obrigada p/ partilha, Victor.E Noite boa. 🙂 10 a
Ana Albuquerque - Ler Pessoa é como ouvir certas músicas, é nadar num lago à noite, entrar no quarto e, no silêncio, fazer das paredes velas ao vento ou deambular pela cidade quando tudo dorme menos nós. Nós e as nossas contradições. Obrigada pela partilha. ❤ 10 a
Judite Faquinha - Obrigada Victor pela partilha, bela foto e maravilhoso poema, belos poetas, com poemas tão profundos, que nos fala ao coração. beijocas Victor ❤
10 a

Maria Helena Nabais - Lindos poemas! Fernando Pessoa, é sempre Fernando Pessoa - ainda que com Heterónimos!! 🙂 🙂
9 a

2 de novembro de 2020 ·


Natureza Morta

Evora e uma terça -mercado numa praça numa praça em terça-mercado um café de um café em praça numa terça-mercado de agrários cinzentos como cepos sem vida (,,,)



2 de Novembro de 2024 -

Foto vicor nogueira - Setúbal - manhã vestida de azul e branco (2024 11 02 IMG_5274)

Ao contrário de ontem, o dia hoje esteve menos frio, com o céu azul ornado de nuvens brancas, as gaivotas planando ou batendo as asas, em pequenas acrobacias. Mas ao entardecer voltou o cinzentismo, raras nuvens dum cinza mais escuro, o longínquo horizonte em redor debruado de laranja, ao anoitecer.
No largo, ao cair da tarde, apesar do frio e da neblina, em volta dum banco, a vizinhança convivia, mais ou menos ao molhe. Enquanto isso, a miudagem jogava à bola.

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)