segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Letras empilhadas, ano após ano, em Fevereiro, 24, (re)colhidas em 2025

 * Vuctor Nogueira



24 de fevereiro de 2023  ·

Persistência da memória - Lili (1926 - 2017)

Diz-me Penélope que as violetas da minha tia Lili continuam viçosas, as violetas que me pediu como lembrança depois do seu falecimento.

Desde a minha juventude até 2017 a Lili conheceu não poucas das minhas amizades e a casa dela esteve sempre aberta a todas elas, desde o Zamith, dos bancos da "primária" em Luanda, e a Emília, das aulas em Económicas, em Lisboa, passando pela malta do Arcada, em évoraburgomedeval, até ao Gilberto e o Filipe, sem esquecer a minha Mana Flor, já falecida, e Penélope.

Os que partiram continuam vivos enquanto estiverem na memória dos que os conheceram e com eles con-viveram!

Foto - Penélope

Setúbal, 2020.05.06


2022 02 24 Foto Victor Nogueira - Mindelo (Praia da Gafa) - 2003 08 - -O/A fotógrafo/a fotografa(n)do/a


24 de fevereiro de 2022  ·
 
É a guerra o monstro que ceifa a vida
Ruína as casas, viola a criança;
Velhos, novos, não fogem à matança,
No campo a seara é já perdida.

O fogo e a peste, em grande corrida,
Afastam do burgo a bela festança;
O mal, a vida e natureza alcança.
Só dos loucos pode ela ser querida.

Homens, mulheres, crianças, lutam
Por outro mundo novo construir;
Cantam rouxinóis, bem alto voam águias.

Na verde planura os cordeiros vivam;
Na festa, na eira, todos a bailar,
P'la paz lutando, sem demagogias.


Setúbal 1989 09 06


2022 02 24 Foto de família - Maria Luísa (1926 - 2017) Figueira da Foz

2021 02 24 foto victor nogueira - Setúbal (Bairro do Troino) - Para além da aldraba, de formato relativamente comum, o que me chamou a atenção foi a portinhola, que substitui um eventual postigo, que a porta não tem.


2019 02 24 - foto jj castro ferreira - Lili, Páscoa de 1978 ~  Para a Lili
Carta recebida/respondida
respondida/recebida
Assim, como bom menino
- que todos devemos ser -
Todo aperaltado:
o vinco das calças bem marcado,
bem "nodada" a velha e querida gravata,
o cabelo, sem brilhantina, bem penteadinho
- para a direita..
Um cheiro a Lavanda
... e a Pitralon.
Nas mãos
- lavadinhas –
um ramo de flores.
Tão amoroso!
o ramo ou o menino?
Braços que se abrem e se estreitam ...
Ffffchiúu! F£ffchiúúu
Feliz Aniversário, titi
Que este dia se repita por muitos
Muitos, muitos e loooooongos anos!
Évora, 24.FEVEREIRO.1969
Maria Luísa (Porto 1926 - Paço de Arcos 2017)


2020 02 24 foto de família - o regresso a Luanda, em Maio de 1974, após a "licença graciosa".

Completamente alheia ao terramoto que foi o 25 de Abril, a minha mãe regressou a Luanda.
Em 1966 vim para Portugal, prosseguir estudos universitários, num país que então já era para mim o "estrangeiro"
As minhas idas a Luanda a partir de 1967 acabavam em "tragédia" com o meu pai, contra a minha vontade, puxando a conversa para a política e eu lhe contrapunha que aquela era uma guerra perdida e que a independência de Angola era inevitável, quer com um regime multi-racial como o preconizado pelo MPLA, quer com um regime da minoria branca, como o de Ian Smith na Rodésia do Sul,
Se havia "censura" em Portugal, a partir de 1961 ela passou a ser férrea em Angola, até aí mais liberal, com a autêntica manipulação de que "Angola é nossa", mesmo influenciando quem até aí não era afecto a Salazar e defendia a independência de Angola face a Portugal.
A ironia é que o regresso tenha sido feito no transatlântico "Infante D. Henrique", da Companhia Colonial de Navegação (CCN), e que a tragédia tenha sido o chamado "retorno" a Portugal de centenas de milhares, brancos e negros, pouco depois, muitos dos quais nunca tinham estado em Portugal ou que de alma e coração, como o meu pai, se consideravam não portugueses, mas angolanos, que a long time ago haviam preconizado a independência de Angola multirracial, como defendia o MPLA.
A tragédia é que muitos brancos acabassem a defender a UNITA, um movimento racista e trIbalista, apoiado pela PIDE e pela a União Sul-Africana, a do "apartheid".
Porque em abono da verdade se diga, nem o Manuel nem a Maria Emília, alguma vez foram racistas ou defenderam o apartheid.

2017 02 24 foto JLCF ou MNS - em Luanda (1946.10.12), na rua Frederico Welwitsch, com a minha tia Maria Luísa, que hoje celebra 91 anos de idade


2016 02 24 foto de família - a minha tia Mª Luísa, nascida em 1926, que hoje faz 90 anos - em Luanda, em 1946, com o sobrinho recém-nascido


2013 02 24 Foto Victor Nogueira . Mértola

VER 

Mértola - na rota islâmica (3)



2013 02 24 Delacroix - A Liberdade guiando o Povo, na revolução de 1830, em França


2013 02 24 Bem, essa do jornal do Balsemão (um dos fundadores do ppd-psd proveniente da ala liberal de Marcelo Caetano, apeado pelo 25 de Abril), e da comunicação social dos patrões  falarem em grandolagem referindo-se ao facto de nas manifestações se entoar a "Grândola, Vila Morena" que foi a senha para o derrube do fascismo em 25 de Abril de 1974 É UMA PROVOCAÇÃO e só pode nascer de cérebros que o temem pois rima com "gandulagem" ou "gatunagem" ou "ladroagem",  cérebros que fogem do "povo que mais ordena dentro da cidade", que rima com Solidariedade, Igualdade, Fraternidade e Liberdade, não a deles, mas a de quem é por eles espoliado, explorado, esmifrado, roubado, sacaneado, enganado, humilhado, espezinhado,  e assassinado pelas troikas internas e externas e seus moços e moças de recados ! Por isso Balsemão e confrades tremem e temem quem ? Quem, como Povo de Trabalho, contra os Patrões, Marchar, Marchar ! 


Quadro de Helena Vieira da Silva - A Poesia está na Rua 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)