* Victor Nogueira
23 de fevereiro de 2013 ·
Leio esta frase
«Sabemos hoje que é possível fazer como os nossos pais e avós: juntarmo-nos, organizarmo-nos e não esperarmos por estruturas governamentais, partidárias, sindicais ou organizacionais pré-existentes para fazermos a mudança social hoje!»
Há uma pequena rectificação, para além do "bem-vindo à luta". Todos os tempos exigem imaginação e formas de organização e de manifestação adequadas. E no tempo do fascismo e no tempo entre abril e maio, isto é entre abril de 74 e novembro de 1975 e mesmo desde então, os trabalhadores e as populações lutaram por melhores condições de vida e de trabalho, para muitos numa outra sociedade que não a capitalista.
E reportando-me ao tempo do fascismo, os que então eram jovens e adolescentes, hoje avós, pais ou companheiros de quem hoje desperta para a luta, lutaram organizados também no partido comunista português e noutras organizações políticas, violenta e sangrentamente reprimidas. E lutaram dentro dos sindicatos fascistas e das associações de estudantes, sobretudo universitárias, conseguindo conquistá-los por dentro.
E lutaram também nas praças da jorna, nos piquetes de greve, no movimento cooperativo, organizando-se e manifestando-se e fazendo greves mesmo no tempo em que tal era proibido e sujeitos à prisão, à tortura, ao assassinato pela polícia política e pelas restantes forças policiais.. . E lutaram na comissões de moradores. de trabalhadores, de utentes, sindicais ...
A luta e a resistência à exploração, à repressão e à ditadura, mesmo que esta última pareça democrática, não é de hoje nem de ontem. Tem milénios. Não é só de Portugal mas de todos os povos. Os que agora despertam não estão a inventar a pólvora.
Embora haja a consciência de que não tão poucos como isso descerão do comboio ao longo dos apeadeiros intermédios, esperemos que este possa um dia alcançar o obectivo final que, no entender de muitos de nós se encontra não no capitalismo ou no "súcialismo" mas sim no socialismo, dia após dia construído.
Bem vindos à LUTA !
Todos não somos demais !
Quadro - Volpedo - O 4º Estado
23 de fevereiro de 2013 ·
Numa altura em que o Presidente da República e o Governo não honram o juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, de 1976, num tempo em que direito à existência e a uma vida condignas bem como as liberdades, a democracia e os direitos dos trabalhadores e das populações em Portugal são negados pelo psd-cds com a ajuda do PS e da UGT, é espantoso que dirigentes do PS como António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Fernando Assis e Santos Silva, entre outros(deputados) e João Proença (dirigente da UGT) saiam a terreiro em defesa da honra de Relvas, Passes de Coelho e companhia e que se demarquem das manifestações que não acatem o princípio salazarento do "respeitinho" ao venerando chefe de Estado, ou a "Sua Excelência" o Presidente do Conselho de Ministros e seus membros, Sendo assim não é espantoso que sem desmentido altos dirigentes do PS digam que se este não tiver a maioria se aliará ... ao psd ou ao cds
Em 1968 Marcelo Caetano, sucessor de Salazar, era notícia. Era o tempo da pide, da censura, da repressão, da guerra colonial, da emigração em massa.
Em 1969 Américo Tomás era notícia. "Educadamente", Alberto Martins, então Presidente da Associação Académica de Coimbra, pediu a palavra em nome dos estudantes. Américo Tomás balbuciou e retirou-se pouco depois apressadamente. Logo de seguida os dirigentes da Associação Académica de Coimbra foram presos pela Polícia Política e os estudantes declaram a greve académica às aulas e aos exames. Coimbra foi ocupada pela PIDE, pela GNR, pela Polícia de Intervenção. Nessa altura os estudantes, para além da prisão e da tortura, se reprovassem ou se expulsos da Universidade tinham duas guias de marcha - a guerra colonial ou a emigração.
Em 1969 Américo Tomás foi de novo notícia. A Académica de Coimbra esteve na final da Taça de Portugal e os estudantes planearam para o estádio do Jamor uma jornada de contestação política.
"O venerando chefe do estado", como "respeitosamente" a imprensa e o regime fascista de então designavam aquele que o povo chamava de "Cabeça de Abóbora", como sempre convidado de honra, não compareceu devido a "impedimento de última hora".
Nós bem sabemos que nessa altura não havia um Partido Socialista em Portugal, pois autodissolvera-se após o Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, ao contrário do PCP, que manteve a sua actividade apesar da feroz repressão. E muitos de nós sabemos que o actual Partido Socialista foi previdentemente fundado na Alemanha, em 1973, financiado pela social-democracia alemã, ao contrário do ppd/psd (da ala liberal ou tecnocrática de Marcelo) e do cds/pp, que se "descuidaram" e só surgiram à luz do dia após o 25 de Abril e graças a este. Note-se que são todos "populares" - acção nacional popular, sucessora da união nacional (e dos Governos de Salvação Nacional), partido popular democrático-psd e . .. cds-partido popular.
Mas com mil diabos, numa altura em que o Presidente da República e o Governo não honram o juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, de 1976, num tempo em que direito à existência e a uma vida condignas bem como as liberdades, a democracia e os direitos dos trabalhadores e das populações em Portugal são negados pelo psd-cds com a ajuda do PS e da UGT, é espantoso que dirigentes do PS como António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Fernando Assis e Santos Silva, entre outros (deputados) e João Proença (dirigente da UGT) saiam a terreiro em defesa da honra de Relvas, Passes de Coelho e companhia e que se demarquem das manifestações que não acatem o princípio salazarento do "respeitinho" ao venerando chefe de Estado, ou a "Sua Excelência" o Presidente do Governo ou seus Ministros, às autoridades administrativas e policiais bem como, lá chegaremos, ao "Pater Familias" .

23 de fevereiro de 2015
Paralelo 75 ou O segredo de um coração traído - 01
Dentre os livros para ler estava este - Paralelo 75 ou O segredo de um coração traído, de Jorge Araújo e Pedro Pereira - que comprei não sei onde nem quando, provavelmente na sequência do passar das páginas e de breve leitura entre as mesmas. Para além do texto, as imagens, cativantes e algo etéreas. Parte do que é referido no extracto seguinte consta do meu poema "Raízes" (1). O resto, é a memória/história de muitos amigos. incluindo os meus pais, que em 1975 desembarcaram na doca de Alcântara, em Lisboa, deixando para trás um país que tinha conquistado a alma e o coração do meu pai, apanhados pelo desenrolar dos turbilhões da História. Na derrocada do Império, aquela viagem no "Infante D. Henrique" era o dobrar dos sinos, a tentativa de na viagem sem regresso o luxuoso paquete tentar manter as aparências apesar do descalabro, o meu irmão, de camisola de gola alta, impedido de entrar na sala das refeições porque não tinha gravata, a gravata que à civil nunca usara, que não era hábito usarmos, problema resolvido pelo empréstimo do pedaço de pano em torno do pescoço que marcava a diferença da "classe" e garantia o direito de acesso.
23 de fevereiro de 2022 ·
Foto victor nogueira - Mindelo (praia da Gafa) 1976 05
Isabel Magalhães
A data desta foto não pode ser de Agosto, porque aqui estava grávida e o João nasceu em Junho 76. Bj
3 a
Victor Nogueira
Isabel Magalhães Esta foto é de quando fomos ao Porto ao funeral do meu avô António. Ora a Celeste não foi por estar grávida da Susana, que veio a nascer precisamenre em Agosto.
Ao publicar a foto apercebi-me do erro na datação mas não o corrigi na altura. Falta precisar o mês de 1976 a que se refere. 🙂
3 a
Isabel Magalhães
Victor Nogueira o mês deve ser Maio ou início de Junho de 76, nunca poderia ser Agosto.
3 a
Victor Nogueira
Isabel Magalhães A foto é de Maio de 1976, pois foi nesse mês que faleceu o meu avô António
3 a
Foto victor nogueira - Moita mural no Largo do Cais (1997 12 rolo 213)
«O Cais da Moita desempenhou, ao longo de séculos, um papel de grande relevância. O movimento fluvial de e para Lisboa, com mercadorias ou com passageiros, atribuiu a este ancoradouro uma grande importância económica e social. Durante séculos, o Cais foi o coração da vila da Moita. Toda a vida gravitava em seu torno. Era a grande porta para o exterior.
Aqui chegavam viajantes, carroças e carretas de bois carregadas de produtos, a fim de tomarem a carreira do barco para a cidade de Lisboa. Devido a toda essa movimentação diária de passageiros e mercadorias, cujo aumento se verificou a partir do século XVII, o cais transformou-se num verdadeiro posto de trabalho, onde um grande número de homens desempenhavam as tarefas de carregadores, vivendo das necessidades dos carregamentos que cada maré permitia efetuar.»
Fonte: Retrato em Movimento do Concelho da Moita, Câmara Municipal da Moita, 2004
Em 1722 deu-se Início à construção do cais, com a contribuição dos homens do mar, substituindo o anterior feito em madeira. Em 2023 o Município celebrou os 300 anos do Cais da Moita
Sem comentários:
Enviar um comentário
Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)