sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Economia doméstica (01) - razão de ser desta série

  


* Victor Nogueira 

Creio que no antigamente no ensino técnico-profissional  e destinado as raparigas havia uma disciplina dedicada a economia doméstica. Felizmente os tempos mudaram, as mulheres deixaram de ser as submissas fadas do lar e vigora o estatuto da igualdade e da partilha das tarefas domésticas  Pelo menos segundo a Lei e a Constituição da República  Como a web é uma espécie de armazém onde "arrumo" material diverso para guarda e fácil consulta resolvi neste blog iniciar uma nova série, subordinada a "etiqueta" Eonomia doméstica 

Elucidou-me o AI Overview:

, o ensino técnico-profissional incluía cursos especificamente destinados a raparigas, e a economia doméstica era um dos cursos existentes, embora a sua implementação inicial não tenha tido grande adesão. 

No contexto do ensino técnico (que se dividia em industrial e comercial, e mais tarde em escolas técnicas femininas), foram criados cursos especiais para mulheres. 

  • O curso de economia doméstica foi um exemplo de curso especificamente concebido para raparigas, embora as fontes refiram que inicialmente se revelou um "fracasso" em termos de popularidade ou implementação efetiva.
  • No entanto, outros cursos voltados para o público feminino, como os de lavores femininos e cursos em oficinas de escolas de desenho industrial, tiveram grande adesão e sucesso na época. 

Estes cursos refletiam a mentalidade da época, que preconizava uma educação diferenciada por género, preparando as raparigas para papéis domésticos e atividades consideradas "femininas" na sociedade. 

Para mais informações sobre a história do ensino técnico em Portugal, pode consultar recursos em repositórios académicos como o da Universidade do Porto.

A nova questão, esclareceu-me o AI Overview;

Sim, além da economia doméstica, existiam outros cursos no ensino técnico-profissional em Portugal que eram 

especialmente direcionados para raparigas, refletindo as conceções sociais e os papéis de género da época. Estes cursos preparavam as mulheres para profissões consideradas "apropriadas" para o sexo feminino.

Alguns exemplos incluem:

  • Cursos de Lavores Femininos: Estes cursos eram muito populares e focavam-se em atividades como costura, bordado, rendas e outras artes manuais.
  • Cursos de Comércio/Comerciais: Embora não fossem exclusivamente femininos, muitas raparigas frequentavam cursos comerciais que as preparavam para funções de escritório, como dactilografia, estenografia e contabilidade básica.
  • Cursos de Enfermagem e Auxiliar de Saúde: Historicamente, estas profissões têm sido maioritariamente femininas, e a formação técnica profissional desempenhou um papel na preparação para estas áreas.
  • Cursos em oficinas de escolas de desenho industrial: As raparigas também frequentavam cursos ligados ao desenho e artes aplicadas, muitas vezes com foco em áreas como a cerâmica, têxteis e decoração. 

As áreas que mencionou, como eletricista, construção civil ou auxiliar de laboratório (na vertente industrial ou científica), eram, na sua maioria, frequentadas por rapazes, pois eram vistas como profissões "masculinas" ou relacionadas com o ensino industrial, que historicamente teve uma separação de géneros muito marcada.

O objetivo destes cursos era, em grande parte, qualificar a mulher para o trabalho dentro e fora de casa, mas sempre em consonância com as expetativas sociais da época, que associavam a mulher a tarefas de cuidado, domésticas ou de secretariado. A legislação da época chegou mesmo a criar o "ensino técnico exclusivamente dedicado a mulheres" em 1886. 

Prontus, Allea jacta est

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)