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O Parque Mayer, quarteirão cultural da cidade de Lisboa, começou a desenvolver-se nos anos vinte do século passado. Em 1922 foi inaugurado o Teatro Maria Vitória, logo seguido em 1928 pelo Teatro Variedades e, em 1931, pelo Capitólio (Arq. Cristino da Silva). O Parque Mayer foi o palco por excelência do Teatro de Revista, género que tem vindo a sofrer um longo processo de decadência desde os anos 70. No entanto, a comédia musical à portuguesa será sempre parte integrante da memória do Parque e pretende-se também que esteja presente no projecto em apreço, numa perspectiva da sua adaptação à contemporaneidade. A recente vaga de produções humorísticas a que assistimos é herdeira da tradição de sátira social e política de que a Revista foi expoente máximo. Após oito décadas de história, o Parque Mayer é agora, no seu conjunto, um equipamento obsoleto e degradado, com poucas condições de atractividade e generalizadamente votado ao abandono. Ao longo dos últimos 30 anos, foram sendo elaborados diversos projectos para esta área, até ao compromisso de campanha assumido pelo actual executivo de Lisboa. Trata-se de um projecto de reabilitação com vista à sua requalificação enquanto centro cultural e de serviços, que dotará a cidade de um marco arquitectónico de referência.
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O Parque Mayer é um elemento fundamental da malha urbana central da cidade de Lisboa, estando localizado no seu eixo mais nobre: o pólo cultural constituído pelo eixo Av. da Liberdade – Parque Mayer – Rua dos Condes – Rua das Portas de Santo Antão – Restauradores – Rossio, que integra equipamentos emblemáticos de Lisboa, como os cinemas São Jorge, Olympia e Odeon, os Teatros ABC, Maria Vitória, Capitólio, Variedades, Tivoli, Politeama e D. Maria II, e o Coliseu dos Recreios. Enquanto o São Jorge, o Tivoli, o Politeama o D. Maria II e o Coliseu têm actividade regular, em diferentes escalas, os restantes encontram-se quase inactivos e em decadência.
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Fotografias em catedral.weblog.com.pt/arquivo/018932
Olá Amigo Victor,
ResponderEliminarExcelente chamada de atenção. Este problema já passa de mão em mãos há tanto tempo que, esperemos que chegue a hora da sua resolução porquanto, é de alguma forma "humilhante" para a cidade de Lisboa, capital do país, a manutenção da degradação que se encontra naquele espaço.
Para mim, afigura-se-me como um abandono histórico-cultural que em nada nos prestigia, muito pelo contrário...
Um abraço
Olá Victor, bom dia!
ResponderEliminarCreio que o Catedral a quem te referes será o Amigo Dionísio, que conheço pessoalmente e cuja obra muito admiro(a que conheço, evidentemente)
Quanto ao teu post, gosto, muito, como de tudo o que escreves ou escolhes e tenho lido atentamente.
Lamento profundamente, como lamentarão outros mais ainda, que coisas de valia cheguem à decadência...
E como dia o meu Amigo "Júlio Couto"
Homem do Teatro e Grande Contador de Estórias "malhas que o império tece!..."
Bj
Maria Mamede