sábado, 22 de outubro de 2011

Opinião e memórias


* Victor Nogueira



1 - "Victor Nogueira
Não, não podemos dar atenção a centenas de amigos, virtuais ou não. Quanto muito poderemos ao de leve"ver" sobrevoando por umas dezenas. Mas para mim há mais vida para além deste Mundo de Faz de Conta - porque serei tão céptico, analítico, racional e realista ? - Quando chegar a altura, largarei isto como um asteróide abandonado no ciberespaço com nove blogs. Até lá, vou tratando da vida e das arrumações E nos intervalos, especialmente após o jantar, passo por aqui enquanto faço simultâneamente outras tarefas "
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2 - "Victor Nogueira .
As auto-estradas da "teia", também conhecida como WEB, são como um vaivém espacial, com mais idas que regressos, com breves paragens na Lua em Marte ou em Vénus, do que estadias prolongadas, com um renovar constante de pessoas como as que circulam anonimamente nas grandes superfícies comerciais, com as suas lojas "âncora" ......em torno das quais se fixam as outras, muito mais pequenas e menos gravitacionais.
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"Suprimir a distância é aumentar a duração do tempo.A partir de agora, não viveremos mais;viveremos apenas mais depressa" (A.Dumas) Mas paradoxalmente, raramente o longe se transforma em perto e com frequência o perto está noutra galáxia !
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3 -"Victor Nogueira
Há 14 anos que nado por aqui, encontrei pessoas interessantes, re-encontrei velhas amizades, mas por muitas "juras" que se façam aqui quase tudo esboroa-se com o passar do tempo como água do rio que da fonte escorre para o mar. Aproveita-se a água enquanto passa, saltitamos de pedra em pedra, saboreamos a frescura e depois esperamos pela barcaça seguinte que uma vez mais e quase sempre a lado algum leva. Desapareces de repente e não sei pk, e como não sei, não volto a incomodar-te."
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4 - Victor Nogueira
Nem sempre podemos sorrir, embora o sorriso seja uma máscara que se me colou à pele, envolvendo o vazio que está dentro de mim. Não vivo, não consigo viver, de virtualidades, especialmente qd o tempo me escorre por entre os dedos e as palavras nada são senão palavras. :-)
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5 - Victor Nogueira
Eu não vivo agarrado ao passado. Não esqueço o passado mas vivo o presente projectado no futuro. Não choro sobre o leite derramado LOL
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Em tempo - Em noite de lua nova, no campo, não existem sombras, só escuridão :-)
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6 - ".
Victor Nogueira
Natal de calor sufocante, com humidade que colava miríades de gotículas de suor ao corpo, com violentas tempestades, aterradoras trovoadas riscadas de raios, era o de Luanda, com a única maravilha da praia. O Natal, esse ainda era mais faz de conta, um pai Natal enfarpelado qd tudo andava em mangas de camisa, a neve da árvore representada com flocos de algodão ou o esguicho dum spray em bisnaga, o presépio com animais que nunca víramos: carneiros, burros, vacas ....
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Era um Portugal de faz de conta onde a única maravilha real era o alvoroço de acordar manhã cedo, a 25 de Dezembro, para desembrulhar as prendas, mais dadas pelo Menino Jesus quase despido que propriamente por um Pai Natal encalorado em desapropriadas vestes.
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E como vivíamos num Portugal de faz de conta que a nós, angolanos por nascimento e vivência, nada nos dizia, o ano lectivo era igual ao de cá, mas com Verão/calor infernal durante 9 meses e as férias grandes na época "fria". Com o Euromilhões bastava-me um clima temperado como o da costa mediterrânica :-) "
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7 - "Victor Nogueira
Sabes, a 2ª vez que estive em Portugal. tinha 16 anos e desembarquei em pleno inverno, a caminho dum Porto cinzento, frio e chuvoso, mas com, um calor humano nas ruas que já não existe ou já não sinto.
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 A terceira vez tinha 20 anos e descia em Lisboa a calçada da estrela até económicas, no Quelhas, transido de frio, noite cerrada ainda às 8 da manhã (em Luanda já era dia às 5/6 da manhã), mal conseguindo falar ou escrever, os lábios e os dedos gelados como prisões, admirado pelas nuvens de fumo saindo pelas narinas dos guarda nocturnos, dos pessoas com quem me cruzava, dos burros ja desaparecidos, puxando carroças, num tempo em que os pobres andavam a pé, de bicicleta ou de motorizada, em cidades onde os automóveis eram ainda uma raridade. Deste País de faz de conta e do meu país falo no poema Raizes
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Ao fim dum ano em Portugal, tão pequenino, tão mesquinho, tão vistas curtas, o nosso desejo era regressar a África. Mas para mim significava ter de andar para trás, para mudar de alínea e seguir engenharia. Em história falava-se nas largas artérias pombalinas [1] espantosas ruelas qd as vi pela 1ª vez, face às largas avenidas e ruas de Luanda LOL

[1] Mania das grandezas do Marquês de Pombal virado para o futuro e por isso censurado pelos seus conterrâneos, como déspota, como se mais déspotas e sanguinárias não tivessem sido a misericordiosa Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício, das fogueiras ou das prisões por denúncias anónimas,  ou os reis absolutistas como o ultramontano, incestuoso  e perjuro D. Miguel ou o "amoroso" Pedro o Cru, amante da doce Inês, aquela que a lenda diz ter sido  rainha em beija-mão a pútrido e mal-cheiroso cadáver, um demente bi-sexual e folgazão amado pelo Povo "
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Dum estrangeiro em Portugal, apátrida, ao contrário do que diz o BI"

1 comentário:

  1. Não vou falar das virtualidades porque partilho das mesmas ideias (quase )e o escorrer do tempo também é uma coisa que começa a afligir-me...
    Gostei especialmente da referência ao Natal em Angola porque me fez lembrar a minha infância em Luanda, Benguela, Cabinda, onde fui mais feliz do que aqui uma vez que a liberdade lá era outra, tudo era mais partilhado, tudo era mais alegre e mais solto.

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)