domingo, 26 de janeiro de 2014

a "praxe" académica

O artigo mostra que a "praxe"tem séculos de existência e era sobretudo uma prática coimbrã, em que os futuros doutores seram a "elite" que logo se distinguiria da "plebe" - as tricanas e os futricas. A partir da crise académica coimbrã de 1969 todo esse "folclore" foi abolido, para renascer na era do cavaquismo e do "salve-se" quem poder.

Havia, antes de Abril e na Universidade de Lisboa, as "semana de recepção aos novos alunos", que nada tinham a ver com a alarvice e as práticas humilhantes e aberrantes que nas últimas décadas surgiram nas universidades e politécnicos,sobretudo nas "privadas". Não havia em Lisboa nem "Queima das Fitas" nem "capas e batinas", pois a generalidade das associações de estudantes" entendiam e defendiam que estes não eram seres à parte e "superiores" à restante população. Em Lisboa e no ISESE a esmagadora maioria dos estudantes vestiam-se como toda a gente, salvo algumas raras capas e batinas, usados por "alentejanos", embora tb não tivesse tido acolhimento a pretensão dos estudantes da alta burguesia que frequentava o instituto de instituirem uma fatiota com "emblema" no bolso do lenço e gravata a condizer como em colégios universitários britânicos.

Em Évora e no ISESE a "crise" entra a Associação dos Estudantes e a Comissão de Festas dos Finalistas de 1970/71 teve como consequência o fim das "Festas de Finalistas", ao estilo das de Coimbra.Não houve no ISESE mais Festas de Finalistas.

E não se diga que só se sujeita à "praxe" quem quer, pk isso não é verdade. Trata-se duma prática despersonalizante, bem ao jeito das práticas seguidas na recruta das tropas de elite, para formar autómatos e seres não pensantes. O que não é nem deve ser o objectivos das escolas e do ensino, universitário ou não. 

Mas qd os jovens envilecidos do cds, alguns secretários de estado no governo de pedro e paulo sustentado por aníbal propõem que a escolaridade obrigatória recue ao 9º ano - e quiçá ao analfabetismo - em nome da liberdade de aprender", temos (quase) tudo dito.

O que refiro refere-se à situação anterior ao 25 de Abril. Penso que Pacheco Pereira equaciona a questão actual com pertinência. As "praxes" têm uma tal carga negativa que em meu entender deveriam ser simplesmente abolidas, e substituídas por semanas de recepção aos novos alunos de conteúdo completamente diferente, sem as aberrações despersonalizantes, marialvas, sexistas, humilhantes e de "casca-grossa". 

As razões da não assinatura do "código" pela Academia de Lisboa desconheço-as. Mas como disse, não há nem deve haver recuperação das "praxes"

Considero que salvo a excepção da Católica - para formatar as mentalidades num certo sentido - as universidades da "privada" são em muitos zasos fábricas de ensanduichar "diplomados" a troco de encher os bolsos dos seus proprietários. São, em muitos casos, escolas superiores de facilitismo, de que o caso Relvas é paradigmático.



A abjecção das praxes


A praxe mata, às vezes o corpo, mas sempre a cabeça.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-abjeccao-1621031

OPINIÃO

Praxes: igual à máfia?

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxes-igual-a-mafia-1620969?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoEducacao+%28Publico.pt+-+Educa%C3%A7%C3%A3o%29

Praxe, polémica e violência, uma história com séculos


http://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxe-polemica-e-violencia-uma-historia-com-seculos-1621112



Uma galinha de capa e batina é apenas uma galinha de capa e batina

terraimunda.blogspot.com
E foi assim que, ao desembarcar em terra, pela primeira vez em terra depois de ter navegado pelo mar, percebi pela primeira vez que a terra 


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