Havia, antes de Abril e na Universidade de Lisboa, as "semana de recepção aos novos alunos", que nada tinham a ver com a alarvice e as práticas humilhantes e aberrantes que nas últimas décadas surgiram nas universidades e politécnicos,sobretudo nas "privadas". Não havia em Lisboa nem "Queima das Fitas" nem "capas e batinas", pois a generalidade das associações de estudantes" entendiam e defendiam que estes não eram seres à parte e "superiores" à restante população. Em Lisboa e no ISESE a esmagadora maioria dos estudantes vestiam-se como toda a gente, salvo algumas raras capas e batinas, usados por "alentejanos", embora tb não tivesse tido acolhimento a pretensão dos estudantes da alta burguesia que frequentava o instituto de instituirem uma fatiota com "emblema" no bolso do lenço e gravata a condizer como em colégios universitários britânicos.
Em Évora e no ISESE a "crise" entra a Associação dos Estudantes e a Comissão de Festas dos Finalistas de 1970/71 teve como consequência o fim das "Festas de Finalistas", ao estilo das de Coimbra.Não houve no ISESE mais Festas de Finalistas.
E não se diga que só se sujeita à "praxe" quem quer, pk isso não é verdade. Trata-se duma prática despersonalizante, bem ao jeito das práticas seguidas na recruta das tropas de elite, para formar autómatos e seres não pensantes. O que não é nem deve ser o objectivos das escolas e do ensino, universitário ou não.
Mas qd os jovens envilecidos do cds, alguns secretários de estado no governo de pedro e paulo sustentado por aníbal propõem que a escolaridade obrigatória recue ao 9º ano - e quiçá ao analfabetismo - em nome da liberdade de aprender", temos (quase) tudo dito.
O que refiro refere-se à situação anterior ao 25 de Abril. Penso que Pacheco Pereira equaciona a questão actual com pertinência. As "praxes" têm uma tal carga negativa que em meu entender deveriam ser simplesmente abolidas, e substituídas por semanas de recepção aos novos alunos de conteúdo completamente diferente, sem as aberrações despersonalizantes, marialvas, sexistas, humilhantes e de "casca-grossa".
As razões da não assinatura do "código" pela Academia de Lisboa desconheço-as. Mas como disse, não há nem deve haver recuperação das "praxes"
Considero que salvo a excepção da Católica - para formatar as mentalidades num certo sentido - as universidades da "privada" são em muitos zasos fábricas de ensanduichar "diplomados" a troco de encher os bolsos dos seus proprietários. São, em muitos casos, escolas superiores de facilitismo, de que o caso Relvas é paradigmático.
A abjecção das praxes
OPINIÃO
Praxes: igual à máfia?
Praxe, polémica e violência, uma história com séculos
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxe-polemica-e-violencia-uma-historia-com-seculos-1621112
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