Praticamente desde o século XVI os povos de África resistiram à ocupação dos seus territórios pelos europeus e ao tráfico de escravos, sobretudo para as colónias americanas e para o que viria a ser os Estados Unidos da América. A partir da Conferência de Berlim em 1885, que procedeu à partilha de África e não só de acordo com os interesses do desenvolvimento capitalista, verificou-se a ocupação efectiva dos territórios. No que respeita a Portugal, este no final da Monarquia e durante a 1ª República procedeu às chamadas Campanhas de Pacificação, vencendo a resistência dos africanos devido à superioridade de armamento.
Desde então a resistência foi mais ou menos sufocada. Em Janeiro de 1961 os camponeses da Baixa do Cassange, em Angola, (numa área equivalente à de Portugal Continental) iniciaram uma greve contra o regime de monocultura de algodão e contra as condições de trabalho. Esta greve foi sufocada pela aviação militar, metralhando e regando com napalm as populações originando entre centenas e milhares de mortos, a ela não se referindo os órgãos de informação devido à férrea censura fascista.
Em 4 de Fevereiro do mesmo ano de 1961, coincidindo com o desvio do paquete Santa Maria e as greves em Portugal, as cadeias de Luanda foram assaltadas para a libertação de presos políticos. Os assaltos, posteriormente reivindicados pelo MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) falharam e em Luanda seguiram-se tempos de massacre das populações dos muceques da periferia da cidade, perpetrados por civis brancos armados.
Em 15 de Março de 1961 a UPA (União dos Povos de Angola), apoiada pelos EUA, desencadeou no Norte de Angola um ataque e a chacina de fazendeiros e suas famílias nas roças de café e dos respectivos trabalhadores bailundos, do Sul de Angola, usados para quebrar a resistência dos camponeses do Norte dentro do princípio do dividir para reinar, como sucedia em Portugal no Alentejo.
O Governo de Salazar sabia da preparação da revolta mas nada fez para evitá-la. Falhada a conspiração do General Botelho Moniz, Salazar e o seu governo resolveram ir "Para Angola e em Força". Nesse mesmo ano a União Indiana ocupou os territórios do chamado Estado da Índia e nos anos seguintes iniciou-se a guerra colonial em Moçambique e na Guiné.
O 4 de Fevereiro de 1961 marca pois o início da guerra colonial, a que o 25 de Abril de 1974 pôs termo, apesar da resistência e oposição do General Spínola e das ambiguidades posteriores de Mário Soares/PS.
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