domingo, 25 de janeiro de 2015

Sobre a terra, no horizonte ...

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sexta-feira, 27 de Novembro de 2009


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* Victor Nogueira
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Sobre a terra, no horizonte, cinza por debaixo da brancura das nuvens, como se estas fossem ondas do mar encapelado. Entre estas e o cinzento que tudo cobre, uma réstia de azul claro. Lá em baixo, no parque verde, um homem brinca com o cão; algumas árvores já estão despidas de folhas, com os ramos descarnados, enquanto a maioria ainda este coberta de verde e duas têm as folhas da cor do amarelo do Outono. Faz frio: dento de casa o termómetro marca 19º C.
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Neste preciso momento o sol, algures para lá a minha janela, a caminho do poente, deve  ter rompido pelas nuvens porque uma claridade imensa invadiu o escritório, mas já desapareceu voltando o tom sombrio, enquanto escrevia as palavras anteriores. Como se diz em português, «Foi sol de pouca dura»
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O correio electrónico traz apenas news letters e alguns mail interessantes mas não dirigidos especialmente a mim. Por outro lado estou cada vez mais cansado da virtualidade das pessoas na internet e de manter nove blogues e três grupos sociais.
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Estou triste e desanimado e vou deitar-me. Se acordar a tempo irei buscar os jornais e à Baixa. Tenho de tratar da Contabilidade do prédio, introduzindo os dados no computador, o que ainda não fiz por causa do acidente que tive em Abril.  Precisava de sair, de espairecer mas não gosto de andar sempre sozinho!
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Foto Victor Nogueira (Guincho - Cascais)
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01 - Os Vampiros
(José Afonso)
No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada 
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
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São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
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Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada 
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
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Publicada por Victor Nogueira em Sexta-feira, Novembro 27, 2009

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)