quinta-feira, 30 de março de 2017

Caneladas, Pontapés & Cabeçadas



* Victor Nogueira


O futebol e certas peregrinações são o pão e o circo nos tempos actuais. Na República o futebol é o Desporto-Rei, como se outras actividades desportivas não houvessem, com vários jornais desportivos e programas televisivos onde é dissecado ao pormenor e com paixão por vários “especialistas”. E assim às massas sem massas se administra a "cóltura" e se dão o pão e o circo, com ou sem vinho. 

Talvez não saibam quem foi Ícaro, Bartolomeu de Gusmão, Sarmento de Beires, Gago Coutinho ou Sacadura Cabral, Magalhães Costa, os irmãos Wright ou Santos Dumont, sem esquecer Maria Amaral e Óscar Monteiro Torres. Talvez até já nem saibam quem foram os “5 violinos”, Mário Coluna ou José Águas. Talvez até já tenham esquecido Victor Baía e Luís Figo. Mas Eusébio lá está no Panteão de Santa Engrácia, o das “Glórias” nacionais onde faltam os 3 pastorinhos para completar a trilogia. Panteão onde está Amália, mas não José Afonso ou Saramago, Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Maria Lamas  ou Ferreira de Castro, para além de cientistas, sem esquecer musicólogos  como Lopes Graça ou Giacometti.. 

E no ano dos centenários (da Revolução Russa e das chamadas Aparições de Fátima), o Aeroporto da Madeira não será seguramente um Local que venha a rivalizar com Lourdes ou com Fátima, mas diz dos valores que regem esta sociedade e que pretendem sejam os que devem prevalecer, mais pontapé, menos pontapé, mais cabeçada, menos canelada. Vale tudo minha gente para que se não discuta o essencial. A miséria autofágica em que vivemos, à beira-do-abismo ! 

Pois o destino das crianças pobres que queiram brilhar no firmamento e se lhes aponta para que da lei da morte e da miséria se tentem libertar  continuam a ser o Fado do Futebol e de Fátima. Com muitos e mais ou menos encobertos cifrões em lavandarias e off-shores.



Os 5 violinos -   Jesus Correia, Vasques, Albano, Peyroteo e José Travassos


Alvorecer_Peregrino, de Claudio_Reinke in
http://cleofas.com.br/qual-e-o-sentido-das-peregrinacoes/



quarta-feira, 29 de março de 2017

o farol do bugio espera por ti, à entrada da barra


Farol do Bugio - foto de Jorge Bandarra in
http://olhares.sapo.pt/farol_do_bugio_foto1033625.html



Victor Barroso Nogueira Há tanto mar em mim que não entendes LOL

BH - Não faças ondas... LOL

Victor Barroso Nogueira estou sereno como águas paradas
BH - O quanto não dou por uma tempestade no mar,vista e sentida do interior protector de um Farol.
Victor Barroso Nogueira o farol do bugio espera por ti, à entrada da barra 


Victor Barroso Nogueira No tempo da outra senhora tinha em Paço de Arcos um amigo faroleiro, o João Meles que eu sabia ser comunista. Uma vez fui com ele e outros faroleiros rio acima até Vila Franca, de barco para verificarem o estado das bóias sinalizadoras. Foi uma viagem inesquecível e ainda havia o aeroporto marítimo de Cabo Ruivo, para os hidroaviões. 


Ele propusera.me numa outra vez ir com eles até ao Farol do Bugio, mas nunca se proporcionou 
***


Desembarque no Aeroporto Maritimo de Cabo Ruivo  in
http://lisboadeantigamente.blogspot.pt/2015/09/aeroporto-maritimo-de-cabo-ruivo.html



terça-feira, 28 de março de 2017

Quem da nau a âncora cortará ?

* Victor Nogueira



Desertos estavam os salões
no Palácio adormecido
a vida apenas figurada em azulejos.
Brilhante era a tarde e para lá das vidraças
verdes eram os campos
onde saltaricavam rolas

A Ribeira da Laje, um lençol de água esverdeada que lenta escorria
-  onde sinuosamente fluíam os robalos.

Como em mim era o dia.

Lado a lado percorremos os corredores, o jardim,
entre-avistámos a pérgula
procurando a saída para a rua
cálida e serena.

Toda a tarde estive em ti como ave inquieta
Toda a tarde caminhei a teu lado
frágil canavial agitado pela brisa
riacho silencioso serpenteando por entre as pedras

Toda a tarde me calei no burburinho do meu verbo
e procurei em ti
o sol no teu olhar
a serenidade no teu sorriso
o acetinado do teu braço no meu ombro
o meu descanso na concha da tua mão
a harmonia da tua voz cristalina.

Toda a tarde caminhámos lado a lado
e agora, que partiste,
ficaram em mim a sede, a solidão e o desassossego..

Como Carta de Ítaca
de Ulisses fraco poema este é:
paupérrima carreirinha de palavras
estioladas como as flores no jardim
sequiosas de água que dessem vida à secura,

Na memória do jardim,
onde lado a lado apenas
caminhámos
crescem as sombras do anoitecer
em diluição da paleta do arco-íris.

Quando partes
fica em mim a nossa ausência
e no mar alteroso, preso ao chão que me rodeia
nascem âncoras em cadeia,
nenúfares onde as libélulas que esvoaçoam não poisaram.




Oeiras e Paço d Arcos, 2017.03.28

domingo, 26 de março de 2017

No Zoo de Lisboa

* Victor Nogueira



Já não me lembrava desta foto, de que publico este pormenor, tirada por um fotógrafo ambulante no Jardim Zoológico de Lisboa em Agosto de 1999. Ao meu lado a minha tia Maria Luísa em cujo espólio a encontrámos.




No Zoo de Lisboa com os meus tios José João e Maria Luísa




abreijo

* Victor Nogueira


O silêncio das palavras no meu beijo com desejo
Grato pelo amoramizade, aqui estou num dia primaveril embora cinzentonho e chuviscoso, mas amanhã bilhará o sol e os campos em redor continuarão verdes e vicejantes e os melros sairão do abrigo das árvores trinando

Paço de Arcos 2017.03.26

os andores e os andares

* Victor Nogueira

Parado
sem andor
na beira.rio sorrio
com frio
e
sem calor
nem verdor
de ardor
o andor
vazio

No andar
- o nono -
andarilho sem andar
um mono
em sarilho

Paço de Arcos 2017.03.26

sábado, 25 de março de 2017

piadas de mau gosto


JMC

Milhares de pais estão a inscrever os filhos de 12 anos nos centros de emprego para que um dia possam ter a reforma antecipada aos 60 anos, com 48 anos de descontos para a Segurança Social


Comentários
Victor Barroso Nogueira Outrora, no tempo do fascismo e nos primórdios do capitalismo,, a maioria das crianças não tinham direito a serem crianças, começando a trabalhar logo aos 5 ou 6 anos. Actualmente a idade mínima para trabalhar em Portugal é de 16 anos, mas a escolaridade obrigatória tem de ser garantida. Naturalmente que o que acima é dito apenas pode ser entendido como piada de mau gosto !

em coimbra, na Sé Velha


foto jj castro ferreira - coimbra - claustros da sé velha em 1975
maria luísa, victor e esperança


alfabeto



* Victor Nogueira

Tenho saudades de quem tenha saudades de mim, de quem me abrace e eu possa abraçar, que no meu colo recoste a sua cabeça ou no areal a beira mar, no cafe, no cinema ou no restaurante pouse a mão na minha. Tenho falta de quem me liberte e faça florir o sorriso e o arco-íris das lagrimas.

Paço de Arcos, 2017.03.24



NOSTALGIA

Procuro  dentro de mim
................a memória das naus que partiram
................nesse teu gesto de me
.........................................tocar o rosto
.........................................afagar os cabelos
.........................................ajeitar o kispoo
................toque das tuas mãos
................tocata ligeira e graciosa
Recordo a tua pele morena
................a tua voz  camarada e amiga
  quente sedutora
................o teu ar fresco e donairoso corpo
................a tua mão na minha
  no café no cinema ou no restaurante
................o teu cabelo curto ou comprido
................as tuas palavras
................quando  me dizes
................à partida
................rápido pela auto-estrada
................não vás depressa
................cuida de ti da tua saúde
................o beijo na face ou como ave
............................pássaro lançado ao vento
Regresso em pensamento viajo
Percorro os sítios onde estivemos
................o areal o lugar à beira-mar
................a esplanada as ruas da cidade aberta
................a tua casa acolhedora
................o silêncio
Hoje  raro me telefonas ou procuras
a não ser quando me sabes doente ou
  no dia do meu aniversário
  na passagem dos anos
com  delicada gentileza!

Flor do mar retraída.

1989.09.11 setúbal

quinta-feira, 23 de março de 2017

Marchas Populares em Luanda




* Victor Nogueira


RAÍZES
"Maianga Maianga
Bairro antigo e popular
Da velha Luanda
Com palmeiras ao luar ..."

''A Praia do Bispo
Cheiinha de graça
De manha á noite
sorri a quem passa ..."


(das Marchas Populares em Luanda)
Longo era o bairro ao longo da marginal
Longo era o bairro do morro de S. Miguel ao morro da Samba (...)



Octávio Guedes Coelho Maianga, Maianga/Bairro antigo e popular/Da velha Luanda/Com palmeiras ao luar/Ao som desta marcha/Vibra a tradição/Numa fogueira/E na luz do meu balão... Maianga a cantar com as raparigas/E mais os rapazes em lindas cantigas/Ó meu Santo António, Ó São Pedro, Ó São João/Aqui vai Maianga bem juntinho ao coração... Maianga já é velhinha/Mas tem alma sempre nova/E nos Santos Populares/Tem o sabor duma trova/Sobem foguetes para o ar/ Na noite de Santo António/E toda a gente diz Maianga/Toda a gente diz Maianga/Ao ver a Marcha passar....

Octávio Guedes Coelho A Praia do Bispo/Cheiinha de graça/De manhã à noite/ Sorri a quem passa/É sua beleza/O azul dos céus/É das obras belas/ Criadas por Deus....

Octávio Guedes Coelho A Ilha aqui vem/Mostrar que é alguém/Alegre sempre contente/É seu namorado/ O mar azulado/É boa para toda a gente...

Octávio Guedes Coelho São Paulo canta/ Aos corações/Ao Criador/ E às Missões/São Paulo canta/Bairro ideal/ Pousada em terras/ De Portugal...

Octávio Guedes Coelho São bocados de que me lembro, e para me lembrar tenho de os cantarolar. Entrei na marcha da Maianga, morando em S. Paulo. Eram os namoricos que nos faziam saltar de ensaio para ensaio e de namorada para namorada. Abraço, Amigo Victor.

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Maianga, Maianga - Bairro Antigo E Popular...


"MAIANGA, MAIANGA - BAIRRO ANTIGO E POPULAR"...




Assim começava o refrão duma MARCHA POPULAR DE LUANDA. Por altura das Festas da Cidade, Agosto, as Marchas Populares de Luanda eram o "ex-libris" dos festejos. Bairros como a Maianga, Vila Alice, Vila Clotilde, Ingombotas, Praia do Bispo, etc, com os seus arcos engalanados, raparigas e rapazes, cantando e dançando, faziam as delícias dos Luandenses e não só. Quer na Marginal, quem no Estádio dos Coqueiros, os luandenses vibravam com os representantes dos seus bairros.



O BAIRRO DA MAIANGA, vencedor duas vezes das marchas populares, sempre foi o meu Bairro. Fui para lá em 1946 e só mudei, quando casado fui viver para o Prenda.

Aqui, no MAZUNGUE, também há MAIANGUISTAS, se não há muitos, a partir de amanhã, dia do 27º ALMOÇO-CONVÍVIO DOS MAIANGUISTAS em Ansião, irei "angariar" amigas e amigos, que ainda não frequentam a Net. Vamos ver quantos vão responder à chamada?


Não tenho dúvidas, que este Bairro, tão conhecido em Luanda, vai chamar aqui muita gente, para dar os seus "bitaites" sobre tempos antigos.
Eu posso aqui já dar uma "dica" antiga: "eu sou do tempo (pareço as avózinhas do arroz de 15) em que, um rapaz de outro bairro que andasse com com "catraia" da Maianga, não a levava à porta de casa. Despedia-se dela, ali junto à Bracarense... Se era apanhado lá dentro do Bairro, com a moça, havia problemas...



VÁ MAIANGUISTAS, VAMOS LÁ A SALTAR PARA AQUI E A DELICIAREM-NOS COM A VOSSA VIVÊNCIA, NAQUELE BAIRRO MÍTICO.

http://mazungue.com/forum/index.php?thread/1578-maianga-maianga-bairro-antigo-e-popular/&pageNo=34 
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