domingo, 13 de outubro de 2024

os espontâneos, os anti-partidos e os "independentes"

 13 de outubro de 2012  · 

 
Os "independentes vão e voltam, ou não. Mas não os partidos Os partidos têm um  historial de promessas, de programas, de lutas, de objetivos que depois defendem ou  não. Os partidos podem ser confrontados!

Se a classe dominante tiver "queimado" os partidos que trapaceiramente a defendem fingindo que defendem o eleitorado, a Nação, Portugal, os Portugueses, então faz avançar os independentes. 

Onde vão os "independentes" angariar fundos para as suas campanhas? Que compromissos por baixo da mesa assumem? Que capacidade ou possibilidade individuais têm para contactar ou serem contactados pelos cidadãos? Para ouvi-los? Para estudar as medidas de governo ou para proporem alternativas ? Quem lhes paga os gabinetes de apoio? E os técnicos?  Como se podem desdobrar para intervirem nas comissões parlamentares? 

Acabado o mandato, transitando para as empresas (cujos interesses teriam defendido), que contas o manel ou a Maria prestam ao eleitorado  Servidos oui queimados, outros "independentes" avançarão!

O mal está nos partidos ou estará também  nos cidadãos eleitores que fugindo do PCP ou do Bloco, com a sua abstenção ou voto maioritários,   colocam na Assembleia da República e no Governo, por exemplo, a troika ps-psd-cds  dos grandes grupos económicos e financeiros nacionais e transnacionais.


13 de outubro de 2012  · 
 
Bem, isto é assm ...

As palavras de ordem reflectem o grau de consciência social. Que se vai adquirindo e até pode mudar radicalmente ao longo da nossa vida.

'Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!' é talvez imediatamente mobilizadr. Mas não esclarece

1.- que o problema não está na troika mas sim nos interesses que ela representa e defende. E esses são os dos grandes grupos económicos e financeiros nacionais e transnacionais. Os políticos e os tecnocratas são descartáveis. Como descartáveis não querem ser os detentores dos grandes grupos económicos e financeiros

2. - Detentores dos grandes grupos económicos e financeiros que no caso de serem expropriados querem legitimamente - a legitimidade do seu ponto de vista de classe - querem "as vidas deles de volta". Lutam para que lhes não tirem a sua riqueza e mordomias, a sua - deles - vida. Legítimas, segundo o ponto de vista deles. Mesmo que usem da trapaça e da mentira e da corrupção. Tudo "A bem da Nação" em Governos de Salvação, Conciliação ou Acalmação Nacionais do ps-psd-cds.

"Este não é o meu orçamento porque ... " é uma palavra de ordem que põe a tónica no individual, no "meu" e não no "nós", o "nosso"

Os capitalistas e agrários expropriados na sequência do 25 de Abril 1974/11 de Março de 1975 também clamavam que aquelas medidas de 6 Governos pré-revolucionários não eram o orçamento deles. Tal como a Constituição da República promulgada em 2 de Abril de 1976 não defende as aspirações mais profundas e os "direitos" dos grandes grupos económicos e financeiros, "expropriados" da vida deles.

Mas a Constituição ainda em vigor incopora(va) as aspirações mais profundas e os "direitos" dos trabalhadores e de amplas camadas do povo português, incluindo a impropriamente chamada classe média e os pequenos empresários do comércio, indústria e serviços.

 
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Público
Pois ...
Não vivemos cada um para o seu lado mas sim em colectividade com divisão do trabalho e das funções. Doutro modo ninguém conseguiria (sobre)viver dada a complexidade crescente da sociedade. Ninguém hoje é um faz-tudo ou auto-suficiente.
Cada um contribui com a sua quota-parte individual para o colectivo e é neste que está a satisfação das necessidades individuais. E é na determinação de quais são as necessidades individuais e o que indivíduo espera "sacar" do trabalho colectivo. Aqui começa a distinção entre a solidariedade e o egoísmo. Aqui nasce o desiquilíbrio entre o que o colectivo "produz" e "cria" em bens e serviços e o que o indivíduo quer sacar .. do trabalho alheio, maniual ou intelectual.
Se um grupo de indivíduos [inquestionavelmente organizado em várias frentes] - a classe detentora dos meios de produção e de inConsciencialização Social - é que define as necessidades e o grau de satisfação de amplas camadas/outras classes e camadas sociais, não se trata duma "lamechice" ou duma "pieguice" as pessoas/cidadãos (m/f) esperarem que a sociedade lhes abra o futuro não em função do recheio da carteira mas sim do mérito, das competências, dos sonhos, que só em colectividade e na solidariedade, numa democracia económica, social, cultural e política, podem encontrar campo para se expandirem
Desde que estejamos vivos, quer queiramos quer não cada um de nós é político e faz política todos os dias.
Mordomias e salários obscenos têm os grandes capitalistas. Mas se eu escrever isto, muitos dos que falam contra os deputados e os políticos dir-me-ão que eu sou é um invejoso, porque em vez de trabalhar ando a querer acabar com os grandes empresários ... que nos dão trabalho.
Está-se mesmo a ver que sim. Para além de despedirem, dão-nos trabalho a convencer os ingénuos misturados entre os "mal-intencionados" . Mas que trabalhos! Porque sacam sempre de outro argumento. Uns, talvez a maioria, por "ingenuidade". Outros porque são de facto fascistas.

O Analfabeto Político
Berthold Brecht

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

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