quarta-feira, 29 de abril de 2020

conseguimos, pá!

* Victor Nogueira



Conseguimos, pá.
Estamos a conseguir, pá, (quase) sem resistência nem oposição!
Conseguimos pá, infectar a humanidade com o medo!
Conseguimos, pá, criar um inimigo invisível, que nem bicharoco é,
........................e lá vai o pessoal voluntariamente para o confinamento e atomização!
Conseguimos pá, sem algemas nem botas cardadas,
conseguimos prendê-los nas teias de insanos medos e angústias.
Conseguimos, pá, no aproveitar é que está o ganho.
Conseguimos pá «Tudo pela Nação, Nada contra a Nação
por um Governo de "Salvação Transnacional" do Capital
E que vivam e perdurem o “silêncio dos inocentes” e
.......................................as artes e manhas das aves de rapina e dos abutres.
Conseguimos pá!
Conseguimos que a uma Vida desassombrada a maioria escolha a vegetatibilidade fetal. Conseguimos, pá, transformar uma pandemia num pan-demónio à solta, orquestrado.
Estamos a conseguir criar a Transnacional do Medo!

o Horror, O HORROR”, no “coração das trevas

Estamos a conseguir, pá!
Estamos a conseguir liquidar com a Humanidade e a Solidariedade.
Estamos a conseguir, pá!
Que venham mais muros, mais barreiras, entre as Pessoas.
Estamos a conseguir, pá.

Um Mundo Novo vos espera: aquele em que reine a Paz dos Cemitérios e da Roma Imperial.

No Planeta azul, cada vez mais cinzento, aos 29 dias de Abril da Era Comum

Gravura - "O Medo", por Edvard Munch

«(...)

O medo vai ter tudo quase tudo e cada um por seu caminho havemos todos de chegar quase todos a ratos Sim a ratos.»


Alexandre O'Neill, “O poema pouco original do medo” in 'Abandono Viciado'

"Sonha" ou a degradação no tempo

* Victor Nogueira


Numa parede que limita o adro da Igreja de N. Sra da Anunciada, o "Sonha" degrada-se com a passagem do tempo e a acção de humanas ou desumanas mãos (foto GEDC0573)



o antes ...





Sentir
.............   o veludo
...........................     da voz
.............   o calor
...........................     do sorriso
.............   a fragrância
...........................     do olhar
 .............o encanto.
 ...........................da alegria
 Libertar
 .............os gestos
 .............o silêncio
..............o riso
 .............as lágrimas
 Dizer
 .............amor
 .............camarada
..............amiga 
..............companheiro


1985.Julho.15 - Setúbal



... e o agoramente!


Notícias do Bloqueio II

        Estão suspensas as palavras
        Proibidos os gestos
                   de ternura, amizade e amor.
         O silêncio invade as ruas
                   entra nas casas
                   senta-se á mesa da gente.
         Que sentido tem dizer
                   amor
                   amiga
                   camarada
                   companheiro?
         Que sentido tem
                   abrir as mãos e os olhos
                   e perguntar qual o significado do
                   que vemos, ouvimos, entendemos e sentimos?
         Gaivotas loucas, alvoraçadas, enchem os ares
         de movimento e ruído
         enquanto a vida escorre pelos dedos
                   indiferente
                   medíocre
                   submissa.

1985.Outubro.02 - Setúbal



terça-feira, 28 de abril de 2020

Um 1º de Maio no tempo do fascismo [1962]

* Victor Nogueira
O 1º de Maio é um dia dos trabalhadores comemorado em muito países desde 1889, por vezes em festa mas quase sempre em luta por melhores condições de vida e de trabalho. O mesmo sucedeu em Portugal na longa noite fascista, apesar de repressão e da negação de direitos elementares, como os de associação, manifestação e reunião.
Ao folhear jornais desse tempo encontramos o 1º de Maio de 1962 segundo o Diário de Notícias de 3 de Maio, de que transcrevemos partes essenciais, mantendo os subtítulos originais:.
"O 1º de Maio foi assinalado em Lisboa por desagradáveis acontecimentos ocorridos ao fim da tarde, em várias artérias da Baixa. Os incidentes, com correrias e muito alarido, desenrolaram-se à hora em que o movimento era mais intenso (aquando do encerramento das actividades quotidianas) voltando a repetir-se à noite, após terminados os espectáculos, lançando a confusão e envolvendo a população ordeira que, nas duas circunstâncias, só tinha a preocupação de regressar aos lares.(...) Através de uma intensa propaganda por meio de panfletos clandestinos espalhados pela cidade e distribuídos de várias formas ilícitas, os perturbadores, além de pretenderem incitar as classes trabalhadoras a concentrarem-se na Praça do Comércio [em Lisboa] para apresentarem certas reivindicações, instigavam-nos também a faltar ao trabalho.
.
Num belo exemplo de ordem e de compreensão, ninguém faltou à fábrica ou oficina, ao escritório ou ao estabelecimento, numa inequívoca afirmação de que o povo de Lisboa - e de todo o País, aliás - quer continuar a viver na ordem, na paz e no trabalho.

A despeito da indiferença da população e dos trabalhadores, as entidades governativas ordenaram medidas especiais de segurança, tendo a PSP montado um dispositivo de vigilância e de patrulhamento na zona do Terreiro do Paço, onde foram estabelecidas as aconselháveis precauções. Junto das esquadras da área foram concentradas forças para acorrer em caso de necessidade, enquanto os automóveis das brigadas moveis [da Legião Portuguesa] não deixaram de percorrer a zona. Também foram montados serviços de vigilância, nas gares e estações, como medida de precaução. (...)"
."Aparece um grupo de desordeiros"
Mas pouco depois das 18,30, formaram-se grupos de indivíduos que, a pretexto da detenção de três desordeiros (...) injuriaram e vaiaram a polícia, tentando rodear um carro patrulha.
Acorreram os pelotões ao mesmo tempo que os grupos de desordeiros engrossavam, envolvendo, na massa, as muitas pessoas que transitavam despreocupadas. (...)
A força policial tentou afastar a multidão que então se formara num ápice, aconselhando, através de potentes altifalantes portáteis, as pessoas ordeiras a afastarem-se, o que muitos fizeram, e outros, embora o quisessem, não o conseguiram.
Á desobediência seguiu-se a tentativa de resistência e a Polícia viu-se obrigada a carregar de bastão em riste, no meio de gritaria e insultos dos manifestantes, sucedendo-se as correrias.
Não sem bastante trabalho a Polícia conseguiu fazer evacuar da praça, do lado oriental, os que ali se concentravam, tendo estes e mais outros grupos que então se formaram subido as ruas Augusta, da Prata e dos Fanqueiros. Nesta última artéria diversos díscolos desligaram os "trolleys" dos carros eléctricos para provocar o congestionamento do trânsito.

(...) Um carro patrulha da PSP foi igualmente atacado por outro grupo de díscolos (e a respectiva) "tripulação teve de sair e disparar alguns tiros para o ar, pondo em fuga os atacantes.
A Polícia teve de carregar novamente e os desordeiros, muito aumentados e continuando a misturar-se com a multidão que procurava, em vão, afastar-se desses locais, fugiam dum lado para logo aparecerem e se reagruparem noutro.
Em dada altura a situação piorou por motivo de alguns amotinados começarem a apedrejar os agentes da autoridade, que continuavam a dispersar os desordeiros, e os motins aumentaram.
Disparos para o ar para intimidar os desordeiros
Perante a agressão praticada pelos desordeiros a Polícia viu-se na necessidade de empunhar as armas de fogo para impor respeito e intimidar os díscolos. Várias descargas, algumas de armas automáticas, foram feitas para o ar e durante algum tempo ouviu-se tiroteio.
Os elementos provocadores não cessaram entretanto a sua actividade, procurando alastrar a confusão até à Praça da Figueira e Martim Moniz, para onde fugiram perseguidos pela força pública.

O aparecimento de um esquadrão de cavalaria da GNR facilitou depois a tarefa da polícia, abreviando a dispersão dos desordeiros.
Atingido mortalmente quando actuava com os desordeiros na área da Madalena
A despeito de a Polícia haver feito as descargas para o ar, com a preocupação de não atingir a multidão, alguns projecteis disparados mais baixo atingiram seis dos manifestantes e até mesmo um polícia foi ferido por uma bala.
Dos desordeiros atingidos um deles teve morte imediata, pois um projéctil atravessou-lhe o crânio (...)
Voltaram a repetir-se incidentes à noite
À noite, como atrás dissemos, depois de terminarem os espectáculos, outros grupos de desordeiros voltaram a tentar perturbar a ordem no Rossio e proximidades, obrigando os esquadrões da GNR e os pelotões da PSP a intervir mais uma vez. (...)
Num breve momento a Polícia teve de disparar alguns tiros de advertência.
Mais de uma centena de detenções.
No decorrer dos acontecimentos da tarde e da noite foram detidos mais de cem indivíduos que foram entregues à PIDE, que está a proceder a investigações sobre as suas actividades e apurar as responsabilidades que lhes cabem.
Entre as detenções efectuadas à noite figuravam duas senhoras e um homem que, dentro de um automóvel em que seguiam e haviam parado próximo de um ajuntamento que as forças da ordem dispersaram, injuriaram e ameaçaram a polícia.
Um outro indivíduo foi preso quando atirava pedras a um esquadrão de cavalaria. Na esquadra do Teatro Nacional foram-lhe apreendidos panfletos de propaganda subversiva que ele transportava dentro da capa de um livro.
A outros presos foram encontrados fragmentos de vidro com os quais chegaram a golpeara agentes da Polícia.
Temos informação de terem sido detidos três estrangeiros capturados no decurso dos incidentes.
A calma voltou a partir da madrugada.
Quando dos incidentes ocorridos à noite a Polícia mandou encerrar os cafés e casas de pasto existentes na área entre o Rossio e a Praça do Comércio. A partir da 1,30 da madrugada a cidade voltou à normalidade, mantendo-se, no entanto, de prevenção até ao alvorecer, as forças da polícia com intenso patrulhamento na Baixa.
O dia de ontem foi de inteira calma e apenas os estragos nalguns estabelecimentos, que ainda não tinham sido reparados, faziam lembrar as ocorrências da véspera."
Enquanto isto se passava em Lisboa, reinaria a paz noutras zonas do país, como na Covilhã, importante centro industrial onde, segundo o jornal que vimos citando, "o Governador Civil de Castelo Branco (havia comunicado) ao sr. Ministro do Interior ter recebido da Secção do Sindicato Nacional do Pessoal da Indústria de Lanifícios daquela cidade o seguinte telegrama da gerência duma fábrica de Cebolais de Cima, em que se empregam mais de mil operários: "Nesta hora em que tantos parecem esquecer o seu dever de portugueses, os operários da indústria de lanifícios de Cebolais de Cima dão o seu exemplo de trabalho, na ordem e no amor da Pátria"
No Porto a PSP dispersou os grupos de agitadores
Bem, não reinaria propriamente a paz em toda a parte, pois o Diário de Notícias anunciava que "no Porto a PSP dispersou os grupos de agitadores".
O esquema da notícia é o mesmo. Assim, segundo o jornal, "o 1º de Maio na cidade do Porto foi, para a a sua população, um dia de trabalho como outro qualquer. Todos os estabelecimentos funcionaram normalmente e nada houve até ao fim da tarde que fizesse prever uma alteração da ordem pública ou qualquer agitação".
Contudo não faltaram as medidas de precaução da PSP, o que não impediu os manifestantes de se manifestarem a partir das 18,30 .
Como em Lisboa houve feridos entre os manifestantes e a prisão de "alguns mais recalcitrantes" Tal como em Lisboa, "as correrias, diminuindo de intensidade a pouco e pouco, duraram até depois da meia noite, mantendo-se o serviço de vigilância enquanto foi julgado necessário."
Eis pois como a imprensa ao serviço do fascismo relatava o 1º de Maio, segundo ela obra de uma minoria de subversivos, díscolos e desordeiros, que forçavam multidões a manifestarem-se durante horas seguidas, obrigando à efectiva declaração do estado de sítio, apesar das forças policiais carregarem com os cavalos, dispararem tiros que matavam e feriam, e prenderem para que a PIDE averiguasse. e a "ordem pública" fosse mantida.
Comentários de VN
Jornal do STAL nº 53 (1999 Abril)

1 comentários:

Vieira Calado disse...
Eu estava lá e assisti, desde o princípio ao fim, tanto mais que morava na rua dos Fanqueiros.
A polícia disparava para o ar?
Pois. Disparou para uma janela, na minha rua, onde alguém (creio que uma velhota) observava as cenas...
As cenas espalharam-se até à Rua do Salitre, se a memória não me falha.
E até ao Carmo.
Para quem olhava para o Rossio, desde a plataforma superior do elevador da Glória, onde eu estive, parecia uma guerra aberta, com tiros, fumarada, carrinhas da polícia, pequenos carros blindados, gente a fugir de um lado para o outro...
Um abraço
.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Emergência ou Calamidade: OS MEXILHÕES E OS JOGOS DE ALTO RISCO ENTRE MARCELO & TÓ COSTA

* Victor Nogueira


Costa admite fim do estado de emergência em Maio.

Primeiro-ministro criticou os constitucionalistas que levantaram dúvidas sobre passagem para o estado de calamidade. Confinamento é para manter diga o que disser a Constituição”, respondeu Costa dizendo confiar “na consciência das pessoas”(Da comunicação social)

OS MEXILHÕES E OS JOGOS DE ALTO RISCO ENTRE MARCELO & TÓ COSTA

CERTO E SABIDO É QUE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA APADRINHA UM CONLUIO GOVERNAMENTAL ENTRE O PS E O PSD, embora tivessem tido de aguardar - em compasso de espera - pela saída de cena de passes de coelho e sua troupe.

RIO FOI CLARIFICANDO QUE VIABILIZARÁ TODOS OS ORÇAMENTOS DO PS NA ACTUAL LEGISLATURA E COSTA NÃO ENJEITOU CLARAMENTE UM GOVERNO DE "SALVAÇÃO NACIONAL" DO CAPITAL, PRECONIZADO POR MARCELO, às claras ou encoberto.

Para lá das aparudências, Rio tem sido o seguro de Costa na sua viragem à direita, iniciada após as últimas legislativas. À boleia do Covid 19, Costa queria o "Estado de Calamidade" e Marcelo o "Estado de Emergência".

Enquanto este último tem limites temporais e carece de aprovação da Assembleia da República, o Estado de Calamidade prescinde disto tudo, ficando o Governo com mãos (quase) livres para impor o que muito bem entender.

E Costa já vai dizendo que manterá medidas de excepção diga o que a Constituição disser, aparentemente ao habitual estilo pesporrento que caracteriza muitos dirigentes do PS.

Maus e tenebrosos tempos se avizinham?

imagem em https://www.istockphoto.com/br/vetor/ilustra%C3%A7%C3%A3o-psicod%C3%A9lica-sobre-xadrez-vector-imagem-surrealista-sobre-o-tema-da-gest%C3%A3o-gm1063234354-284249225

Não, não são desenhos meus


* Victor Nogueira

Não, não são desenhos meus mas "brincadeiras" do meu tio José João, que era arquitecto. Na família, para além dele, desenhavam bem os meus pais e o meu irmão, assim como o meu filho Rui Pedro, embora me diga que não. Quanto a mim, não creio que eu tenha arte para desenhar.

domingo, 26 de abril de 2020

CONFINAMENTO COMPULSIVO DAS PESSOAS COM MAIS DE 70 ANOS?

* Victor Nogueira



QUE DIZ O ARTº 13º DA CONSTITUIÇÃO?

Artigo 13.º (Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.



ISTO TIRA-ME DO SÉRIO. ENTÃO UM CIDADÃO OU CIDADÃ NO PLENO USO DAS SUAS FACULDADES MENTAIS PODE SER "LIMITADO" NO EXERCÍCIO DAS SUAS LIBERDADES, DIREITOS E GARANTIAS?




VÃO OBRIGAR OS MAIORES DE 70 ANOS A USAREM A ESTRELA DE DAVID? VÃO ADMINISTRATIVA E LIMINARMENTE SEREM DECLARADOS INCAPAZES E / OU INTERDITOS TODOS OS MAIORES DE 70 ANOS INDEPENDENTEMENTE DO QUE A LEGISLAÇÃO ESTABELECE E GARANTE?



VÃO NOMEAR CURADORES PARA TODOS OS MAIORES DE 70 ANOS, COMO SE FOSSEM PSIQUICAMENTE INCAPAZES E SEM CAPACIDADE DE AUTO-DETERMINAÇÃO?



NO TEMPO DO FASCISMO, DA REPRESSÃO, DA FOME, DA GUERRA COLONIAL E DA MISÉRIA HAVIA A LENGA-LENGA MENTIROSA DE QUE OS COMUNISTAS MATAVAM OS VELHOS COM UMA INJECÇÃO ATRÁS DA ORELHA E TORNAVAM AS MULHERES PROPRIEDADE COLECTIVA, PARA ASSUSTAREM A POPULAÇA QUE OUSASSE PÔR EM CAUSA O FASCISMO, AO REIVINDICAR E LUTAR POR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO!



E AGORA, AO ARREPIO DA CONSTITUIÇÃO E DAS DECLARAÇÕES DOS DIREITOS DA HUMANIDADE, VÃO CONSTRUIR "LAZARETOS" OU "GAFARIAS" OU "CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO", TALVEZ CERCADOS DE ARAME FARPADO, ELECTRIFICADO, PARA OS VELHOS, A "PESTE GRISALHA" INFECTO-CONTAGIOSA?



E NÃO VÊM QUE ISTO É MAIS UM PASSO NA ORQUESTRAÇÃO PARA UMA SOCIEDADE CONCENTRACIONÁRIA, DE ESCRAVOS E SUB-HUMANOS AO SERVIÇO DOS SENHORES DA TERRA?



NUMA COMPLETA IRRACIONALIDADE MUITAS PESSOAS ACEITARAM COMO PERFEITAMENTE NATURAL



1. - A SUSPENSÃO DE DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS, COMO OS DE RESISTÊNCIA, DE REUNIÃO, DE ASSOCIAÇÃO, DE CIRCULAÇÃO, DE MANIFESTAÇÃO, DE GREVE, DE ACTIVIDADE SINDICAL, ENTRE OUTROS



3. - ACEITARAM COMO NATURAL O CONFINAMENTO INSANO DUMA PARTE DA POPULAÇÃO ENQUANTO A RESTANTE GARANTIA AS SUAS NECESSIDADES BÁSICAS



3. - ALUCINADAS DE MEDOS, RECEIOS E INSANAS ANGÚSTIAS INDUZIDAS PELA COMUNICAÇÃO E REDES SOCIAIS, TORNARAM-SE INTOLERANTES A QUEM PENSE DE MODO DIFERENTE, COM SLOGANS ESTILO "foda-se, fica em casa" EM NÃO POUCOS CASOS IGUALANDO-SE AOS BUFOS DA PIDE AO "DENUNCIAREM" À POLÍCIA QUEM PENSA DE MODO DIFERENTE E CIRCULA PELAS RUAS, MESMO QUE CUMPRA E RESPEITE AS DIRECTIVAS SANITÁRIAS.



4. - MUITOS O POUCOS OSTRACIZAM O PESSOAL DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE, DOS SUPERMERCADUOS, DAS FORÇAS DE SEGURANÇA, TAMBÉM ESTES CONSIDERADOS POTENCIAIS AGENTES INFECTO-CONTAGIOSOS, IRRESPONSÁVEIS SE REGRESSASSEM ÀS SUAS RESIDÊNCIAS, PONDO EM CAUSA A "saúde e segurança" DE VIZINHOS TRESLOUCADOS, BERRAM E UIVAM ESTES..



5. - MUITOS TRANSFORMADOS EM ZOMBIES, SERES SEM ALMA, MORTOS-VIVOS, NEGANDO A NATURAL CONVIVIALIDADE E SOCIABILIDADE NA EXPRESSÃO E PARTILHA DOS GESTOS FÍSICOS DE TERNURA, AMIZADE, AMOR, O OUTRO TRANSFORMADO EM INIMIGO, EM POTENCIAL ALVO A ABATER, ESCOLHENDO A VEGETATIBILIDADE FETAL EM VEZ DA VIDA DESASSOMBRADA.



COMO ESCREVEU Martin Niemoller A PROPÓSITO DO NAZI-FASCISMO



Quando os nazistas levaram os comunistas,
eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista.



Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata.



Quando eles levaram os sindicalistas,
eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista.



Quando levaram os judeus,
eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu.



Quando eles me levaram,
não havia mais quem protestasse.



AQUI FICA O TEXTO DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, APROVADA PELA ONU EM 1948.12.10


(escrito em 2012)

* Victor Nogueira


Pois, Yuna, mas Woody é um efabulador e aos efabuladores toda a magia dos gestos, dos dedos, do olhar, dos lábios e das palavras é permitida

... o pior é se,levados nas asas da imaginação, no final não encontram senão pó cinzento e plúmbeo LOL (escrito em 2012)

O OUTRO LADO DA INSANIDADE

* Victor Nogueira

O OUTRO LADO DA INSANIDADE (QUASE) COLECTIVA. OU DE COMO A PANDEMIA GEROU UM PANDEMÓNIO POR DESNORTE INDUZIDO OU PROPOSITADO. 

OS VELHOS ACAMADOS EM LARES MORRERAM, COMO SERIA PREVISÍVEL, (SÃO A MAIORIA DOS ÓBITOS DEVIDOS AO COVID 19) E OS "DOENTES" PIORARAM OU MORRERAM POR FALTA DE ASSISTÊNCIA. 

UNS CONFINARAM-SE NOS SEUS BUNKERS, IRRACIONALMENTE, ENQUANTO OUTROS ASSEGURARAM A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES BÁSICAS DOS AUTO-CONFINADOS EM ALIENAÇÃO.

ENTRETANTO, O RISCO DE POBREZA AUMENTA, ENTRE DESPEDIMENTOS, FALÊNCIAS, REDUÇÃO DE SALÁRIOS OU LAY-OFF

COM O DESEMPREGO E A DIMINUIÇÃO DOS RENDIMENTOS DAS FAMÍLIAS DIMINUEM  AS RECEITAS FISCAIS E AS CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURANÇA SOCIAL,  NÃO SE MORRE DA PANDEMIA MAS SIM DO PANDEMÓNIO INDUZIDO OU PROPOSITADO





Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.

* Victor Nogueira


Desobedecendo às instruções do Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas, o povo de Lisboa, incluindo a juventude de então, os velhos de agora, saíram à rua e transformaram um golpe de Estado numa Revolução, cercando o Quartel General da GNR (Largo do Carmo), onde se refugiara Marcelo Caetano, Presidente do Conselho de Ministros, a Sede  Nacional da PIDE/DGS (Rua António Maria Cardoso), os militares no Terreiro do Paço, levando à rendição do Regimento de Cavalaria 7, a única  e poderosa força militar que se opunha ao Golpe, e o Forte de Caxias, uma das prisões políticas do fascismo. Note-se que o povo na rua foi um importante elemento que impediu que a fragata Gago Coutinho disparasse contra as forças revoltosas no Terreiro do Paço.

A PIDE foi a última força do regime a render-se, depois de ter disparado contra a multidão causando mortos e feridos entre os civis. Ao tentar fugir, um dos agentes da PIDE/DGS seria morto pelos militares, por não ter acatado a ordem de se render.

A libertação dos presos políticos dos Fortes de Caxias e de Peniche ocorreu apenas na madrugada de 27 de Abril, quando o MFA pôs finalmente termo às manobras do General Spínola (que havia nomeado   um novo Director para a PIDE/DGS, que pretendia manter) e às tentativas de ser esta a dizer quem deveria ser libertado ou continuaria preso.

AQUI O TEXTO DO  1º COMUNICADO DO MFA:

«“Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma.

Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.

Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária.”»

Joaquim Lopes Guizado O comandante da Bateria de artilharia pesada de Vendas Novas posicionada no Alto do Cristo Rei , também enviou um aviso muito sério ao comandante da Gago Coutinho , baixava as peças ou então ia imediatamente ao fundo . Mas nessa altura parte da guarnição da fragata tinha desobedecido às ordens do Comandante . Figura muito conhecida .