Esta madrugada, antes de deitar-me, mudo a hora nos relógios. Quando hoje entrei no carro para ir almoçar ao Porto, olho para o relógio e leio 12:40. Telefono à minha tia Teresa a dizer-lhe que vou chegar atrasado e ela responde-me coma sua habitual placidez sorridente:"Ainda vens muito a tempo, só são ainda 10:40. Não sabes que ontem mudou a hora ?"
Bolas, andei eu na esgalha e afinal em vez de atrasar a hora adiantei-a. Enfim .. Talvez assim e no caminho ainda tenha tempo de fotografar a Igreja românica de Cedofeita, penso para comigo.
Isto de chegar tarde é uma pecha de família. Para tentar evitá-lo a minha mãe tinha o relógio sempre adiantado 10 minutos e eu comentava-lhe que se eu tivesse o relógio adiantado 10 minutos nem por isso chegaria a tempo pois sabia que ele estava .. adiantado e daria o desconto.
Ontem a imagem acima foi a minha foto de perfil mas, com as minhas apressadas e habituais leituras em diagonal, li que deveria adiantar a hora quando, reparando melhor, o Tintim às duas horas está não a puxar para diante o ponteiro das horas mas sim a empurrá-lo para trás..
"Gosto de gente de verdade. Se você não consegue ser, por favor, não perca o seu tempo comigo".
Ana Jácomo
Victor Nogueira Não há uma verdade absoluta e definitiva. A verdade é sempre relativa e circunstancial. Sendo virtuais os bjos que te dou, neles estão a cor, o sabor e a textura que lhes encontrares e descobrires :-P
Os angolanos, os ingleses e norte-americanos, os comunistas e muitas vezes os colegas de trabalho e profissão tratam-se por tu. E na minha família, de bisavós a bisnetos e colaterais todos nos tratamos por tu. .
JMC - Há pessoas, profissionais de certos ofícios, que têm a mania de tratar por tu quem mal conhecem. Não me incomoda, mesmo quando pressinto nisso algum paternalismo ou sinal de pretensa superioridade. Pago da mesma moeda, tu cá, tu lá, seja médico ou ministro. Uns encaixam bem, outros... não. Tenho cada história...
Victor Nogueira -Bem, os angolanos, os ingleses e norte-americanos, os comunistas e muitas vezes os colegas de trabalho e profissão tratam-se por tu. E na minha família, de bisavós a bisnetos e colaterais todos nos tratamos por tu. .
JMC - Gostas de ir ao médico e um tipo que nunca viste antes começar a tratar-te por tu com uma certa sobranceria? "Então o que te traz cá? De que te queixas?". Comigo leva logo com um "pá, disseram-me que és bom médico..." Alguns recuam logo, outros vão na onda.
Victor Nogueira - Ah ! Isso é diferente. Mas esse tratamento por "tu", ofensivo, só me usaram antes do 25 de Abril. Mas repito, o tratamanto por tu pode não ser ofensivo. Depende das culturas ou subculturas. Em inglês, embora não te possas aperceber, todos se tratam em princípio por tu. Muitos angolanos de cor aqui em Portugal que me não conheecem de lado algum tratam-me por tu. Aqui no FB muitas pessoas tratam-se por tu logo desde o início
JMC - Não era a essas situações que me referia, Victor.
Victor Nogueira - Nunca trato os médicos por "senhor doutor", quanto muito por "oh doutor". Uma vez numa consulta médica o clínico tratava-me por "senhor Victor", embora soubesse a minha profissão - pk estava na ficha médica (sociólogo) - e eu como é meu hábito falava com ele sem o tratar por "doutor". Ás tantas ele pergunta-me "o senhor é o quê" e eu respondi-lhe "sou sociólogo, está aí na ficha que o senhor tem à sua frente". O homem monossilabou qualquer coisa, continuou a tratar-me por "senhor Victor" e eu continuei a não usar para com ele o "doutor".
ADENDA 01 - Só puxei dos "galões" uma vez e no serviço. Uma jovenzinha do Departamento de Pessoal, de cuja direcção eu havia sido afastado pelo PS, telefonou-me para um assunto de serviço tratando-me por "senhor Victor". Entendi que aquilo era uma provocação e disse-lhe "A senhora conhece perfeitamente qual é o tratamento que o Departamento utiliza para com os técnicos da Câmara e portanto é esse que deve usar para comigo qd tratar de questões de serviço e não o de"senhor Victor" e a provocaçãoznha dela terminou. Sempre assinei os documentos de serviço apenas com o nome e a categoria profissional, Mas há muitos colegas meus que antes ou depois do nome põem não a categoria profissional mas sim "dr." No Urbanismo a generalidade dos técnicos e técnicos superiores tratavam.se por tu. E as assistentes sociais eram apenas a "senhora dona". Depois o curso de assistente social foi equiparado a licenciatura, Uma das assistentes sociais, quando com a força do hábito era interpelada como "senhora dona" respondia impertinente "senhora dona, não, senhora doutora". Azar dela, pk passando a "dra" no Urbanismo, não teve direito a que eu a tratasse nem por "tu" nem por "dra".
Não é só com os "populismos" que a "direita" "liberal" e "ordeira" - adepta do darwinismo social - faz "agit-prop" de sinal contrário, mas acusando/acenando/ameaçando/amedrontando/aterrorizando com a "acusação" e o espantalho de que todos os que se lhe opõem são a "extrema-esquerda", nesta incluindo os "moderados". isto é, mesmo aqueles que não ponham em causa a des/ordem socio-económica estabelecida mas queiram apenas mais "justiça social" . Todos essa "extrema.esquerda" (subliminarmente) apresentada como usando faca na liga, navalha nos dentes e petardos nos bolsos.
O Residente em Masamá faz um número para a galeria e, sendo líder, nem sabe que o líder a ele subordinado apresenta no Parlamento ? E cheio de pose não concorda nem que Schäuble faça ingerências públicas, - mas se forem na privada, tudo bem - nem que Costa emita graçolas na "resposta" ao teutónico Ministro das Finanças. Querem ver que Caros Pacheco vai assessorar Schäuble em tribunal contra-Costa ?
Fica a cerca de 3 km a sul de Vila do Conde, (41° 18' 52" N 8° 42' 56" O) a 20 km a Norte do Porto, a cerca de 9 km a Norte de Pedras Rubras e a 2 km da praia do Mindelo, na Ponta da Gafa, a partir da estação do metro de superfície. O Mindelo figura na História como sendo o local onde em 8 Julho de 1832 desembarcaram as tropas liberais de futuro D. Pedro IV que ficaram conhecidas como os Bravos do Mindelo e marcharam para o Porto onde sofreram o cerco das forças miguelistas de Julho de 1832 a Agosto de 1833. O Mindelo de Cabo Verde, na ilha de São Vicente, teve origem no Mindelo de Vila do Conde. O nome da povoação na baía do Porto Grande, foi uma decisão do Governo da Metrópole, em 1838, em memória do desembarque do exército expedicionário de D. Pedro IV nas praias desde a Praia de Mindelo até à Praia dos Ladrões, em Arnosa de Pampelido, mais a sul. Mas Mindelo de Vila do Conde não é o nome de uma localidade mas sim da freguesia, constituída de vários ""lugares" que o crescimento urbano uniu, desde a EN 13 até à praia, na Ponta da Gafa.
Esta Pénelope
não em Ítaca
mas no cimo do cerro
encerrada
por Ulisses não serra
as grilhetas
em cíclope tarefa.
Cadenciadamente
cai areia nas ampulhetas
e a teia
não ateia nem incendeia,
sem chama
a nau vagueia.
Tece pois Penlope a manta
sinhá moça rendeira
e em Tróia jazz
sem paz o segredo
que rima
em degredo
A harpa
hárpia é
uma farpa na rude escarpa
Não arrima Penélope
e
sem corda não acorda
sem ponte que aponte a fonte
não corre
em cerrado morre no cerro
sem Lampião
Maria, a Bonita !
.
Mindelo 2016.10.28
GRAVURA - "olê, mulher rendeira 1" por EDINA SIKORA
IN http://edinasikora.blogspot.pt/2014/01/ole-mulher-rendeira-1-e-2.html
peao2007 - Antonio dos Santos, mais jovem cangaceiro de Lampião, conhecido como Volta Seca, canta a versão original de Mulher Rendeira em Cantigas de Lampião.
peao2007 - Antonio dos Santos, mais jovem cangaceiro de Lampião, conhecido como Volta Seca, canta Acorda Maria Bonita
Scout4Me1's channel - Joan Baez - O`CANGACEIRO ~ a Portuguese song which soothes and charms. "If you will teach me to make lace, I will teach you to make love" says the lover to the beloved."
Todos os dias os aviões sobrevoam o "meu" espaço aéreo, umas vezes dou pelo seu roncar, outras não, Talvez tal tenha a ver com a direcção do vento. Várias vezes tenho tentado apanhá-los, mas em vão. Descobri que é mais fácil apanhá-los quando aterram do que quando levantam voo, que se afastam, cada vez mais minúsculos até se perderem rapidamente na etérea atmosfera. Mas no "meu" espaço aéreo que eles cruzam fazem-no apenas ao levantar voo e apanhá-los é uma tarefa muito dificultada, devido à interposição dos prédios e à ausência de "balizas" que permitam focá-los e localizá-los instantaneamente, a tempo. Sem esquecer que a necessária utilização do zoom em "teleobjectiva" diminui enormemente a área visualizada que eles cruzam.
Mas nesta 5ª feira, quando tentava outra tarefa difícil que é apanhar o voo das aves, seja em foto, seja em filme, ouvi um avião e apontei a máquina para o ar e ... não é que desta vez consegui apanhar o avião ?!
O louceiro arte nova era dos meus avós maternos e o palhaço do espólio do meu pai, que em miúdo gostaria de ter sido palhaço. O boneco de barro ao lado do gato (do espólio da minha mãe que gostava desses felinos) é uma das minhas ofertas humorísticas ao meu pai, que tendo grande sentido de humor,achava piada às minhas ofertas, que na casa dele punha em destaque. Esta é dum homem barrigudo com o seu bigodinho e óculos, cabeça protegida do sol na praia, de calções de banho, numa das mãos o gravador para ouvir ópera ou paso-dobles,na outra a garrafita de tinto l-
Aqui a mobília é uma miscelânea de arte nova, dos meus avós maternos (António e Francisca), outra art déco, da minha tia-avó paterna Esperança, com móveis mais modernos, escolhidos pela minha filha Susana.
Pois ... considerar a malta como "peste grisalha" manifesta uma grande ternurice e afecto pelos idosos por parte do deputado do PSD, Ilustríssimo e Exmo Senhor Dr. Carlos Peixoto. E como tal, e como "o respeitinho é muito bonito","faltas de respeito" à sua honra e dignidade inquestionáveis não são admissíveis. "Dura Lex, Sed Lex" e mai' nada.
Vejam lá do que se livrou Eça de Queirós, condenado à penúria se fosse vivo, por escrever a sua "Campanha Alegre" !
Ontem o dia esteve soalheiro e as nuvens dariam interessantes fotos ao pôr-do-sol, mas não saí de casa. Hoje o céu esteve límpido e acabei por não sair pelo motivo que mais adiante será exposto.
Há pouco o carteiro entregou-me três livros de poesia remetidos pelo meu amigo Filipe Chinita e por ele autografados: "Do tamanho das nossas vidas", "a(s) mãos ambas sobre o corpo (d)o amor" e "deste temporal de (te) amar". Aprecio na sua poesia a contenção depurada e (quase) ascética com que se exprime.
Sem televisão por cabo não posso ver os canais FoxCrime, RTP Memória e FoxMovies, os que mais me interessam com a RTP2, mas apenas a TDT. No entanto desde há dias só consigo apanhar a RTP2, mas sem. possibilidade de ver em diferido senão os poucos programas da RTP Play, no computador. Mas mesmo isto foi à viola, pois a NOS cortou o acesso gratuito à Internet pelo hotspot, sem limite de tráfego - com alta velocidade, oferta de verão - e repentinamente passei a tê-lo empastelado, a 124 kb/s, o que me dificulta a edição dos blogs e os downloads ou uploads ou impede o visionamento de filmes e vídeos on line. Uma seca.
Para agravar de vez em quando fico sem acesso e sou redirecionado para comprar pacotes suplementares de acesso rápido. Como não estou para isso pois seria uma fortuna ao fim do mês, lá me restabelecem a ligação a ... 124 kb/s e assim ciclicamente. Para tornear este handicap "oferecem-me" acesso rápido XL pelo hotspot sem limite de tráfego mediante mais 15 € mensais para além do que já pago normalmente, o que não é pouco. E vivam a "democracia" e a "liberdade" que dizem ser a Web, com esta obrigação de subscrever outros serviços que não utilizo, a que não tenho acesso fora da minha residência habitual ou que não me interessam, tudo isto para ... engorda de tubarões.
No quintal tem sido tempo de arrancar a maioria das plantas, de podar a palmeira e de preparar a terra para as sementeiras que serão quando for a próxima Lua Nova. Preparava-me para sair, aproveitando o tempo soalheiro, deslocando-me a Vila do Conde ou mais adiante para tomar café com a menina da Póvoa. Mas de repente um cheiro incomodativo feriu a minha pituitária e apercebi-me que no campo defronte de mim começara a adubagem do terreno com água choca, isto é, com água das pocilgas, pelo que resolvi fazer a reportagem fotográfica da faina agrícola.
Uma tarde destas quando saí ainda o milheiral estava ali, mas quando regressei ao anoitecer já fora tudo colhido mecânicamente. Já não há desfolhadas, eiras e cantorias ou milho rei.
O milho verde, cantado por José Afonso ...
Milho verde, milho verde
Milho verde maçaroca
À sombra do milho verde
Namorei uma cachopa
Milho verde, milho verde
Milho verde miudinho
À sombra do milho verde
Namorei um rapazinho
Milho verde, milho verde
Milho verde folha larga
À sombra do milho verde
Namorei uma casada
Mondadeiras do meu milho
Mondai o meu milho bem
Não olhais para o caminho
Que a merenda já lá vem
Os trabalhos hoje foram pois a adubagem do campo seguida da sua aragem, o depósito e o arado puxados por tractores, cada um com seu condutor, o ar empestado. O que me recorda as moscas, que aqui mais parecem carraças ou sarna, habituadas que estão ao gado, aparentemente imunizadas aos insecticidas domésticos. E desde ontem provocaram-me uma intensa comichão com três babas que me puseram no braço, aparentemente resistentes ao Fenistil e aos anti-histamínicos.. Nem tudo são rosas e doce lirismo nos bucólicos campos (en)cantados por poetas e poetisas.
E pronto, vou tratar do jantar, linguado grelhado com salada e sopa de legumes ali da horta do quintal. São servidos ? Ah! também há ainda um pedaço de bolo que me trouxe uma vizinha, que pela textura mas não pelo gosto supunha ser pão-de-ló mas me esclareceu que era bolo de folar.
Continuo a ler de Andrew Marr "História do Mundo", de que me falara o Nunes da Ponte um dia destes. É um livro escrito numa linguagem acessível e fluente, com alguns factos que desconhecia. Contudo, a despropósito, seja qual for o período da História, lá surgem referências aos crimes soviéticos ou de Estaline, para além de afirmar - ao tratar da Guerra Civil Americana - que se não fosse a chegada dos norte-americanos à Europa os "alemães" teriam vencido a Grande Guerra. Presume-se que se refere aos desembarques na Sicília e na Normandia, "esquecendo" as derrotas ds nazis em Estalinegrado e em Kursk, que essas sim, apressaram a intervenção do "amigo" americano. Está-lhes na massa do sangue o TINA (there is no alternative) para o capitalismo, mesmo que falem dos crimes e mortandades deste, para tentarem dar credibilidade "isenta" ao pró-capitalismo..
É como sucede também num outro livro que acabei de ler um dia destes - "As decisões mais inesperadas da História" - de Luc Mary (cuja capa já é por si mesma elucidativa), que começando na Antiguidade com a Grécia, Roma e Cartago, lá vem com descarados anti-comunismo e anti-sovietismo ao abordar episódios do séc XX. Mas como a obra de Andrew Marr está a ser distribuída em volumes semanais, tenho de aguardar para verificar como nela será abordado o século XX.
OS TRABALHOS NO CAMPO DE MILHO
1. Antes e depois da colheita
2. - Adubagem
3. Aragem
(nas fotos acima vê-se em duas "folhas" o campo que está estrumado e o que não estava ainda)
4. - Fim dos trabalhos
A desfolhada em Lumiares (Armamar), com trilha sonora do poema de Ary dos Santos, A "desfolhada portuguesa", interpretada por Tonicha, causou enorme escândalo em 1969, ao vencer o Festiva da Canção da RTP. musicado o texto de Ary por Nuno Nazareth Fernandes
Corpo de linho
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.
As picadas das moscas continuam a incomodar-me com prurido e comichão ou coceira e só um grande esforço me impede de coçar o braço até ficar em chaga. "Verdes são os campos / da cor do limão / ... " e blá blá. Antes "A Mosca", suplemento humorístico do extinto Diário de Lisboa mais as Redacções da Guidinha e os Cartoon de João Abel Manta.. Ao menos divertiam-nos e despertavam riso e bom humor.
EM TEMPO - No alto da serra, lá no cimo da montanha, encerrada, Penélope continua a desfiar de noite a teia que de dia não fia ! Não haverá madrugada de nevoeiro que a descerre e nos valha em alvoreada alvorada?
José Afonso em Canto Moço ou ...
Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos À procura de quem nos traga Verde oliva de flor nos ramos Navegamos de vaga em vaga Não soubemos de dor nem mágoa Pelas praia do mar nos vamos À procura da manhã clara Lá do cimo de uma montanha Acendemos uma fogueira Para não se apagar a chama Que dá vida na noite inteira Mensageira pomba chamada Companheira da madrugada Quando a noite vier que venha Lá do cimo de uma montanha Onde o vento cortou amarras Largaremos p'la noite fora Onde há sempre uma boa estrela Noite e dia ao romper da aurora Vira a proa minha galera Que a vitória já não espera Fresca, brisa, moira encantada Vira a proa da minha barca.
a sesta, de van gogh
salvo a "Teia" e "Antes e depois da colheita", as fotos foram tiradas em 2016.10.25 / 26
Gostava do Pe. Júlio [P. Oliveira], que tb me ofereceu "santinhos", mas não me recordo dessas prédicas como as que referes. Eu conversava mais com o Cónego Manuel das Neves, da Sé de Luanda, que foi preso a seguir ao 4 de Fevereiro e foi quem me baptizou, deu a 1ª comunhão e me crismou. Misteriosos são os caminhos do Senhor LOL
Também gostava muito de BD, d'O Mosquito, d'O Senhor Doutor, do Mundo de Aventuras do meu pai em jovem, do Bambi (da Província de Angola) e da BD que o meu avô paterno me enviava do Porto: o Cavaleiro Andante e o PimPamPum (do Século). Sem esquecer o "Camarada", da MP. e Gibis brasileiros.
Gostava das aulas de Religião e Moral e tinha normalmente 18 a 20 valores nos exercícios.
Comentário a um post de Carlos Barradas Teixeira:
BAÚ DAS MEMÓRIAS!! O que fui descobrir por acaso quando andava a arrumar papelada!! Coitado do Padre Júlio, bem tentou levar-me por bons caminhos, o caminho que ele julgava certo!! Tantos santinhos que me deu e alguns ainda os conservo!! O que será que ele viu em mim para acreditar que eu tinha potencial?!! Lol Acho que ele nunca percebeu que foi ele que me desviou da fé católica com as suas aulas de Religião e Moral!! Mas isso são outras histórias! Mas curiosamente foi ele que me despertou o fascinio pela Banda Desenhada! Ele tinha uma colecção enorme de BD e assinava muitas publicações americanas que recebia directamente!! Muitas tardes passei eu no Episcopado ao lado do Palácio, onde ele morava, quando esperava pela minha mãe que trabalhava nos serviços de Economia mesmo ali ao lado! Ele lia-me as BDs americanas dos Super Heróis, dos policiais, etc! Fritz The Cat, Marvel, Alex Raymond, Milton Caniff! Lia-me traduzindo do inglês!! Era um tipo muito interessante excepto a parte em que ele nos tentava catequizar, mais a descrição horrenda dos horrores do inferno que ele descrevia com detalhe e algum prazer masoquista!! Ah e aquela pergunta "sabem porque é que Portugal não entrou na Segunda Guerra Mundial?! Por causa de Nossa Senhora e de Salazar!!" Acho que foi por estas e mais algumas que eu me fui questionando e afastando, era criança mas já atenta ao que me rodeava e lia em casa! Quanto mais ele nos queria atrair para o caminho do "Bem" mais eu me assustava e me afastava para bem longe!! Mas gostava dele, no fundo era um bom homem!! Tenho saudades dele e do tempo em que comecei a perder a inocência... tão novinho!!!
No "Grupo Salvador Correia - Histórias e Memórias", José Augusto Duarte Ferreira publicou duas fotos - presumivelmente de 66 / 67 - em acréscimo/comentário ao meu postLuanda - Os caloiros do Liceu Salvador Correia (e não só).Uma delas refere-se à saída das aulas, junto ao portão principal. A "ordem" do Reitor, o dr. Armindo Gonçalves, era a proibição de permanecer em pé ou sentado no muro ou no lancil do passeio, pois segundo ele os alunos não eram "jarrões". Acabadas as aulas, os alunos deveriam dispersar. O não cumprimento da directiva poderia resultar numa sanção disciplinar. A outra refere-se à tonsura dos caloiros que me não lembro de ainda haver em 64 / 65 e 65 / 66. Se havia, não participei nessa "praxe", por discordar dela..
saída as aulas - foto José Augusto Duarte Ferreira, no primeiro dia de aulas do ano lectivo !966/67
Naquele tempo quando havia "borla" do professor, apenas os alunos do 6º e 7º anos (3º ciclo liceal) podiam sair para o recinto exterior, ficando na conversa debaixo duma frondosa árvore junto aos campos de hóquei em patins. As alunas teriam de ficar no interior, presumivelmente na biblioteca ou na sala a elas reservada. Aliás, sendo as aulas do 3º ciclo e apenas estas mistas, e as respectivas salas no 1º andar, as raparigas subiam pela escadaria que ia dar à biblioteca e os rapazes pelas laterais. Nos intervalos das aulas as raparigas ficavam acantonadas no 2º piso e os rapazes deveriam descer para o térreo, sob pena de serem castigados com 1 dia de suspensão das aulas. Tudo isto pouco tinha a ver com a realidade mais aberta que havia fora do Liceu. Em 56 / 57 e anos subsequentes - no tempo em que o reitor era o Dr. Crespo - os alunos não estavam impedidos de sair para o recinto exterior se houvesse "borla", isto é, se o professor faltasse, ficando na conversa e a fumar ou, quando éramos mais miúdos, em renhidas batalhas com torrões de terra nas barrocas, como lembro no post referido no final deste.
a tonsura aos caloiros - foto José Augusto Duarte Ferreira, no primeiro dia de aulas do ano lectivo !966/67
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Nos comentários faz-se referência aos pirolitos (açúcar queimado) e à ginguba (mancarra ou amendoim). O filho da nossa cozinheira, a senhora Ana de Jesus, da Guarda, tinha uma fabriqueta de pirolitos embrulhados em papéis de várias cores, mas sem pauzinho para segurar, que por vezes nos oferecia. No tempo dos meus pais, em Portugal, também havia pirolitos, mas esses eram diferentes ereferiam-se às garrafas de "gasosa" no interior das quais havia um berlinde. Mas também se dizia "apanhar um pirolito" ao acto de sem aviso nos fazerem mergulhar na água do mar, engolindo água.