Allfabetização
Escrevivendo e Photoandando
No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.
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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.
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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.
VNdomingo, 30 de outubro de 2016
mudança da hora e precalços
A verdade da verdade
Alguém escreve e partilha em rede social
sábado, 29 de outubro de 2016
tu cá, tu lá e doutorices
JMC - Há pessoas, profissionais de certos ofícios, que têm a mania de tratar por tu quem mal conhecem. Não me incomoda, mesmo quando pressinto nisso algum paternalismo ou sinal de pretensa superioridade. Pago da mesma moeda, tu cá, tu lá, seja médico ou ministro. Uns encaixam bem, outros... não. Tenho cada história...
Victor Nogueira -Bem, os angolanos, os ingleses e norte-americanos, os comunistas e muitas vezes os colegas de trabalho e profissão tratam-se por tu. E na minha família, de bisavós a bisnetos e colaterais todos nos tratamos por tu. .
JMC - Gostas de ir ao médico e um tipo que nunca viste antes começar a tratar-te por tu com uma certa sobranceria? "Então o que te traz cá? De que te queixas?". Comigo leva logo com um "pá, disseram-me que és bom médico..." Alguns recuam logo, outros vão na onda.
Victor Nogueira - Ah ! Isso é diferente. Mas esse tratamento por "tu", ofensivo, só me usaram antes do 25 de Abril. Mas repito, o tratamanto por tu pode não ser ofensivo. Depende das culturas ou subculturas. Em inglês, embora não te possas aperceber, todos se tratam em princípio por tu. Muitos angolanos de cor aqui em Portugal que me não conheecem de lado algum tratam-me por tu. Aqui no FB muitas pessoas tratam-se por tu logo desde o início
JMC - Não era a essas situações que me referia, Victor.
Victor Nogueira - Nunca trato os médicos por "senhor doutor", quanto muito por "oh doutor". Uma vez numa consulta médica o clínico tratava-me por "senhor Victor", embora soubesse a minha profissão - pk estava na ficha médica (sociólogo) - e eu como é meu hábito falava com ele sem o tratar por "doutor". Ás tantas ele pergunta-me "o senhor é o quê" e eu respondi-lhe "sou sociólogo, está aí na ficha que o senhor tem à sua frente". O homem monossilabou qualquer coisa, continuou a tratar-me por "senhor Victor" e eu continuei a não usar para com ele o "doutor".
ADENDA 01 - Só puxei dos "galões" uma vez e no serviço. Uma jovenzinha do Departamento de Pessoal, de cuja direcção eu havia sido afastado pelo PS, telefonou-me para um assunto de serviço tratando-me por "senhor Victor". Entendi que aquilo era uma provocação e disse-lhe "A senhora conhece perfeitamente qual é o tratamento que o Departamento utiliza para com os técnicos da Câmara e portanto é esse que deve usar para comigo qd tratar de questões de serviço e não o de"senhor Victor" e a provocaçãoznha dela terminou. Sempre assinei os documentos de serviço apenas com o nome e a categoria profissional, Mas há muitos colegas meus que antes ou depois do nome põem não a categoria profissional mas sim "dr." No Urbanismo a generalidade dos técnicos e técnicos superiores tratavam.se por tu. E as assistentes sociais eram apenas a "senhora dona". Depois o curso de assistente social foi equiparado a licenciatura, Uma das assistentes sociais, quando com a força do hábito era interpelada como "senhora dona" respondia impertinente "senhora dona, não, senhora doutora". Azar dela, pk passando a "dra" no Urbanismo, não teve direito a que eu a tratasse nem por "tu" nem por "dra".
o "agit-prop" das direitas
* Victor Nogueira
OPINIÃO
A lengalenga do “populismo”
fosfoquices em passes de coelho por lebre
onde fica o Mindelo ?
O Mindelo figura na História como sendo o local onde em 8 Julho de 1832 desembarcaram as tropas liberais de futuro D. Pedro IV que ficaram conhecidas como os Bravos do Mindelo e marcharam para o Porto onde sofreram o cerco das forças miguelistas de Julho de 1832 a Agosto de 1833.
O Mindelo de Cabo Verde, na ilha de São Vicente, teve origem no Mindelo de Vila do Conde. O nome da povoação na baía do Porto Grande, foi uma decisão do Governo da Metrópole, em 1838, em memória do desembarque do exército expedicionário de D. Pedro IV nas praias desde a Praia de Mindelo até à Praia dos Ladrões, em Arnosa de Pampelido, mais a sul.
Mas Mindelo de Vila do Conde não é o nome de uma localidade mas sim da freguesia, constituída de vários ""lugares" que o crescimento urbano uniu, desde a EN 13 até à praia, na Ponta da Gafa.
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Balada de Lampião para Penélope
* Victor Nogueira
Esta Pénelope
não em Ítaca
mas no cimo do cerro
encerrada
por Ulisses não serra
as grilhetas
em cíclope tarefa.
Cadenciadamente
cai areia nas ampulhetas
e a teia
não ateia nem incendeia,
sem chama
a nau vagueia.
Tece pois Penlope a manta
sinhá moça rendeira
e em Tróia jazz
sem paz o segredo
que rima
em degredo
A harpa
hárpia é
uma farpa na rude escarpa
Não arrima Penélope
e
sem corda não acorda
sem ponte que aponte a fonte
não corre
em cerrado morre no cerro
sem Lampião
Maria, a Bonita !
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Mindelo 2016.10.28
Vivam, consegui apanhar o avião !
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
auto-retrato no mindelo, em 2016.10.27, com mudança de fundo.
Septuagenário que criticou deputado do PSD condenado a pagar mais de 4 mil euros
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Notícias do Mindelo: aventuras, venturas e desventuras
O milho verde, cantado por José Afonso ...
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor nos ramos
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praia do mar nos vamos
À procura da manhã clara
Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha
Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca.
Aulas de Religião e Moral e BD
O que fui descobrir por acaso quando andava a arrumar papelada!!
Coitado do Padre Júlio, bem tentou levar-me por bons caminhos, o caminho que ele julgava certo!! Tantos santinhos que me deu e alguns ainda os conservo!!
O que será que ele viu em mim para acreditar que eu tinha potencial?!! Lol
Acho que ele nunca percebeu que foi ele que me desviou da fé católica com as suas aulas de Religião e Moral!! Mas isso são outras histórias! Mas curiosamente foi ele que me despertou o fascinio pela Banda Desenhada! Ele tinha uma colecção enorme de BD e assinava muitas publicações americanas que recebia directamente!! Muitas tardes passei eu no Episcopado ao lado do Palácio, onde ele morava, quando esperava pela minha mãe que trabalhava nos serviços de Economia mesmo ali ao lado! Ele lia-me as BDs americanas dos Super Heróis, dos policiais, etc! Fritz The Cat, Marvel, Alex Raymond, Milton Caniff! Lia-me traduzindo do inglês!! Era um tipo muito interessante excepto a parte em que ele nos tentava catequizar, mais a descrição horrenda dos horrores do inferno que ele descrevia com detalhe e algum prazer masoquista!! Ah e aquela pergunta "sabem porque é que Portugal não entrou na Segunda Guerra Mundial?! Por causa de Nossa Senhora e de Salazar!!" Acho que foi por estas e mais algumas que eu me fui questionando e afastando, era criança mas já atenta ao que me rodeava e lia em casa! Quanto mais ele nos queria atrair para o caminho do "Bem" mais eu me assustava e me afastava para bem longe!!
Mas gostava dele, no fundo era um bom homem!! Tenho saudades dele e do tempo em que comecei a perder a inocência... tão novinho!!!
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Facebook vai passar a ter em conta o interesse público antes de tirar notícias da Net
Luanda - ainda o Liceu Salvador Correia - duas fotos
Em 56 / 57 e anos subsequentes - no tempo em que o reitor era o Dr. Crespo - os alunos não estavam impedidos de sair para o recinto exterior se houvesse "borla", isto é, se o professor faltasse, ficando na conversa e a fumar ou, quando éramos mais miúdos, em renhidas batalhas com torrões de terra nas barrocas, como lembro no post referido no final deste.
ADENDA