domingo, 30 de setembro de 2007
Um olhar sobre o Porto - Monumentalidade à moda do Porto
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A Casa da Música vai tocar mais fundo no coração da cidade! A grandiosidade deste espaço combina com a dimensão do valor artístico e musical de cada recanto. Uma “caixinha de música gigante” que se transforma, ora em refúgio misterioso para os que buscam os mistérios mágicos da musicoterapia, ora em local de visita obrigatória para todos os amantes da Música – nas suas vertentes Clássica ou Contemporânea –, ora para profissionais ávidos por novos conhecimentos, ora em tudo o mais o resto!...
Imagens Virtuais da futura Casa da Musica
Excentricidade e originalidade marcam, definitivamente, o projecto arquitectónico cujo objectivo primordial é a comunhão perfeita entre o público e a sala de concertos. Construída sob a forma de um bloco sólido gigante, a Casa da Música apresenta-se como “uma praça intimista” que prende os olhares quer no seu interior quer no exterior. Destaque para a simplicidade da estrutura e para a transparência que acompanha todo o edifício e marca a obra assinada pelo arquitecto Rem Koolhaas. Abertura prevista para Abril do próximo ano!É muito bem-vinda, Casa da Música!
Casa da Música POR PEDRO BURMESTER...
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In Arquitectura e Vida
Estádio do Dragão Um hino aos sentidos
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MANUEL SALGADO O arquitecto do estádio
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In Jornal de Notícias
Um palco multifuncional
ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE
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ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE
(Camões)
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Nada tenho para te ofertar
Que saiba: joias, discoteca, dança;
No tempo busco vária temperança
que também vos dão bom estimar.
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Um com outro bem quiz enredar,
Mas parece ser outra a contradança
Que muda a tua dor em festança,
Por aqui me deixando a vaguear.
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Lembro a tua lábia, seio moreno,
Tua feição que muito me agradou;
A pele, doce ardor despertou
Que na barca me fez vogar, sereno,
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Porém não está o meu coração pleno
De alegria, que por vós soou:
Nem grã Camões ou milionário sou
Para contigo navegar, no Reno.
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Erros meus, má fortuna, amor ardente,
Não fazem da jornada bom soneto
Nem do navegante melhor "gineto"
Pois em ti está meu pensar, descontente'
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Assim na Luísa Todi jazente,
Vogando entre o lume e o espeto,
Bem vivo, com meu bom ou mau "aspêto"
Buscando tua razão e paz, somente.
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Setúbal
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
BRINC'A BRONCA
- Victor Nogueira
1. A PORTA
Aborte
o forte
a morte
o norte
aporte
a sorte
2. A PONTA
aponta
a porta
a posta
aponte
o porte
o poste
aponto
o porto
o posto
a pasta
no pasto
a pista
paste
3. A POSTA
paste
perto
o pinto
por ti
4. À PARTE
aparto
a peste
Fogoso é o fogo da juventude:
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Fogoso é o fogo da juventude:
Amar longa e mui profundamente;
Logo restam o pó e a cinza, sómente,
Não trazendo qualquer boa virtude.
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No ribeiro, o arrulhar no açude,
Encanta de verdade, tão bem assente;
Mas o passar do tempo, só, desmente,
Mostrando não haver bem que não mude.
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E lento, passa o mundo bem veloz,
Com máscara ou riso no olhar
A cobrir ou mostrando o ser da alma.
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Mas de ontem fica a tenção, a voz,
Da paz e felicidade encontrar,
A juventude esvaída na calma.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Deambulando por Lisboa (26) - Transportes (2) - Autocarros
Autocarro de Turismo
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«The History of the Lisbon trams» by Marina Tavares Dias
© 2005 (2ª ed.)240x 280 mm160 pageseuros 52 (including shipping costs to Europe)
“We return to 1901 for a short description of the first day of electric tram circulation. Although the enthusiasm shown by the press was moderate, the Lisboners thamselves took to the streets to celebrate the novelty, as the report in the edition of O Século of the next day confirms: “A great number of people went down to the landfill, mainly to enjoy the spectacle of something entirely new to Lisbon.” On the days preceding the inauguration, the newspapers had predicted large accidents, provoking negative reactions to this hostile position from those readers more interested in the new means of transport.”
by Marina Tavares Dias
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Breve intervalo com resumo de outras deambulações
Deambulando por Lisboa (24) - Padrão dos Descobrimentos
Padrão
dos Descobrimentos
O edifício actual do Padrão dos Descobrimentos foi inaugurado em 1960, quando das comemorações dos 500 anos do nascimento do Infante D. Henrique e é uma réplica do original, construído para a Exposição do Mundo Português, em 1940.
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O Padrão dos Descobrimentos foi concebido originalmente pelo arquitecto Cottinelli Telmo e pelo escultor Leopoldo de Almeida.
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Contém 33 estátuas de personalidades relacionadas com os Descobrimentos Portugueses.(...)
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As fotografias assinadas são da autoria de Isabel Cristina Dias. in
Padrão dos Descobrimentos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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O Monumento aos Descobrimentos, bem destacado na margem do rio, em Belém, Lisboa foi construído em 1960 para assinalar os 500 anos da morte de D.Henrique o Navegador.
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Foi encomendado pelo regime de Salazar, tem 52 metros de altura e celebra os marinheiros, patronos reais e todos os que participaram no desenvolvimento da Era dos Descobrimentos.
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O padrão dos descobrimentos que podemos hoje observar já não é o original. O original foi desmontado em 1958. Com efeito o actual foi inaugurado em 1960, e é, construído em betão e com esculturas em pedra de lioz, uma réplica do original, construído em materiais frágeis, que fora construído para a Exposição do Mundo Português, em 1940, pelos arquitectos Cottinelli Telmo (1897-1948) e Leopoldo de Almeida (1898-1975).
O monumento tem a forma de uma caravela com o escudo de Portugal nos lados e a espada da Casa Real de Avis sobre a entrada. D. Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos. Na face ocidental encontram-se D. Manuel I, que segura uma esfera armilar, o poeta Camões, com um exemplar de Os Lusíadas, o pintor Nuno Gonçalves com uma paleta, bem como famosos navegadores, cartógrafos e reis.
A norte do monumento uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão, foi uma oferta da África do Sul em 1960. O mapa central, pontilhado de galeões e sereias, mostra as rotas dos descobridores nos séculos XV e XVI.
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No interior do monumento existe um elevador que vai até ao sexto andar, e uma escada que vai até ao topo de onde se tem um belo panorama de Belém e do rio. A cave é usada para exposições temporárias.
Uma das mais interessantes perspectivas do monumento pode ser observada a partir de oeste, à luz do pôr do sol.
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domingo, 23 de setembro de 2007
Um 1º de Maio no tempo do fascismo
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O 1º de Maio é um dia dos trabalhadores comemorado em muito países desde 1889, por vezes em festa mas quase sempre em luta por melhores condições de vida e de trabalho. O mesmo sucedeu em Portugal na longa noite fascista, apesar de repressão e da negação de direitos elementares, como os de associação, manifestação e reunião.
Ao folhear jornais desse tempo encontramos o 1º de Maio de 1962 segundo o Diário de Notícias de 3 de Maio, de que transcrevemos partes essenciais, mantendo os subtítulos originais:
"O 1º de Maio foi assinalado em Lisboa por desagradáveis acontecimentos ocorridos ao fim da tarde, em várias artérias da Baixa. (....)»
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Quer saber uma parte da história de que fala o Funcionário Cansado pela pena de Luiz Pacheco em Café Gelo (4) ? Então visite o Kant_O_XimPi, no post colocado por Victor Nogueira em @ Sábado, Março 31, 2007
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Jornal do STAL nº 53 (1999 Abril)
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FOTOGRAFIA de Repressão duma Manifestação em Battle - 1934O Funcionário Cansado e a Biblioteca de Jacinto
Ainda sobre o Café Gelo, Luiz Pacheco escreveu uma crónica para o Diário Económico (19/07/95), que está na colectânea Figuras, Figurantes e Figurões (O Independente, 2004), onde nos fala do Gelo e do grupo que lá se formou nos anos 50/60:
O MITO DO CAFÉ GELO
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… Ou os saudosismos exaltados. No dia 1 de Maio de 1962 houve em Lisboa uma grande manifestação popular. A Baixa, principalmente o Rossio, foram cenário de muita pancadaria, com tiros, mortos, feridos, correrias, cacetada brava: carros de água e não só: azul de metileno, a porcaria duma tinta que sujava tudo, marcava os manifestantes. Polícia de choque, armadíssima e vigilante e aguerrida. No Café Gelo (onde me dizem haver hoje uma casa de hamburgers de nome cabalístico, ABRACADABRA), estava a malta habitual preparada para os acontecimentos. Como sofro de agorafobia, no momento exacerbada pela prudência, sentei-me resguardado a um cantinho (de nada me valeu); a meu lado o pai da Fernanda Alves e lembro também a Fernanda, o Ernesto Sampaio, o Virgílio Martinho, o João Rodrigues. Por um pequenino incidente que seria longo explicar, surgiu-nos a polícia de choque, levámos porrada. No dia seguinte, o Cerqueira, gerente do café, foi chamado à esquadra do Nacional e ficámos proibidos de frequentar o Gelo.
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Ora, passados trinta anos, fazem-me perguntas sobre o que era o Café Gelo, sobre aquela malta que se reunia ali, o que se passava, em suma. E sinto-me encavacado para responder, ao certo. Há que constatar: criou-se uma lenda. Exagerada, mitificada, boatada? é o costume, o natural das lendas. Escreveram-se teses sobre (da Aldina Costa, por exemplo). Em trabalhos universitários sobre o Surreal em Portugal é provável que o Gelo seja citado (por ex: o da Eduarda Feio e da Aurélia Cândida). Em tempos, eu próprio escrevi ou gravei uma coisata chamada «Central Gelo», relacionada com os panfletos, polémicas, intrigas desnorteantes, mais ou menos revolucionárias, como a divertida Operação Papagaio (disto sabe melhor que eu o Luís Filipe Costa: até metia assalto ao Rádio Clube Português, com armas de guerra!) Reconheço: a fama do Gelo, já na época, teria algum fundamento. E será, talvez isso, que perdura ainda.
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Na clientela do Café Gelo, nos anos 50-60, não teria homogeneidade etária, coexistiam tipos dos 8 aos 80, do José Carlos González, caco infantil, ao Raul Leal, do Orpheu, caquético total. Escassa identidade ideológica, dos fascistas à Goulart Nogueira aos anarcas como o Forte, o Henrique Tavares, o Saldanha da Gama. Prostitutas, bêbados e maricas. Maluquinhos como o António Gancho. Nenhuma programação estética. Dali não saiu Revista, doutrina, escola que se aproveitasse. Então?! Havia, isso sim, um espaço de convívio em liberdade plena, feroz e mútua crítica, nenhuma contemplação pelo arrivismo, a vida prática, as etiquetas sociais que noutros meios, da mais categorizada Oh Posição oficial se evidenciavam.
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E houve suicídios, amores desatinados, gente perdida para sempre, muitos e muitos poemas, livrinhos de estreia. Tudo e um tanto desorganizado e traquinas. E gargalhado, inócuo; haveria ali, no ambiente, uma poesia comunicante, o Herberto que me perdoe roubar-lhe o ápodo. E seria o que nos atraía, então. E terá sido a sua referência melhor, a substância da lenda. »
Publicada por jt
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A internet é uma caixinha de surpresas ao virar de cada clique. Entrando pelos Dias que Voam fui dar com O funcionário cansado , onde após um dia de trabalho exemplar se misturam mamórias, actualidades políticas, pessoas, fotografias .... Espero que ele não leve a mal esta minha «recomendação» para saberem quem ele é do que fala.
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Pela mesma porta, embora estejamos por ela em 14 de Agosto de 2007, vamos cair em plena Batalha de Aljubarrota. Ouvem o entrechocar e faíscar do aço e do ferro, o silvo das flechas, os gritos de incentivo ou de dor, de homens e cavalos? Vêm os estandartes elevados aos céus, uns, caídos por terra, outros? Não se assustem. Podem passar indiferentes à batalha e deliciarem-se com A biblioteca de Jacinto . Quem será Jacinto e o que encontraremos naquela? Afoitem-se, Heróis do Mar e Padeiras de Aljubarrota. Entrem pel' A biblioteca de Jacinto
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Victor Nogueira
Sabem ...
... Onde é?
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Publicada por errezinha
Deambulando por Lisboa (23) - Praça de Espanha
O Arco da Praça de Espanha - Duas opiniões
Este arco andou muito em bolandas na sua já longa vida. Imaginado por Manuel da Maia numa celebração do Aqueduto, era um dos mais majestosos da cidade, assim como o das Amoreiras. Esse ainda sobrevive no seu local original. Este desgraçado não
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Assim vejamos: mentes iluminados resolvem demoli-lo em 1938. Fica assim orfâ a rua e o actual Parlamento menos nobre. E a marca nas paredes, ragadas que foram.
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Os restos , pobres pedras, são despejados para o Convento das Francesinhas e depois para a Ajuda. Até 1988. O presidente Abecasis resolveu recolher as peças do puzzle e mandar colocá-las na Praça de Espanha. Mas resta um gigantesco enigma.
Como se reconstrói? Alguns dizem que faltavam pedras, outros os planos originais. O certo é que durante quase dez anos o panorama do Arco foi quase igual ao desta foto.
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Desde 1998, contempla indiferente o trânsito e a feieza da Praça de Espanha. É um monumento a qualquer coisa. Há quem diga que ele faz barulhos estranhos à noite, refila que se farta. Eu acho-o só encolhido e entediado. Deve estar a suspirar para que o mudem outra vez de sítio. Afinal um arco mimoso daqueles, não se fez para aquele perfeito desastre urbano que é a Praça de Espanha.
Todos os dias o olho e sinto pena, sem saber explicá-la muito bem. As pedras também sofrem.