Allfabetização
Escrevivendo e Photoandando
No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.
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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.
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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.
VNsábado, 29 de dezembro de 2012
RIEN QUE LA VERITÉ
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Victor Nogueira - sentir
a mim o inFaceLock nada pergunta e não copio abraços. Quem quiser que me telefone ou envie um sms ou partilhe algo que seja pessoal. Ora vamos lá ver o que vale quem diz ser meu/minha amigo/amiga. Ah! The last but not the least - também pode passar por minha casa e será por princípio bem recebido !
- Maria Márcia Marques, Diamantina Evaristo, Orlanda De Castro Barros e 4 outras pessoas gostam disto.
- Clara Roque Esteves Amigo, foi o que eu fiz. Já não entendo este FB e acabaram com as NOVAS OPORTUNIDADES, fico-me com a minha ignorância.
- Maria Márcia Marques Sentir uma voz que nos bate à porta e nos provoca, sentir uma risada que nos conforta, dizer um olá...como estás???
domingo, 23 de dezembro de 2012
RAÍZES
............."Maianga Maianga
.............Bairro antigo e popular
.............Da velha Luanda
.............Com palmeiras ao luar ..."
.............''A Praia do Bispo
.............Cheiinha de graça
.............De manha á noite
.............Sorri a quem passa ..."
............(das Marchas Populares em Luanda)
Longo era o bairro ao longo da marginal
Longo era o bairro do morro de S. Miguel ao morro da Samba
Grande era o bairro e grandes as casas
No meio o bairro operário e a igreja de S.Joaquim,
estreitas as ruas, pequenas as casas.
Nas traseiras, o morro,
no alto o Palácio,
Na frente a larga avenida,
o paredão, as palmeiras e os coqueiros
a praia que já não era do Bispo
mas das pedras, dos limos e dos detritos.
Mais além a ilha que era península
com a sanzala dos pescadores
casas de colmo no areal
da extensa e boa praia
o mar sem fim.
Em Luanda nasci
Em Luanda vivi
Em Luanda estudei
Não Angola mas Portugal
Todos os rios e afluentes
Todas as linhas férreas e apeadeiros
Todas as cidades e vilas
Todos os reis e algumas batalhas
as plantas e animais
que não eram do meu país.
De Angola
pouco sabíamos
até ao 4 de Fevereiro, até ao 15 de Março
Veio a guerra e
....................a mentira
que alimenta
..................a Guerra,
Veio a guerra e a violência
veio a guerra e a liberdade.
Em Évora a 11 de Novembro
Em Luanda a bandeira do meu país
no mastro subiu.
Era o tempo da liberdade e da esperança.
No Porto
Em Lisboa
Em Évora estudei
Em Évora casei
Em Évora vivi e nasceram o Rui e a Susana.
Em Setúbal moro e no Barreiro trabalho
Perdidos os amigos,
perdida a infância
Estrangeiro ......sem raízes ......sou em Portugal.
Victor Nogueira
1989
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
é natal
é natal
é fatal
a prenda ?
aprenda
não há
é natal
é fatal
(quase)
tudo vai mal
no pantanal
setúbal
2012.12.20
(quase) tudo
(quase)
tudo me prende
nada me rende
aprende
sou quem sou
não sendo
o que sou
aqui estou
~~~~~~~~~~~~~~
setúbal
2012.12.20
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Melopeia sem a teia
maria do mar
ao luar
sem guarida
princesa
do cravo e canela
à janela
raposinha fininha
uma gaivota
mariposa a rosa
ilhota em cambalhota dos mil.sóis
rendilhados e fechados
maria papoila
lantejoula
sem clarisse
claridade
liberdade
clarão
que se visse
.
setúbal
2012.12.19
a semente
de ti fugiste
com mimos
as palavras são ( 2)
as palavras são
dentro de mim
um clarim
um rio
.
rio não
lagoa
mar interior
duro e seco
sem ti
.
os gestos são
fatiados
fatigados
mal talhados
fogo e frio fátuo
.
sem mágoa
nem água
a tua anágua
seca
.
eu um tronco
bronco
queimado
atravessado
no caminho
setúbal
2012.12.19 (2)
Victor Nogueira - FLOR DO MAR sem GUARIDA
FLOR DO MAR sem GUARIDA
.
1. É bom ter
... quem nos afague e faça companhia
e nos diga:
olá, bom dia
com alegria e fantasia.
.
2. É bom ter quem nos aguarde
uma casa aberta
onde o fato não aperta
riso pleno de sol e mar
sem noite em noite de luar!
.
3. É bom pensar em ti
como nave que sorri
na brisa do meu olhar.
.
4. É bom falar-te sem dor
com valor, satisfeito
perfeito, uma flor.
.
5. É bom estar contigo
num passeio sem receio
com amizade
ternura de permeio.
.
6. É bom que os gestos não sejam novelo
enleado, em atropelo,
e que as palavras não sejam punhal
quando me recebes mal!
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7. Este é um fraco poema
pobre teorema
rima que não rema
perdida na tua calema!
.
Victor Nogueira
1991.04.05
Paço de Arcos //Ver mais
- Francisco Santos, Yolanda Botelho, Manuela Silva e 45 outras pessoas gostam disto.
- Carlos Rodrigues Bela rima que não rema e só quem esteve em África sabe como perder-se numa " calema " quente. LOL
- Manuela Silva É bom o álbum desfolhar, ver memórias passadas, outras que nem vimos, e uma gota de sal soltar de não ter tido asas no olhar.:-)