Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Retrato da jovem madeirense

* Victor Nogueira
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Alva
impulsiva
de cabelo negro e farto
de nariz arrebitado
.....boca lisa
.....queixo recortado
.......................maneirinha
Eis a Fátima miudinha
.......................bonitinha
Num mar de estrelas
..........a voz cristalina
..........o olhar brilhante
..........aberto ou em surdina
..........o (so)riso cativante
Transparente cintilante
.........................ternurinha saborosa
.........................um pé de dança aqui
.........................envolvente e carinhosa
........................uma cantiguinha ali
Mulher sedutora
de fábulas narradora!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

à guida sem amor hoje


* Victor Nogueira / M.M.
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na sua aconchegadora toca
rodeada dos seus amores
a guida
..............................com bach e beethoven
..............................deleita-se
..............................com as “humanidades”
..............................masturba-se
..............................com a Poesia
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..........."La poésie c’est tout autre chose
...........“La poésie c’est l’ indisible
...........“Ce qu’ on ne voit pas
...........“Ce qu’ on aime trop
...........“Pour pouvoir le dire!”
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(palmas, muitas palmas, delirantes)
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de vez em quando desce ao povoado
............vibra...... sofre .......horroriza-se
(coro)..... muito .....muito .....muito muuuiito .....(num crescendo, ecoante)
... e volta para a sua toca
escandalizada com os terra-a-terra
com os espíritos práticos..................desprezíveis
.............................................................a quem deve os livros
.....................................................................................os discos
.............................................................e tudo aquilo com que
.............................................................na segurança vai vivendo
.............................................................coitada da margarida
tão sensível
tão cheia de amor pelos outros
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(soluços, lágrimas, oceanos de lágrimas)
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os outros ahhh ! os outros !!!
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.................“Et pour toi mil fois merde
.................“je te le dis!
.................“que sais-tu de poésie, toi
.................“qui regarde les journaux
.................“aux yeux avides de voisine
.................“qui aime trop les nouvelles
.................“qui ne veut que savoir
.................“ce Qui se passe au monde?”
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(indignação, himalaias de indignação)
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.....................com a Poesia
.....................masturba-se
.....................com as “humanidades”
....................deleita-se
....................com bach e beethoven
....................a guida
....................rodeada dos seus amores
....................na sua aconchegada toca.
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1971.07.24 - Évora
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Os versos em itálico são de M.M. e depois foi a minha resposta , que os incorporou. Mas continuámos amigos.

Deambulando pelo Kant_O (1)


* Victor Nogueira
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sábado, 27 de outubro de 2007

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Duas propostas para deambular: azulejos e palácios

Lisboa - Palácio dos Almadas ou da Indepêndencia

Ainda photandando por Carnide e Luz

Decoração da estação do metro na Pontinha


Decoração da estação do metro na Pontinha

Santuário de N. Sra da Luz - Carnide

Santuário de N. Sra da Luz - Carnide

Palácio da Quinta do Caupers (actual Quinta da Luz) no Largo da Pimenteira e sede da JF



Luz era, no séc. XVIII, um importante pólo de atracção na freguesia de Carnide. Aí, realizavam-se feiras e romarias que traziam ao local muitos visitantes durante os meses de Verão. As procissões e romarias da Nossa Senhora da Luz eram grandes acontecimentos, nos quais até a Nobreza participava.
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A igreja de N. Sra da Luz, foi edificada em 1575 para substituir uma antiga ermida, tendo sofrido graves danos com o terramoto de 1755, resistindo a capela mor, o arco do cruzeiro e parte das paredes do corpo da igreja. Aqui está sepultada a Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, que incentivou bastante a construção deste templo, que também incluía um hospital. No retábulo da capela-mor podemos observar pinturas feitas por Diogo Teixeira e Francisco Venegas. (Monumento Nacional)
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Estação do Metro na Pontinha
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A estação Pontinha abriu ao público em 1997, o projecto arquitectónico é da autoria da Arq.ª Ana Nascimento e a intervenção plástica é de Jacinto Luís. Esta estação, localizada numa zona de transição de três concelhos (Lisboa, Odivelas e Amadora) é geradora de grandes fluxos de tráfego, de e para o centro da cidade, constitui um dos terminais da linha da Gaivota e faz parte de um importante interface intermodal. O edifício da estação, que lhe é exclusivo, está situado no centro de uma praceta e tem apenas um piso, o do átrio, acima do nível do solo. Em todas as quatro fachadas e parte da cobertura, em abóbada, existem amplas aberturas envidraçadas permitindo a iluminação com luz natural do espaço interior. Ao entrarmos na estação verificamos que o átrio é constuído por uma "passerelle" larga que a atravessa de lado a lado, ligando as duas entrada e deixando amplas aberturas de um lado e de outro relativamente aos topos da estação. Estas aberturas unificam o espaço interior até ao nível dos cais e, como num passe de mágica, somos transportados do piso térreo em que nos encontramos, vindos do exterior, para o piso mais elevado, visto agora do interior da estação. A autora do projecto de arquitectura utilizou os azulejos de revestimento para desenhar linhas oblíquas de cores puras que percorrem, entrecruzando-se, os vários níveis em que se desenvolvem as paredes da estação, contribuindo assim para reforçar a unificação do espaço interior. No que respeita à intervenção plástica, Jacinto Luís apresenta-nos uma série de nove obras pintadas sobre madeira versando temas de natureza morta seguindo a via artística do hiper-realismo, de que Jacinto Luís é seguidor.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Photoandando por Lisboa - Carnide e Luz





Vista aérea da Quinta da Luz


Carnide e arredores



Carnide


Carnide - Bairro da Quinta da Luz


Carnide - Bairro da Quinta da Luz


Carnide - Registo de Santo António


N. Sra da Luz



Carnide


Carnide - Convento de N. Sra. da Conceição


Carnide - Centro histórico


Carnide - Centro histórico


Carnide - Centro histórico (coreto)


Carnide - Centro histórico


Carnide - Centro histórico


Carnide - Centro histórico ( o registo foi colocado mais acima)


Carnide - foto paulo cesar



Carnide


Igreja de Carnide - Autoria Foto Portuguese_eyes 2005


Brasão do extinto Concelho de Belém, no Largo da Luz


Alunos do Colégio Militar, em uniforme de gala


Feira da Luz - 2006


aaa_sized - feira da luz


aaa_sized - feira da luz


Carnide - Centro histórico



Carnide 1929



Carnide - Centro histórico
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Para saber mais ver:


Deambulando por Lisboa (29) - Carnide e Luz


Carnide (Lisboa) - Wikipédia




Lenda de N. Sra da Luz (1)



Pedro Martins, português de origem humilde, nascido em Carnide, possuía no Algarve algumas terras herdadas por sua mulher, senhora de alguns haveres. Certa vez, quando para lá se dirigia a fim de cuidar de sua propriedade, foi aprisionado pelos mouros numa das incursões feitas pelos infiéis em território cristão e levado para o norte da África. Naquela ocasião, por volta de 1453, sobre a fonte do Machado, em Carnide, começou a aparecer uma luz misteriosa, cuja origem ninguém conseguia descobrir. Andava o povo alarmado e de Lisboa e dos arredores chegava muita gente para ver o fenômeno, começando o lugar a ser chamado: "A Luz".

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Pedro Martins, no seu cativeiro, desanimado da intercessão dos homens para libertá-lo, recorreu àquela que é o Socorro dos Aflitos e a Esperança dos Desesperados. Suas orações foram ouvidas pela Virgem Maria que lhe apareceu trinta noites seguidas em sonho, procurando consolá-lo. Na ultima noite Ela prometeu-lhe que ao acordar se encontraria em Carnide, mas que aí deveria procurar uma imagem sua escondida perto da fonte do Machado, em sítio que lhe seria indicado por estranha luz. Quando a encontrasse, deveria erguer no local uma ermida em sua homenagem.

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No dia seguinte, como a Virgem Maria lhe havia anunciado Pedro Martins amanheceu em sua querida cidade natal. Em agradecimento por tão milagrosa libertação, o ex-cativo procurou logo realizar o desejo da Mãe Santíssima. Em companhia de um parente, saiu certa noite à procura da imagem. A luz cintilava sobre a fonte. Caminharam por entre o arvoredo e notaram que ela ia se deslocando até que em determinado momento parou. Limparam o local e ao removerem algumas pedras encontraram a efígie da Rainha do Céu.

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Assim que se espalhou a notícia do feliz achado, grande foi a afluência do povo ao lugar, e a Virgem Maria aí começou a ser invocada com o título de Nossa Senhora da Luz.Logo que pôde, Pedro Martins iniciou a construção da ermida com a permissão do bispo de Lisboa, que se prontificou a lançar a primeira pedra em solene cerimônia religiosa. Mais tarde esta capela foi substituída por suntuoso templo, inaugurado em 1596.

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A festa de Nossa Senhora da Luz começou a ser celebrada todos os anos e as casas nobres portuguesas disputavam entre Si a honra de se encarregarem das despesas. Este grandioso santuário, entretanto, foi quase totalmente destruído pelo terremoto que assolou Lisboa em 1755, catástrofe que, segundo piedosa lenda, deu origem à construção de Nossa Senhora da Luz de Diamantina.

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Contam que a distinta dama D. Teresa de Jesus Corte Real, durante a imensa tragédia que destruiu Lisboa, suplicou a proteção da Senhora da Luz e conseguiu refugiar-se com seu esposo e empregados domésticos em uma capela dedicada à Mãe de Deus. Seu marido havia sido designado para o posto de funcionário do "Contrato de Diamantes" em Minas Geras e ela prometeu então que, se conseguisse chegar ao Brasil sã e salva, faria erigir na colônia uma capela à Virgem da Luz. Aqui chegando, fixou residência no Arraial do Tejuco e alguns anos depois mandou construir nos arredores da vila urna pequena igreja. Diz a tradição que ao lado do templo, em cumprimento a outra promessa feita por seu pai à Senhora da Luz durante o terrível terremoto, fez erguer um recolhimento para a educação de órfãs, preparando-as para a vida. .

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Cada moça que se casava, após esmerada educação, recebia um faqueiro de prata e três mil cruzados, quantia que dava para construir uma boa casa.

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D. Teresa Corte Real faleceu em 1826 e seu corpo foi sepultado debaixo do coro da igreja que fundara, na qual também foi colocado um seu retrato a óleo feito pelo pintor Manuel Pereira.

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Nos fins do século passado, a igrejinha estava prestes a ruir, porém o seu vigário conseguiu angariar fundos para reconstrui-la. No dia 20 de maio de 1900 ela foi solenemente reaberta aos fiéis e a imagem da Padroeira recolocada em seu antigo altar após solene procissão acompanhada de uma chuva de flores atiradas das sacadas pela senhoras de Diamantina. Todas as ruas estavam profusamente ornarmentadas e iluminadas para homenagear aquela que, tendo gerado a Luz do Mundo, bem mereceu o título de Nossa Senhora da Luz.Contudo, esta devoção em terras brasileiras não nasceu em Minas Gerais, pois a mais antiga igreja dedicada a Senhora da Luz em nosso pais foi a de São Paulo, fundada primeiramente no Ipiranga, por volta de 1580, e depois transferida para o atual bairro da Luz, em 1603. Foi na primeira capela, citada pelo Padre Anchieta em urna de suas cartas, que um frade franciscano, capelão da armada de Diogo Flores Valdez, foi assassinado por um soldado ao pedir esmolas para os pobres.

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O segundo templo da Virgem da Luz acompanhou toda a história da cidade de São Paulo, tendo sido instalado ao lado da Capela o famoso Recolhimento da Luz fundado por um grupo de religiosas. Atualmente, depois de reformados, tanto o templo como o convento deram lugar ao Museu de Arte Sacra da capital paulista, onde se encontram preciosidades históricas e artísticas do Estado bandeirante.0 culto a Nossa Senhora da Luz, difundido pelos jesuítas e beneditinos, deu origem a diversos santuários no Rio de Janeiro e nos Estados do Sul do Brasil, principalmente Paraná e Rio Grande.

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A cidade de Curitiba se iniciou em torno de uma capela, onde a Mãe da Luz era venerada pelos seus inúmeros milagres. Sobre a sua fundação existe interessante lenda, que passaremos a narrar:

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Na segunda metade do século XVII, Gabriel de Lara, seguindo os faiscadores de ouro, cruzou a serra do Mar e encontrou uma pequena povoação no sítio dos Pinhais, onde em 1659 seria fundada a vila de Nossa Senhora da Luz. Dizem que seus primeiros habitantes foram membros da bandeira de Antônio Domingues, que em 1648 se dirigia ao sul do país. No entanto, segundo a lenda, os bandeirantes se haviam estabelecido um pouco além, nas margens do rio Atuba, onde ergueram uma ermida à Senhora da Luz.Com o andar do tempo, os rudes penetradores do sertão notaram que a imagem da Virgem tinha sempre os olhos voltados para os campos aos quais os índios denominavam Curitiba (Pinhais). Aquela região era dominada pelos ferozes cainguangues, ciosos de seus bosques de pinheiros. Contudo, Nossa Senhora insistia em mirá-la, pois todas as manhãs aparecia com os olhos luminosos voltados para o poente.

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Tal foi a insistência da Virgem, que os sertanejos resolveram sondar a possibilidade da conquista do sítio indicado pela Padroeira. Com seus aprestos de guerra seguiram para a esplanada dominada pelos bárbaros caingangues, prontos para o combate.Em vez da luta prevista como certa, o que ocorreu foi a acolhida generosa e cordial. Do chefe indígena para o chefe branco partiu apenas um aceno acolhedor. Os arcos foram jogados no chão em sinal de paz e a cuia de mate, símbolo da hospitalidade, foi oferecida ao chefe índio, rodando depois pelos guerreiros brancos.

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A Cidade de Luz, no Oeste de Minas Gerais, iniciada em 1790 em torno de uma capelinha dedicada a Nossa Senhora da Luz e desde 1918 sede da Diocese, recebeu no dia 2 de fevereiro de 1995 preciosa escultura de sua Padroeira, que lhe foi doada pela câmara Municipal de Lisboa. Esta imagem, abençoada no santuário de Carnide, em Portugal, construído junto à fonte do Machado, onde em 1453 0 humilde Pedro Martins obteve da Mãe Santíssima um estupendo milagre, é toda em mármore branco e foi recebida com grandes festejos populares e comemorações cívicas na progressista cidade mineira e entronizada na bonita catedral.

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Existe ainda na Cidade de Luz interessante monumento erguido em 1993 para comemorar o 75º aniversário da criação do Bispado, no qual foi colocada uma efígie de bronze de Nossa Senhora da Luz, cópia daquela trazida pelos portugueses em 1503, que se encontra em exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo.A invocação de Nossa Senhora da Luz é bastante difundida no Brasil, pois existem 21 paróquias a Ela dedicadas.

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Fonte: "Invocações da Virgem Maria no Brasil", de Nilza Botelho Megale, Ed. Vozes, 4a. ed., pp. 274-279.

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(1) - Nas minhas deambulações por Portugal tenho encontrado inúmeras Igrejas ou Santuários que foram construídos em locais então e muitas vezes de difícil acesso onde teria aparecido uma escultura/imagem de Cristo ou da Virgem. Para além da N. Sra da Luz (Carnide - Lisboa), há o Santuário de Nossa Senhora da Rocha, em Carnaxide (Oeiras), o do Senhor Jesus da Pedra (Óbidos), o de Nossa Senhora dos Remédios (Peniche), o da Senhora do Almortão (Idanha-a-Nova), o de Nossa Senhora da Luz (Mourão), o Santuário de Nossa Senhora da Luz (Cós - Alcobaça - fonte milagrosa) ...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Deambulando por Lisboa (29) - Carnide e Luz

* Victor Nogueira
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Carnide
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Sentado no "Boguinhas", aqui numa azinhaga em Carnide, caminhos do tempo em que a cidade ainda estava mais para baixo. (MCG - 1973.09.18)
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Voltei a Carnide e fiquei com vontade de regressar. Fomos lá almoçar, num simpático largo arborizado com esplanadas dos restaurantes que o circundam. (Notas de Viagem, 1996. Verão)
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Voltei a Carnide, terra onde outrora se cultivou trigo e vinha. Quintas, solares nobres e conventos caracterizam esta aldeia que pertenceu à Ordem de Cristo. No largo do Jogo da Bola situa-se o Palácio dos Condes de Carnide e no largo do Coreto, afinal rua Neves Costa, com ruas laterais com casas dos séculos XVII e XVIII, encontramos uma série de restaurantes e as pessoas sentam se a conversar, junto ao Clube de Carnide. A maioria das casas encontra-se degradada e algumas delas ostentam painéis de azulejos, do século XVIII, como um crucifixo, no minúsculo largo da Praça, adjacente ao largo dos Pregoeiros, de que também há uma travessa homónima. Um painel de azulejos recente, num café, relembra o tempo em que os eléctricos vinham até aqui. Apesar de ser domingo o trânsito é relativamente intenso, embora haja uma brisa "campestre" e se ouçam os pássaros no meio do latido dos cães no largo situado entre as ruas da Mestra e das Parreiras, ornado por duas palmeiras.
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A rua do Norte parece importante e nela encontram se alguns palacetes e uma igreja e dela parte a azinhaga das Freiras. A travessa do Cascão, a rua do Machado, a travessa do Jogo da Bola e a do Norte são nomes que sobrevivem às transformações do tempo.
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O comércio não é variado: cafés e restaurantes, já referidos, uma papelaria, uma vendedora ambulante de flores, uma drogaria e, insólito, uma alfaiataria, de fato sob medida no tempo do pronto a vestir.
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Pelos arredores ainda se vêm campos e quintas, em vias de urbanização, ao abandono, ao longo de azinhagas, aqui bordejadas ainda por altos muros, além apenas "protegidas" por canaviais. Azinhagas estreitas e serpenteantes, como a das Carmelitas, das Freiras (com o teatro de Carnide), dos Cerejais, da Luz... Quintas à espera doutro destino, algumas transformadas em lixeiras ou bairros de lata, como a das Barradas, das Pedreiras de Cima, do Pinheiro, do Serrado... A esta chega se pela azinhaga do Serrado, hoje beco: um pórtico arruinado para lá do qual se vêm as ruínas dum edifício. Debaixo do pórtico e duma parreira, um velhote está sentado numa poltrona, uma toalha sobre a cabeça como se fora um turbante árabe, placidamente fumando o seu cigarrinho, indiferente à chuva que caia em moinha e à água que escorria abundante duma torneira por dela se ter soltado a mangueira. (Notas de Viagem, 1997)
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Luz
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Situa se no termo de Carnide. No largo da Luz encontramos o Santuário de N.Sra da Luz, erguido sobre uma ermida construída em 1464, reconstruído com maior imponência em 1556, parcialmente destruído pelo terramoto de 1755, dele restando apenas a capela mor, o que dá um aspecto insólito à traseira do edifício.
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Esta igreja foi construída no local da fonte onde no século XVI foi descoberta uma imagem da Virgem Maria, originando um local de culto. Ainda hoje se pode visitar a fonte, agora subterrânea, a ela se acedendo por uma estreita escadaria ao fundo da qual existe uma tosca cruz de pedra e outra de azulejos árabes. A fonte está logo ali, inopinadamente à esquerda, depois de passarmos por um pórtico de pedra trabalhada. Uma mulher dá água "santa" a beber a quem a desejar. O Santuário foi pertença da Ordem Militar de Cristo. Adjacente, noutra face do largo, encontra se o Colégio Militar, instalado no antigo Convento e Hospital dos peregrinos. Defronte ao Santuário está um palacete rosa, transformado em Seminário dos Franciscanos - no muro tem uma pedra lápide da Câmara Municipal de Belém, indicando que foi ela que mandou construir o Largo da Luz em 1862.
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O Largo, arborizado, tem marcado no chão os "lugares" para a feira anual para além dum pequeno lago de água esverdeada pelos limos e dum monumento ao Colégio Militar, do "Valor, Lealdade e Mérito". A feira, que remonta à Idade Média, realiza se anualmente durante o mês de Setembro. Ligando a Luz a Carnide situa se o Largo da Pimenteira, arborizado e com pequeno fontanário, donde se avista, defronte ao Santuário, uma casa de dois pisos, arruinada, que possivelmente o camartelo destruirá e com isso vestígios doutros tempos. Quando voltei à feira da Luz, decorridos muitos anos, pareceu me mais pequena, confinada ao largo e já não se estendendo ao longo da estrada da Luz, como supunha na minha memória. Em zonas demarcadas, vende se olaria e louças, artigos de cozinha, "comes e bebes", flores, roupa, cassetes de música pimba, mobiliário, candeeiros, brinquedos. E não faltava o vendedor ambulante, espécie em extinção, em cima do camião cheio de mercadoria, de muita lábia e coração "generoso", aparentemente vendendo tudo ao desbarato, e que não deixou que o fotografasse, tapando ostensivamente a cara com a mercadoria sempre que via a máquina apontada. (Notas de Viagem, 1997)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Deambulando pela Madeira




O convite de hoje é para deambular pela Madeira com os olhos do Photógrapho. Podem ver antiguidades relacionadas com motos, profissões, paisagens e muito mais. Bom Passeio !

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abelzeferino - Imagens antigas da Madeira

ilustrações: Foto aérea da Ilha da Madeira e Cartografia do Arquipélago

Clique nas imagens para aumentar

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Convívio das Quadras - Extra (6)

* Victor Nogueira
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Se o ar é tão belo e calmo
E o mar tão verde e sereno
Porquê esconder que te amo
Seduzido girassol moreno.
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No beiral da minha porta
Veloz, mal vieste a poisar
E debicando na horta
Tu partiste sem cuidar.
.
Setúbal
1992.03

domingo, 21 de outubro de 2007

ANAsoRISO DOS OLHOS GRANDES

* Victor Nogueira
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.
A bondosa Ana Maria "Madeira"
É rapariga de sorriso aberto;
É bem dela esta sua maneira
Quando o ar é doce, não encoberto.
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Veio de longe, lá d'Amareleja,
Agora em Cetóbriga parou,
Mas há quem a procure e a não veja
Quando vai cirandar no gira-vou.
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Ambos luzentes, olhos grandes tem.
São como no céu o sol a brilhar,
Um sorriso de menina mantem,
Quando o mal dela sabe afastar.
.
Cara redonda, um rosto castiço,
Com farto cabelo:, liso e castanho,
Brancamorena, de corpo roliço,
O ser ou viver não quer de antanho,
.
Caminha pelo mundo na procura
D'encontrar alguma felicidade;
Por vezes fica a noite bem escura,
Não sabe que fazer da liberdade,
.
Dela bem graciosas são as filhas,
Duas, "Alda" e "Carla" de seu nome,
Contudo não pode viver em ilhas
Se delas quiser apartar a fome.
.
Tem o seu coração nas duas mãos,
Mas por vezes é mui desconfiada;
Quando tal sucede é chateação
E vai todo o pessoal de abalada.
.
Mundo e pessoas a entusiasmam:
Então anda tudo na reinação
No entanto, ao chegarem miasmas
Não sabe manter boa actuação.
.
É muito amiga em seu ofertar
A quem no goto dela bem cair;
Nem sempre alcança resguardar
E o seu pecúlio vê partir.
.
Se por todo o lado encontra amigos,
Muitos raramente lhe são fiéis;
Deve pois cuidar do anda comigo
A ver se há boas troca de papeis.
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Mas com este meu pequenino escrito
E andando muito breve, de abalada,
P'ro futuro fica neste registo
A nossa boa amiga retratada.
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1989.09.05
Setúbal

sábado, 20 de outubro de 2007

Victor Nogueira - Poesia (2)


in Ao (es)correr da pena e do olhar
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ANGELFACEinCRIPTOGrAMICO (*)
VOLTAS EM TORNO DA FALTA DE LEMBRADURA EM VERSO HEROICAMENTE CELEBRADO
CANÇAO DE RODA
QUADRAS SOLTAS COM TRAVÃO
A NELA SAIU Á RUA
DC EM PHOTOMATON
A MENINA DULCE EM RODAVIVA
CARREIRINHA iLETRADA
ILUSIONISMO
BARREDO TARA NO TARÓ DE FACA E ALGUIDAR OU NA LIGA...
CALENDÁRIO ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE
BRINC'A BRONCA
Fogoso é o fogo da juventude:


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Quadro: Ogni Giorno una Poesia de Roberto Fantini em art.com

ANGELFACEinCRIPTOGrAMICO (*)

* Victor Nogueira
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Um lírio branco
da cor do fogo
Um gira-sol vermelho
da cor do mar
Um botão
Guarida
suave
crescente
um enigma
o amor
Em reflexo
uma cidade
repousando
nas sete colinas
não de Penélope
........mas de pedra
........mudando
A metamorfose
uma flor
um merengue
sedutor
colorido
sensual
muito pouco ou nada
sereno
.
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1990.02.23
SETUBAL (*) Sendo perfeito é um
Ramo de sete flores

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

VOLTAS EM TORNO DA FALTA DE LEMBRADURA EM VERSO HEROICAMENTE CELEBRADO

* Victor Nogueira



Longe da vista, sai do coração,
Reza a sabedoria popular;
Ficam os olhos tristes, a chorar,
Plangente, entoemos a canção?


As Festas passaram, sem Boa Nova,
E o meu poema tarde chegou;
O dia de anos veio, abalou,
E os parabéns vieram? *** Uma ova!


Dizem, amor com amor, bem se paga;
Lá terá o povo sua razão:
Aqui fica boa nova, ou não,
Do esquecimento passar, sem praga!


No mês de Janeiro, no dia nove,
Conta a Gina mais um aniversario;
Esta d’azul o céu, com sol, não chove:
Alinho votos de mui bom fadário.


Com abraço, beijo ou bacalhau
Ao Pessoal todo mando recado:
Tenham na vida belo, doce brocado,
E com o(a) gato(a) feliz ri-nhau-nhau!


1990.01.08

SETUBAL

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Salir (Algarve)


A povoação de Salir formou-se à volta de um castelo mourisco, constituído por fortes muralhas e torreões de taipa, construídos durante o período Almóada (séc. XII - XIII). Desta antiga fortaleza hoje apenas restam uma torre e dois panos de muralha. O resto da edificação encontra-se soterrado ou foi aproveitado em construções posteriores. O Castelo de Salir deverá ter sido construído durante a ocupação Almóada, no Século XII, e terá sido o local escolhido por D. Paio Peres Correia para esperar por D. Afonso III, para juntos desencadearem a conquista do Algarve aos mouros, tornando-se então uma praça forte em que o Castelo de "Selir" (designação Árabe) deteve um papel privilegiado. No que se supõe, foi este incendiado e reconstruído por duas vezes, restando, apenas, ruínas das suas muralhas.
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Retirado do Site da CM de Loulé
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Para saber mais ver:
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CANÇAO DE RODA

* Victor Nogueira
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Uma semente
Dentro da semente
Uma seara
Para lá da seara
Uma barca
.
Uma rapariga
Para lá da rapariga
Uma floresta
Em torno da floresta
O sol e o mar
,
Um homem
Dentro do homem
Uma criança
Para lá da criança
uma aguia
.
Uma leoa
Dentro da leoa
Uma águia
Para lá da águia
Uma sereia ao luar de Agosto
.
Uma semente
Para lá da semente
Uma rapariga
Em torno da rapariga
O sol e o mar.

Um homem
Dentro do homem
Uma leoa
Para lá da leoa
Uma barca aparelhada
.
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19.11·94
SETUBAL

domingo, 14 de outubro de 2007

QUADRAS SOLTAS COM TRAVÃO

* Victor Nogueira
A bela "Marta" Vilares
É u'a moça porreirinha
Mas depressa vai p'los ares
Se lhe saiem da linha.

No vestir é sempre airosa,
No discursar atraente,
Tem maneira graciosa
Quando não impertinente!

Com agridoce esc'rapanto
Por tudo não ser depressa
Afinado com seu canto
Suas mãos põe na cabeça!

Com olho arregalado
Se não lhe sabem por
0 comando acertado
Bem, lá no computador!

Pois da calma não ciente,
Quer tudo em cima da hora;
De feitio bem contente,
Quand'azeda, desarvora!

Senhora do seu nariz,
Quer dela sempre a razão;
Descarrila por um triz,
Se não vai de feição.

Ela é boa monitora
Com o seu jeito bem claro;
Apressada, usa vassoura
Mal o tempo sai do aro,

Coitado do CaMané,
Co'o telefone a tocar
P'raa sair com rodapé
Pois ela vai começar!

Tem sempre a simpatia
Que bem noutros faz nascer?
Ah! não! quando sai razia
Com o sol a fenecer.

Começou bem sedutora
Mas lá se foi o encanto:
Não se manteve senhora
Ao atirar-me p'ro canto.

P'ra ganhar um só instante,
Fez-me gastar tempo infindo
Com a calma esvoaçante
E vontade de ir saindo!

E chegando aos finalmente
Bem pode alguma recolher
Das quadras, como semente,
Aquela que vai nascer

*
Com a quadra vou-me embora
Vero, amei conhecê-la.
Venha, gostosa, a hora
De ao jantar, entendê-la!

**
Aqui faço meu convite
P'ro caldo não azedar,
Pode ser que espevite
E comigo vá jantar.

***
Vou-m'embora, vou partir
Com esp'rança de voltar,
De com ela, bem, sorrir,
Sem vir o disparatar.


1990.08.05
SETUBAL (2)

sábado, 13 de outubro de 2007

A NELA SAIU Á RUA

* Victor Nogueira.
Saiu leve, andorinha,
A feição serena e calma;
É tão ... tão linda a Nelinha
Será que merece palma?
.
Desenhando ao estirador,
A voz risonha, fininha,
De quem vai em bom andor
Com aura, ar de santinha!
.
Vendo com seu doce olhar,
Bem por cima das lunetas
Ao dente se põe a dar,
Um diabinho, pespeta.
.
Ar tímido, cativante,
Para não sobressair;
Ela mudou num instante
E até já sabe rir.
.
Quem a viu, quem a vê.
Só visto, não se acredita
Vero, para quem me lê:
Não há prato que resista.
.
Piadas são mais de mil
Inocentes, sem maldade?
Sem fundo está o barril
Com o peso da "bondade".
.
Lá vou, sem "intimidades",
Por dela me apartar.
Fica o riso, mocidades,
Da Nelinha a diabrar!
.
Setúbal
1990.09.17

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

DC EM PHOTOMATON

* Victor Nogueira
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Copia certo o meu risco
Dum jacto, sem perguntar;
E ... a ler é um petisco
No escritório a viajar.
.
P'ra quem vê, boa menina:
O ar calmo, sossegada;
Mui bem feita e pequenina
Lá na máquina sentada.
.
Com o porte torneado,
Maneirinho, elegante,
Vai com o andar azougado,
Veloz, como diamante.
.
Porém, sempre em viração
Com o seu dedo espetado
De quem faz encenação
O ar sério, doutorado.
.
Assim, tem ar folgazão
De quem não quer rir!
Eis a Dulce, que diz não
Para a louça não partir.
.
E o retrato Ihe deixo
Rápido, "a la minuta",
Com a leveza do seixo
Passeando, sem disputa.
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1990.08.08
Setúbal

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A MENINA DULCE EM RODAVIVA

* Victor Nogueira
.


A menina dulce de vermelho
neste passeio sempre a sorrir
na minha bolsa mete o bedelho
correndo o risco de mal cair.

A menina dulce, pequenina,
andarilha, com fogo a luzir,
algum dia andará à bolina,
sem alcançar por onde sair.

A menina Dulce, em roda viva,
cantando e bailando à janela,
como se fosse moura cativa
ou Gabriela, Cravo e Canela.

'Nina dulce, com esta me vou:
cuide bem onde põe o dedinho,
não vá entoar quem lho roubou,
por ser fora do seu caminho.
.
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1991.03.21
SETUBAL

terça-feira, 9 de outubro de 2007

CARREIRINHA iLETRADA

* Victor Nogueira
.

.
A
E
I
O
U
ABC
Amor
Caminho
Liberdade
.
Porte
Forte
Norte
Sorte
.
Andor
Calor
Valor
.
Felicidade
Sinceridade
.

interROGAtiVAmente !?

.
.
.
L&%&:%:/
SETUBAL
1989.08.07

ILUSIONISMO

* Victor Nogueira
.
.
Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
.
Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
.
P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
.
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1991.08.11
SETUBAL

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

BARREDO TARA NO TARÓ DE FACA E ALGUIDAR OU NA LIGA

* Victor Nogueira
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Narro:
ferro o ferro na barra do carro
de gorro na berra corro
................................pelo cerro
cerro o curro ........de samarra e cimitarra
jorro a jarra de barro com jarros
para o morro de jorro
com a borra e o sarro
......................................do cigarro
Serro com a serra o tarro
Em guerra, perro mas com garra
agarro o tira com um tiro
.......................atira ao perro
...........varro a murro e a pera áspera serra
marro na parra da Dora
............................adoradora dadora
............................pura loura
Porra! Chora cora (da) de choro
Berra a birra a cigarra:
farro não farro na farra o catarro
Com faro
zurra o burro
Gira corre a zorra, a pirralha
Ralha ralho acirro, sorri:
Sorry!
Mira-se vira-se e pira-se
à nora; gira para fora da nora
.............sem forro que aforre, forreta
Forro a desforra
A Sara com a vara sara na gare
............gira para ler no bar: zero bares
devora na voragem carnívora:
.............será uma hora
......................uma lira
......................uma léria
............ou era o que lera na hera: cácárácá?
tira a tira e pira-se da pira de erva de hera
Fera quero vero ver
.....................ser ter haver
Eros de cera
.........de Ceres
paro a surra miro o mira através da mira
Neura a nora da nora nova demora onde mora
Cora
hora a hora
Ora!
Paro no laró!
De couro sem decoro decora
................o mouro cora com a corda!
o dori na barra
...........no barreiro ou no barredo;
que dor adora a Dora no braseiro?
Atura a tora? Caturra urra Hurra!
Que ardor na alvorada alvoreada!
Desarvorada pelo arvoredo mirrado
Mirrada victória de Pirro. Ou de Pirra?!

domingo, 7 de outubro de 2007

CALENDÁRIO

* Victor Nogueira
.
.
Uma cidade
No meio da cidade
Uma rua
No cimo da rua
Uma casa
Dentro da casa
Uma flor
Em torno da flor
Um jardim
........ Perfeito um amor
........ girassol
.........malmequer
.........muito
.........pouco
.........nada
Uma pétala
No meio da pétala
Um sorriso
Em torno do sorriso
Uma lágrima
Dentro da lágrima
Uma saudade
.........................água e
.........................cloreto de sódio
Uma palavra
No meio da palavra
Uma luz
Para lá da luz
Uma sombra
No meio da sombra
Um deserto
Uma cisterna de pedra e
..............................areia
Muitas palavras
No meio das palavras
Uma alvorada alvoreada na planície
.
Para lá da planície uma árvore
Em torno da árvore
Uma rosa verde papoila.

sábado, 6 de outubro de 2007

Tudo bem ?


A Palavra na Tela: Jornalismo, Literatura e Crítica Depois da Internet



O que aconteceu com o jornalismo depois da internet? E o que aconteceu com a literatura? E com a crítica? Que tipo de produção escrita se realiza na internet brasileira hoje? E qual a sua importância no panorama do jornalismo, da literatura e da crítica?



Proposta

A série A Palavra na Tela: Jornalismo, Literatura e Crítica Depois da Internet, com curadoria do Digestivo Cultural, pretende discutir os impactos da internet na produção escrita do Brasil. Desde o jornalismo até a literatura, passando pela crítica de mídia e pela crítica cultural. Apresentando os principais veículos nessa transformação (portais, sites, blogs), trazendo os principais atores nesse processo (jornalistas, escritores, blogueiros) e mostrando ao público como ele também pode participar, desenhando um cenário para o futuro.



4/10 – “Internet e Blogs: A Maior Conversação da História”

*
Marcelo Tas: jornalista, blogueiro do UOL, ex-apresentador do programa Vitrine (TV Cultura);

*
Pedro Doria: jornalista, colunista do caderno “Link” do Estadão, ex-editor-assistente do site NoMínimo;

*
Alexandre Inagaki: jornalista, blogueiro, diretor editorial do maior portal brasileiro de blogs da atualidade, o Interney Blogs.



17/10 – “Internet e Jornalismo: Da Autopublicação ao Jornalismo Colaborativo”

*
Alexandre Matias: jornalista, blogueiro, podcaster, editor-assistente do caderno “Link”, do Estadão;

*
José Marcelo Zacchi: coordenador geral do site Overmundo, fundador e ex-diretor do Instituto Sou da Paz;

*
Ana Maria Brambilla: jornalista, blogueira, responsável pelos projetos de jornalismo colaborativo na editora Abril.



18/10 – “Internet e Literatura: Dos Sites Literários aos Escritores Independentes”

*
Cardoso: escritor, blogueiro, fundador da revista eletrônica CardosOnline, autor da Editora DBA;

*
Augusto Sales: blogueiro, editor do site literário Paralelos, que lançou boa parte da Geração 00;

*
Ana Elisa Ribeiro: escritora, blogueira, colaboradora do Estado de Minas e doutoranda pela UFMG.



24/10 – “Internet e Crítica: Dos Folhetins do Século XIX ao Dandismo On-line”

*
Sérgio Rodrigues: jornalista, blogueiro, escritor e ex-editor-executivo do site NoMínimo;

*
Paulo Polzonoff Jr.: jornalista, blogueiro, crítico literário, escritor, ex-editor da editora Candice;

*
Jonas Lopes: jornalista, blogueiro, colaborador da Bravo! e do jornal literário Rascunho.


Julio Daio Borges - Quinta-feira, 4/10/2007