* Victor Nogueira
No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.
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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.
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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.
VN
* Victor Nogueira
* Victor Nogueira
* Victor Nogueira
Nascimento Maria - Lindo poema neste vai-vém infenito bem haja
9 ano(s
Uma brevíssima deslocação ao Porto, com estadia no Mindelo, para receber as chaves do apartamento arrendado em Monsanto a Rolanda Campos, falecida há dias. Este apartamento foi-lhe arrendado pelo meu tio Zé Barroso, era ela menina e moça, o curso terminado, nos idos dos anos '60 do passado milénio, e de herança em herança acabou na minha posse.
Desde então falávamos por vezes ao telefone, fazendo questão que a fosse visitar sempre que viesse ao Mindelo, o que fiz com relativa frequência. Assim, partilhava comigo, em amena cavaqueira, um chazinho com biscoitos e um sorvete. Não tendo a sobrinha qe despejou o apartamento destino para a biblioteca, a meu pedido cedeu-me ma parte dos livros, a maioria romances, mas também algum teatroo, de Josè Cardoso Pires.
No Mindelo a Praia da Gafa já tinha as tendas montadas para os banhistas, como se vê na foto, com as aberturas voltadas a sul, protegendo os veraneantes das inclementes e gélidas nortadas, mesmo que estivais.
Na faixa do quintal virada a nascente está o jardim. A faixa mais estreita, virada a poente, pavimentada, é a garagem das estrelas do Fiesta II. Garagem das estrelas era como o meu avô paterno, o Zé não te rales, designava o estacionamento automóvel a céu aberto, na rua, embora nesses tempos houvesse no Porto muitas garagens cobertas onde a troco duma mensalidade se podiam guardar os automóveis. Nas traseiras, viradas a norte, bate o sol ao fim do dia. Aliás durante os dias de sol este bate sucessivamente nas quatro fachadas desta casa que era do meu avô materno de seu nome António.
Para além da horta, de que na foto se vêm aboboreiras, a Susana plantou uma oliveira, que só frutificou no 1º ano, e eu plantei uma tangerineira, um limoeiro e uma árvore da borracha, que vai sendo regularmente aparada para não crescer desmesuradamente. Tenho de pensar em plantar uma árvore que frutifique no início do Verão. Na foto o poço de rega, junto à parede da garagem do vizinho. Para lá do muro, um extenso milheiral, que será colhido no Outono