Allfabetização
Escrevivendo e Photoandando
No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.
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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.
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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.
VNquarta-feira, 17 de abril de 2019
terça-feira, 16 de abril de 2019
domingo, 14 de abril de 2019
cartas a Penélope na poesia em 14 de abril
* Victor Nogueira
Hoje
Está Penélope ausente e eu
sem assento nem assunto
envolto no sudário seu
sem solário
sem letras e com tretas
trocas e baldrocas
na travessia do Lete.
Setúbal, 2019.04.14
em roda viva
e a ruína não pressente
em areia se desfaz.
sem nós a voz
se branqueiam as cãs.
domingo, 7 de abril de 2019
este domingo de primavera, agora soalheiro
sábado, 6 de abril de 2019
a poesia em 6 de abril
vestem-me de silêncio
do nascer ao morrer
sem viver
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Em silêncio
noitedia
e
não ria nem sorria
com mil estrelas no toutiço
caias na parede
alva de cal
navegando
tem-te e tens
não te tens
e em vai-vem ... vens-te
e na restia ... a veste
despes
em cama ou na casa
nos braços meus ou ... teus
Oh Céus de Zeus !
o sonho sonha
bisonho ou risonho?
nem rema a trama
treme o trema
na rama
é o cais?