Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

domingo, 27 de abril de 2025

Letras empilhadas, ano após ano, em Abril, 27, (re)colhidas em 2025

 `* Victor Nogueira

e porque hoje é sábado ...

in      https://www.facebook.com/notes/10219933952964577/ 

27 de abril de 2014  ·   · 

NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 13 - as "Excelências" e o respeitinho

1. - Em 25 de Abril de 1974 a farsa entre spínola e marcelo para que o poder não caísse na rua foi pela RTP anunciada deste modo:  São já quase 20 horas e um novo comunicado informa que "Sua Excelência o ex-Presidente do Conselho de Ministros se rendeu incondicionalmente a Sua Excelência o General António de Spínola,  juntamente com os ex-Ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros". Ainda era o tempo das “Excelências” e do respeitinho. 

E no dia 27 em Caxias ainda se discutia à porta do Forte se era ou não legal libertar os presos políticos, enquanto o Governo era entregue a um conjunto de Generais alguns dos quais se vieram a revelar claramente defensores da (des)ordem derrubada  e  tenha sido lançado um apelo para evitar os excessos que possam por em causa “o poder que o General Spínola vos oferece”. Spínola que pretendia não autorizar  partidos políticos mas apenas "associações" políticas e manter encarcerados os presos políticos.

2. - Durante a guerra colonial e nos arredores de Luanda havia um Quartel – o Grafanil – espécie de albergue ou placa giratória das tropas em trânsito entre o mato e a cidade  ou o Puto (Portugal) onde existia um enorme barracão, que se via da estrada, onde letras garrafais identificavam como “Depósito de Convalescentes”. Era um dos muitos depósitos do material de guerra, este de soldados convalescentes.

27 de Abril de 2014

o direito de participação e de voto não se esgota nas eleições para a presidência da república, dos parlamentos ou para as autarquias. O direito e o dever de participação e de voto exerce-se também ou deveria exercer-se para as comissões de moradores, para as comissões de trabalhadores e de utentes, para as associações sindicais, entre muitas outras como as assembleias de condóminos, associações desportivas ou culturais, etc, etc.

Sem prejuízo do direito e do dever de votar (ou não) o mais importante são o direito e o dever de associação para a prossecução de interesses específicos, mais ou menos genéricos, e também o direito a ser informado, o que não sucede nas TV's e na esmagadora maioria dos órgãos de comunicação, sujeitos de facto à censura das direcções, dos conselhos de administração e dos grandes accionistas, capitalistas.

11 a

27 de abril de 2014  · 

foto Victor Nogueira -1974/75 - cartazes e murais de abril 05 - Lisboa - calçada da ajuda -  

Durante os anos de 1974/1976 foram muitas as acusações e denúncias de ingerência da NATO e da CIA em Portugal

27 de Abril de  2014

NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 14 - a longa espera para a libertação dos presos políticos

Em 26 de Abril, no Forte de Caxias, 5 ou 6 inspectores da PIDE aguardavam a chegada das forças do MFA comandadas pelo capitão-tenente Abrantes Serra, às ordens de quem se colocam afirmando lealdade. O objectivo da força dos Fuzileiros era garantir a segurança dos presos políticos com vista à sua libertação.

Contudo um telefonema de Spínola impõe que não sejam libertados os presos acusados de delito comum os quais pela força de fuzileiros haviam sido libertados das celas e circulavam na prisão. Após o telefonema Abrantes Serra verifica que o comandante da Força de Paraquedistas que guardava o Forte havia mandado recolher às celas  todos os presos políticos, alegando que não havia ordem da Junta para libertá-los. 

Abrantes Serra ordena de novo a abertura de todas as celas enquanto chegam delegados do MFA e da Junta para libertar os presos. Em consequência os delegados da Junta e do MFA e Abrantes Serra solicitam a colaboração dum dos inspectores da PIDE/DGS para que sejam identificados os presos políticos a libertar. O inspector da PIDE/DGS resolve pois aconselhar quem deveria ou não ser libertado, isto é, distinguindo os “muito perigosos”, que segundo ele não deveriam ser libertados, ou seja, cerca de 60 dos 82 continuariam presos.

Perante a exigência de Spínola e com vários advogados oposicionistas presentes no meio da multidão que no exterior exigia a libertação de todos os presos políticos, inicia-se por iniciativa de Abrantes Serra e dos delegados da Junta e do MFA  uma inconcludente discussão entre os advogados  sobre a legalidade de libertar os presos políticos acusados de crimes de delito comum. 

Face a isto o delegado do MFA major Menino Vargas telefona ao tenente-coronel Franco Charais, da Coordenadora do MFA que, contrariando o general Spínola, Presidente da Junta de Salvação Nacional, ordena a libertação de todos os presos políticos, sem distinções, já na madrugada do dia 27 (segundo Pedro Lautet in “Os anos de Abril” – volume 5 - “O cerco a Marcelo Caetano” - Lisboa 2014)

Enquanto isso, na cadeia da PIDE no Porto os agentes da PIDE exigiam aos familiares dos presos políticos elevadas quantias em dinheiro para que fossem libertados. A libertação de todos os presos políticos verificou-se a 27 de Abril.

Os presos políticos do Forte de Peniche são libertados nesse mesmo dia 27 enquanto que os presos políticos (dos movimentos de libertação das colónias) no Campo de Concentração do Tarrafal apenas foram libertados a 30 de Abril. 

Havia outras prisões políticas, nas colónias, para além do Tarrafal.

Em tempo - os militares do MFA presos no Forte da Trafaria na sequência do golpe militar de 16 de Março foram libertados ao princípio da tarde do próprio dia 25 de Abril de 1974

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DA MINHA CORRESPONDÊNCIA em 27 de Abril de 1974:

«O telejornal transmite a libertação dos presos políticos do Forte de Caxias. Fico indignado com as delongas: mas que história é essa da distinção entre presos de delito comum e presos políticos? Vão para o raio que vos parta, mais o vosso “percebes?”. Não percebo, nada!

Começa a saída dos presos: reconheço alguns – o Sérgio Ribeiro, o Luís Moita. Ouço nomes conhecidos: Nuno Teotónio Pereira. E ouço as declarações de alguns dos libertos, nomeadamente [Palma Inácio] da LUAR (Liga Unida da Acção Revolucionária): aí, valentes, assim é que são! Nada de entusiasmos despropositados, nada de pactuações demagógicas. Não haja ilusões: o poder não irá para o povo; a burguesia reorganiza-se. Vamos ver durante quanto tempo durará este novo ar que se respira, duma liberdade que nunca tinha havido nos meus 28 anos de existência. É bom sentir também essa liberdade nos outros.» (MCG – 1974.04.27/28)

27 de abril de 2017  · 

foto victor nogueira - Setúbal - Parque Urbano de Vanicelos -Neste aprazível Espaço Verde foi uma vez mais a festa de aniversário do Francisco. Por ele vagueavam pessoas, brincavam crianças,  praticava-se jogging,  jogava-se à bola ou passeava-se de bicicleta.

27 de abril de 2020  · 

CARTAZ CIPRIOTA DO 1 DE MAIO DE 2020

27 de abril de 2020  · 

foto victor nogueira - Todos os anos nos desfiles do 1º de Maio, em Setúbal, no Largo dos Combatentes, com um cravo na mão e acenando aos manifestantes, estava à janela um casal idoso. Depois, passou a estar apenas a mulher e nos últimos anos ninguém..Esta é uma das fotos que tirei ao longo dos tempos.

27 de abril de 2021  · 

foto victor nogueira - 1º de Maio em Setúbal - 1983 (rolo 72)

VER 1º de Maio, em Setúbal, 1983


27 de abril de 2021  · 

Viva o 1º de Maio!

27 de abril de 2022  · 

1º de Maio - Dia Internacional do Trabalhador

Cartaz russo, alusivo ao dia 1.º de maio: "Trabalhadores não têm nada a perder, a não ser suas correntes … " (1919)

27 de abril de 2022  · 

Foto victor nogueira - Pinhal Novo - coreto (2022 04 21)

Apadrinhado pela Sociedade União Setubalense, o coreto da Sociedade Filarmónica União Agrícola foi inaugurado em 1927, tendo esta sido fundada em 6 Dezembro 1896. O coreto situa-se no rossio, hoje ajardinado, defronte da antiga estação ferroviária.

27 de abril de 2024  · 

1º de Maio 2024 - Lutar pelos direitos / Combater a Exploração / Paz, Pão e Librdade / Aumentar salários e pensões / Garantir Direitos / Abril Por um Portugal com futuro 

As mulheres apoiam os sindicatos / Salário igual para trabalho igual, sem distinção de género, raça, religião ou orientação sexual / O sindicalismo constrói isto! (Cartaz dos anos '20 do século XX)

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Jornal do Stal 127 – 2024 Abril

1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, por Victor Nogueira 

Abomináveis na grandeza

Os reis da mina e da fornalha

Edificaram a riqueza

Sobre o suor de quem trabalha (A Internacional) 

Sobre-exploração dos Trabalho, com maior gravidade no infantil e  no das mulheres, jornadas extenuantes, de sol a sol, ausência de protecção em caso de acidente, doença ou desemprego, insalubres condições laborais e habitacionais, salários abaixo do nível de subsistência …  tal é a essência do capitalismo

Greves, mutualismo, organização sindical e em partidos políticos operários  foram a resposta do Trabalho,  em luta por melhores condições laborais e de vida. Organização que a breve trecho levou à articulação internacional das lutas dos trabalhadores.   

As jornadas de 8 horas são reivindicadas pela National Labour Union nos EUA e pela I Internacional no seu Congresso de 1866.  Neste ano, em Chicago, uma greve no 1º de Maio, com o mesmo fim, foi sangrentamente reprimida pelas forças policiais, a mando do patronato.

Em 1889 o Congresso da II Internacional, fixa o 1º de Maio como Dia Internacional dos Trabalhadores, crescentemente comemorado a nível mundial. 

Em Portugal o 1º de Maio iniciou-se em 1890, com um sindicalismo revolucionário, sobretudo a partir da Implantação da República. Em 1919 são conquistadas as 8 horas de trabalho diário e o descanso ao domingo, para os trabalhadores do comércio e da indústria. 

1926, marca o início da contra ofensiva fascista, traduzida na restrição dos direitos de reunião, associação e manifestação, além da proibição de greves, mas o movimento dos trabalhadores, logrou organizar  lutas por melhores condições de vida e de trabalho e contra o fascismo. Apesar das proibições e da repressão, o 1º de Maio continuou. O de 1962 é um dos marcos do movimento laboral, incluindo a conquista das 8 horas de trabalho para o proletariado  rural. 

Com o 25 de Abril o 1º de Maio, internacionalista, prossegue como jornada de festa e de luta por melhores condições de vida e de trabalho e pela concretização duma verdadeira democracia social, económica, política e cultural, na sequência das Declarações Universais dos Direitos Humanos.

27 de abril de 2024  · 

Foto victor nogueira - Setúbal Av José Mourinho  Mural do Bloco de Esquerda --Tróia é de todos (2024 04 17 IMG_4440) -  Mural executado em 2024 Março

27 de Abril de2025

2025 04 27 - Tarjeta convocando para o 1º de Maio, no tempo do fascismo

Os sindicatos eram controlados pela Polícia Política (PIDE / DGS) e proibidos para os "servidores" do Estado (Administração Pública). Do mesmo modo eram condicionados os direitos de manifestação e de reunião, sendo proibidas as greves e severamente reprimidas as manifestações no 1º de Maio.

Em 2025 comemora-se o 51º aniversário das grandioas manifestações do 1º de Maio de 1974, quando foi declarado "feriado nacional", desde então comemorado em festa e luta em Portugal, de lés a lés.


Hino da Intersindical, pelo Coro do Sindicato dos Mineiros de Aljustrel



Operários, vanguarda do povo
Camponeses que a terra lavrais
Libertai-vos do jugo para sempre
É o povo quem vós libertais
Unidade! Unidade! Unidade!
Do trabalho contra o capital!
Camaradas, lutemos unidos
Porque é nossa a vitória final
Norte a sul, vinde trabalhadores
Pescadores não fiqueis para trás
Avançai, e sem medo, na luta
Pelo pão, p’lo trabalho, pela paz
Unidade! Unidade! Unidade!
Do trabalho contra o capital!
Camaradas, lutemos unidos
Porque é nossa a vitória final
Todos juntos numa só torrente
Na cidade, no campo e no mar
Alcancemos com as forças armadas
Liberdade, governo popular
Unidade! Unidade! Unidade!
Do trabalho contra o capital!
Camaradas, lutemos unidos
Porque é nossa a vitória final!

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Letra: Mário Vieira de Carvalho Música: autor anónimo do século XIX. A música apareceu em 1852, por ocasião das lutas civis da Patuleia e Maria da Fonte. Arranjo e direcção de coros: Pedro Osório.

sábado, 26 de abril de 2025

Letras empilhadas, ano após ano, em Abril, 26, (re)colhidas em 2025

 * Victor Nogueira 



26 de Abril de 2012

falando com os meus botões

O telemóvel cai ao chão e não sei de cor o pin, pois desligou. Mas já não estás ali ao fundo na cozinha ou já não atenderás mais o telefone, para mo dizeres. Está vazio de ti o meu lugar que passara a ser o teu, defronte para a janela e para o céu multivariado, perante a qual passavam rápidas as gaivotas em voo planado ou os pombos – estes poisando por vezes no peitoril da varanda,imóveis ou com a cabeça a dar a dar. O céu límpido ou acastelado de nuvens, cinzentas de chumbo ou em flocos brancos, azul ou laranja ou vermelho da cor do fogo, ao nascer,  com ou sem lua cheia à noite. Por vezes cruzado pelo rasto dum avião a jacto. O teu cantinho, como o designavas. Pedias-me sempre para voltares para minha casa, para o teu cantinho. Desde há semanas que ter-te-ás convencido que tal não era possível – como irias perceber a política criminosa desta gentalha que destrói a vida de tanta gente, gentalha da mesma laia daquela responsável por uma guerra colonial que nunca entendeste e que foi a causa da morte do teu filho caçula ? – E passaste então a perguntar ao dono de lar se eu podia ir para lá viver, para eu não voltar para setúbal, até que te encerraste em ti e deixaste de ser capaz de telefonar-me ou de atender o telefone, a persiana do quarto encerrada. Deixaste de ler o jornal diariamente ou os livros que regularmente te levava. Pelo evoluir do teu carcinoma ou porque desistiras de viver.


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26 de Abril de 2012

Cartaz do 1º de Maio (CGTP)   -  Contra a exploração e empobrecimento / Mudança de Púlíticas / Emprego | Direitos | Salário | Serviços Públicos 

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26 de abril de 2014  ·   · 

NOS 40 ANO$ DO 25 DE ABRIL 12 - A "UNANIMIDADE", os CONSENSOS e a "UNIÃO NACIONAL" e as juntas de "SALVAÇÃO NACIONAL" ou gato escondido com rabo de fora

Não, não se trata de socialismo envergonhado do ps(d)cds / Soares Carneiro Amaral Trata-se de fraude e mentiras deliberadas como Mário Nobre Soares reconheceu em alentada entrevista em 3 volumes: "se não defendessem o socialismo não teriam votos" em 1974/76. Não se trata do "Socialismo em Liberdade" mas da "Liberdade do Súcialismo". Verdadeiramente, ao Estado Social que dizem defender, o que apadrinharam foi o "Estado Súcial".

40 anos depois de abril, as fraudes vão-se desvendando, mas o voto e a escolha do eleitorado - afastado o "poder na rua", da populaça cheirando a suor e catinga - vão para a abstenção ou para os pinóquios do costume ou para as manifestações "inorgânicas" e "apartidárias", contra o Grande Capital nacional e transnacional bem organizado e unido. 

Os heróis do 25 de Abril, para a classe dominante, são  salgueiro maia, o "puro" que não se meteu na política, regressando ao quartel, mas que esteve no 25 de novembro com spínola (outro que se reclamava da "pureza" do 25 de Abril), vasco lourenço e jaime neves, ou otelo, o incontinente verbal que em 1975 dizia que punha todos os contra-revolucionários na Praça de Touros (embora se recusasse a norte de rio maior a pôr termo ao terrorismo bombista do elp/mdlp/cónego melo/spínola aliados ao ps(d)cds) ou que se fosse hoje não faria o 25 de abril, depois de em 25 de novembro se ter fechado em parte incerta  e abandonado as "suas" tropas na rua. Otelo que se candidatou a presidente da república para anos depois dizer que votara não nele próprio mas em Eanes, porque "a democracia estava consolidada".  Se assim pensava, porque concorreu, dividindo o eleitorado e a unidade da esquerda ? 

40 anos depois de Abril, nas comemorações do "branqueamento" e do "consenso", soares eanes sampaio balsemão otelo dão-se as mãos, tal como seguro sócrates escavaco barroso passes de coelho portas por lebre. Faltam lá os já falecidos marcelo sá carneiro e spínola, este por soares considerado o símbolo do 25 de Abril.

Nas comemorações dos 40 anos do 25 de Abril,  porque será que os do "consenso" não falam em Vasco Gonçalves, Costa Gomes, Rosa Coutinho ou mesmo em Melo Antunes ? Será porque estes defendiam o socialismo ou se opuseram à ilegalização dos comunistas ou contra spínola soares carneiro promulgaram em 1976 a Constituição que defendia o socialismo, o poder das classes trabalhadoras e uma sociedade sem classes ?

26 de abril de 2014  · 

foto victor nogueira - 1974/75 - cartazes e murais de abril 04 - Paço de Arcos (1978)

Rumo ao Socialismo / Defendemos a Reforma Agrária / o Controle Operário / Nacionalizações 

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  Helder Estêvão Candeias Dordio

Ainda acreditas no Papai Noel?? Zé Pinto. A esperança dos pobres, é a certeza dos Ricos.

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Helder Estêvão Candeias Dordio

Não quer dizer que deixemos de lutar pelo nosso idílico, mas já perdi a fé, a esperança e as forças, sobretudo quando aqueles que estão ao mesmo nível, e em vez de nos ajudarmos, são os que nos atraiçoam mais .....

11 a

Victor Barroso Nogueira

Por acaso, Helder Estêvão Candeias Dordio, o autor da foto e do post sou eu, que aliás há muitíssimos anos deixei de acreditar no Pai Natal e nunca acreditei na senhora de Fátima LOL

11 a

Helder Estêvão Candeias Dordio

não, refiro-me à troca de nomes. As ideias e pensamentos, valem pelo que valem, os Humanos é que as prevertem sempre a favor deles, quando lhes damos o poder.

11 a

Francisca Sepúlveda

Nem um bocadinho de saudades destes tempos. A utopia irrecional...

11 a

Octávio Guedes Coelho

Obrigado pela partilha. Não foram tempos fáceis, mas fazem parte da História recente. Boa noite e excelente domingo. Abraço.

11 a

Elsa Cardoso Vicente

Parte da nossa História, grata pela excelente partilha Victor Nogueira, abraço

11 a

26 de abril de 2016  · 

foto victor nogueira - cabo espichel e enseada da praia dos lagosteiros onde se encontram pegadas de dinossauros

26 de abril de 2017  · 

Não, não são desenhos meus mas "brincadeiras" do meu tio José João, que era arquitecto. Na família, para além dele, desenhavam bem os meus pais e o meu irmão, assim como o meu filho Rui Pedro, embora me diga que não. Quanto a mim, não creio que eu tenha arte para desenhar.

 
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fotos victor nogueira - forte de Peniche, cerca de 1987, que foi prisão politica de alte segurança, o que não impediu a fuga de Àlvaro Cunhal e outros nove dirigentes e militantes comunistas em 3 de Janeiro de 1960. Depois de muitas vicisitudes, nele será instalado o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade – Fortaleza de Peniche.


DOIS POEMAS

1. - Daniel Filipe
Este é o local, o dia, o mês, a hora.
O jornal ilustrado aberto em vão.
No flanco esquerdo, o medo é uma espora
fincada, firme, imperiosa. Não
espero mais. Porquê esta demora?
Porquê temores, suores? Que vultos são
aqueles, além? Quem vive ali? Quem mora
nesta casa sombria? Onde estão
os olhos que espiavam ainda agora?
O medo, a espora, o ansiado coração,
a noite, a longa noite sedutora,
o conchego do amor, a tua mão...
Era o local, o dia, o mês, a hora.
Cerraram sobre ti os muros da prisão.
r. David Mourão-Ferreira - Abandono (Fado de Peniche)
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar.
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar.
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar.
Levaram-te, a meio da noite:
A treva tudo cobria.
Foi de noite, numa noite
De todas a mais sombria.
Foi de noite, foi de noite,
E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar.
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar.
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar

26 de Abril de 2020

1º de Maio . 2 séculos de lutas operárias

26 de abril de 2020 
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CONFINAMENTO COMPULSIVO DAS PESSOAS COM MAIS DE 70 ANOS?
QUE DIZ O ARTº 3º DA CONSTITUIÇÃO?

Artigo 13.º (Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
ISTO TIRA-ME DO SÉRIO. ENTÃO UM CIDADÃO OU CIDADÃ NO PLENO USO DAS SUAS FACULDADES MENTAIS PODE SER "LIMITADO" NO EXERCÍCIO DAS SUAS LIBERDADES, DIREITOS E GARANTIAS?
VÃO OBRIGAR OS MAIORES DE 70 ANOS A USAREM A ESTRELA DE DAVID? VÃO ADMINISTRATIVA E LIMINARMENTE SEREM DECLARADOS INCAPAZES E / OU INTERDITOS TODOS OS MAIORES DE 70 ANOS INDEPENDENTEMENTE DO QUE A LEGISLAÇÃO ESTABELECE E GARANTE?
VÃO NOMEAR CURADORES PARA TODOS OS MAIORES DE 70 ANOS, COMO SE FOSSEM PSIQUICAMENTE INCAPAZES E SEM CAPACIDADE DE AUTO-DETERMINAÇÃO?
NO TEMPO DO FASCISMO, DA REPRESSÃO, DA FOME, DA GUERRA COLONIAL E DA MISÉRIA HAVIA A LENGA-LENGA MENTIROSA DE QUE OS COMUNISTAS MATAVAM OS VELHOS COM UMA INJECÇÃO ATRÁS DA ORELHA E TORNAVAM AS MULHERES PROPRIEDADE COLECTIVA, PARA ASSUSTAREM A POPULAÇA QUE OUSASSE PÔR EM CAUSA O FASCISMO, AO REIVINDICAR E LUTAR POR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO!
E AGORA, AO ARREPIO DA CONSTITUIÇÃO E DAS DECLARAÇÕES DOS DIREITOS DA HUMANIDADE, VÃO CONSTRUIR "LAZARETOS" OU "GAFARIAS" OU "CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO", TALVEZ CERCADOS DE ARAME FARPADO, ELECTRIFICADO, PARA OS VELHOS, A "PESTE GRISALHA" INFECTO-CONTAGIOSA?
E NÃO VÊM QUE ISTO É MAIS UM PASSO NA ORQUESTRAÇÃO PARA UMA SOCIEDADE CONCENTRACIONÁRIA, DE ESCRAVOS E SUB-HUMANOS AO SERVIÇO DOS SENHORES DA TERRA?
NUMA COMPLETA IRRACIONALIDADE MUITAS PESSOAS ACEITARAM COMO PERFEITAMENTE NATURAL
1. - A SUSPENSÃO DE DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS, COMO OS DE RESISTÊNCIA, DE REUNIÃO, DE ASSOCIAÇÃO, DE CIRCULAÇÃO, DE GREVE, DE ACTIVIDADE SINDICAL, ENTRE OUTROS
3. - ACEITARAM COMO NATURAL O CONFINAMENTO INSANO DUMA PARTE DA POPULAÇÃO ENQUANTO A RESTANTE GARANTIA AS SUAS NECESSIDADES BÁSICAS
3. - ALUCINADAS DE MEDOS, RECEIOS E INSANAS ANGÚSTIAS INDUZIDAS PELA COMUNICAÇÃO E REDES SOCIAIS, TORNARAM-SE INTOLERANTES A QUEM PENSASSE DE MODO DIFERENTE, COM SLOGANS ESTILO "foda-se, fica em casa" EM NÃO POUCOS CASOS IGUALARAM-SE AOS BUFOS DA PIDE AO "DENUNCIAREM" À POLÍCIA QUEM PENSA DE MODO DIFERENTE E CIRCULA PELAS RUAS, MESMO QUE CUMPRAM E RESPEITAM AS DIRECTIVAS SANITÁRIAS.
4. - OSTRACIZARAM O PESSOAL DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE, DOS SUPERMERCADOS, DAS FORÇAS DE SEGURANÇA, PARA QUE "NÃO PUSESSEM EM CAUSA A "segurança" DOS VIZINHOS.
5. - MUITOS TRANSFORMADOS EM ZOMBIES, SERES SEM ALMA, NEGANDO A NATURAL CONVIVIALIDADE E A EXPRESSÃO E PARTILHA DOS GESTOS FÍSICOS DE TERNURA, AMIZADE, AMOR, O OUTRO TRANFORMADO EM INIMIGO, EM POTENCIAL ALVO A ABATER, ESCOLHENDO A VEGETATIBILIDADE FETAL EM VEZ DA VIDA DESASSOMBRADA.
COMO ESCREVEU Martin Niemoller A PROPÓSITO DO NAZI-FASCISMO
Quando os nazistas levaram os comunistas,
eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas,
eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus,
eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu.
Quando eles me levaram,
não havia mais quem protestasse.

26 de abril de 2021  · 

Viva o 1º de Maio!


26 de abril de 2022  · 

Foto victor nogueira - Museu ferroviário na antiga estação ferroviária do Pinhal Novo (202204 21) Carreta ferroviária (railway handcar), accionada a pedal, para verificar o estado da linha férrea.


26 de abril de 2023 
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Pão, Paz e Liberdade - Tarjeta do 1º de Maio de 1962, violentamente reprimido em Lisboa e no Porto, com prisões, de mortos e de feridos, devido a acção conjunta da Polícia de Choque, das Brigadas da Legião Portuguesa e da PIDE.

No seu longo poema "Pátria, lugar de exílio", o poeta Daniel Filipe fala dessa manifestação e jornada de luta:

«(…)
Neste ano de 1962
não como Hazim Hikmet no avião de pedra
mas na minha cidade
livre de ir onde quiser
e no entanto prisioneiro
neste ano de 1962
exactamente
em Lisboa
Avenida de Roma número noventa e três
às três horas da tarde
Neste ano de 1962
encostado a uma esquina da estação do Rossio
esperando talvez a carta que não chega
um amor adolescente
meu Paris tão distante
minha África inútil
aqui mesmo
aqui de mãos nos bolsos e o coração cheio de amargura
(…)
4ª canção
Roga por nós, ó pátria, ó sonho sem fronteira!,
por nós, a quem recusam a alegria,
a liberdade, o pão de cada dia
a vida verdadeira!
Ó pátria canta! Do teu presepe imaginário,
ergue a voz dulcíssima, magoada,
e estilhaça de esperança as paredes do aquário,
ó pacífica pomba engaiolada.
Contigo iremos pela noite fora,cantando.
« Erguendo rútilas bandeiras
por sobre aldeias, campos, sementeiras,
como os arcanjos portadores da aurora».
Como lobos de súbito
irrompem na planície citadina
carregados de morte
Seu nome é violência
Trazem nas mãos mortíferos sinais
e de órbitas vazias
caminham em silêncio
envoltos na terrível solidão
do crime encomendado
Marginam as esquinas
escondem o rosto sob o aço liso
dos negros capacetes
e anónimos ocultos
pela espessa cortina de ódio e névoa
como robots avançam
A morte engatilhada
espera o momento de partir Agora
Cumpra-se o ritual
Uma voz grita Viva
a liberdade, O coro lhe responde
pontuado de tiros
Canalhas Temos fome
Arranquemos as pedras da calçada
Ó meu amor resiste
Resiste de olhos secos
Sem lágrimas Sem medo Só talhada
no silex da ira
Pronta a dar corpo ao sonho
e entanto testemunha do martírio
companheira e amante
De mãos dadas cantando
abrimos flores às balas assassinas
merecemos a vida
(…)
Neste ano de 1962
primeiro de maio
ao começo da noite
podemos finalmente olhar no espelho a nossa muda imagem
sem temor nem vergonha
Na solidão do quarto, meu Amor
podemos pela primeira vez
deixar de recear futuros julgamentos
e as perguntas silenciosas nos olhos dos vindouros
esquecer a humilhação, o insulto sem resposta
que foi o nosso pão quotidiano e áspero
Agora poderemos ser de novo homens
livres, ainda que presos
mastigando a comida sem o sabor a lágrimas
antes com o sal da esperança
merecido tempero, paga justa da luta
Renegamos o passado maculado de angústias
esquecemos as pequenas diárias covardias
os negócios onde tudo se perde e até a honra
Neste primeiro de Maio de 1962
podemos finalmente sorrir sem amargura.»
.
in Pátria, lugar de exílio, pp.13-35, Editorial Presença, 1974.

26 de Abril de 2025

 25 de Abril - Itália (1945) e Portugal (1974)

O 25 de Abril é uma data histórica em Portugal e na Itália, tendo ambos de comum celebrarem a queda do fascismo, respectivamente em 1974 e 1945, dia de feriado em ambos os países. Na Itália e em Portugal a Igreja Católica, na generalidade, foi suporte e apoio dos regimes naquelas datas derrubados pelo movimento popular e de resistência.

Não sei o que sucedeu na imprensa italiana neste ano de 2025. Em Portugal a morte do líder religioso Francisco I serviu de pretexto ao Governo e demais forças da direita revanchista para tentarem impedir ou condicionar as comemorações e celebrações populares da queda do fascismo, do fim da guerra colonial e da instauração da Democracia.

Duas flores, rubras, representam essa data: papoilas em Itália, cravos em Portugal. Uma designada como o Dia da Libertação (Itália), outra como o Dia da Liberdade (Portugal). Duas canções simbolizam o 25 de Abril: "Bella Ciao" (Itália) e "Grandola, vila morena" (Portugal).

Não conseguiram impedir a ampla participação nas comemorações e manifestações, mas a generalidade da comunicação on line tem dado amplo e destacado tratamento à morte e cerimónias fúnebres em Roma, colocando quase em nota de rodapé e praticamente sem cobertura fotográfica as comemorações do 51º aniversário do 25 de Abril e 50º das eleições para a Assembleia Constituinte. Nos noticiários televisivos, as aberturas e destaques noticiosos são em torno de Francisco I.

Em procissão e farisaicamente deslocaram-se a Roma, para as cerimónias fúnebres, a nata do Estado Português, “representado” pelo PR Marcelo de Sousa, pelo PAR Aguiar-Branco e pelo PM Montenegro, para “homenagearem” laudatoriamente quem se situava nos antípodas da sua política: a recusa do neoliberalismo, a defesa da Paz entre os Povos e uma política a favor não dos detentores da riqueza, mas sim dos deserdados da fortuna.