`* Victor Nogueira
e porque hoje é sábado ...
27 de abril de 2014 · ·
NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 13 - as "Excelências" e o respeitinho
1. - Em 25 de Abril de 1974 a farsa entre spínola e marcelo para que o poder não caísse na rua foi pela RTP anunciada deste modo: São já quase 20 horas e um novo comunicado informa que "Sua Excelência o ex-Presidente do Conselho de Ministros se rendeu incondicionalmente a Sua Excelência o General António de Spínola, juntamente com os ex-Ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros". Ainda era o tempo das “Excelências” e do respeitinho.
E no dia 27 em Caxias ainda se discutia à porta do Forte se era ou não legal libertar os presos políticos, enquanto o Governo era entregue a um conjunto de Generais alguns dos quais se vieram a revelar claramente defensores da (des)ordem derrubada e tenha sido lançado um apelo para evitar os excessos que possam por em causa “o poder que o General Spínola vos oferece”. Spínola que pretendia não autorizar partidos políticos mas apenas "associações" políticas e manter encarcerados os presos políticos.
2. - Durante a guerra colonial e nos arredores de Luanda havia um Quartel – o Grafanil – espécie de albergue ou placa giratória das tropas em trânsito entre o mato e a cidade ou o Puto (Portugal) onde existia um enorme barracão, que se via da estrada, onde letras garrafais identificavam como “Depósito de Convalescentes”. Era um dos muitos depósitos do material de guerra, este de soldados convalescentes.
27 de Abril de 2014
o direito de participação e de voto não se esgota nas eleições para a presidência da república, dos parlamentos ou para as autarquias. O direito e o dever de participação e de voto exerce-se também ou deveria exercer-se para as comissões de moradores, para as comissões de trabalhadores e de utentes, para as associações sindicais, entre muitas outras como as assembleias de condóminos, associações desportivas ou culturais, etc, etc.
Sem prejuízo do direito e do dever de votar (ou não) o mais importante são o direito e o dever de associação para a prossecução de interesses específicos, mais ou menos genéricos, e também o direito a ser informado, o que não sucede nas TV's e na esmagadora maioria dos órgãos de comunicação, sujeitos de facto à censura das direcções, dos conselhos de administração e dos grandes accionistas, capitalistas.
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27 de abril de 2014 ·
foto Victor Nogueira -1974/75 - cartazes e murais de abril 05 - Lisboa - calçada da ajuda -
Durante os anos de 1974/1976 foram muitas as acusações e denúncias de ingerência da NATO e da CIA em Portugal
27 de Abril de 2014
NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 14 - a longa espera para a libertação dos presos políticos
Em 26 de Abril, no Forte de Caxias, 5 ou 6 inspectores da PIDE aguardavam a chegada das forças do MFA comandadas pelo capitão-tenente Abrantes Serra, às ordens de quem se colocam afirmando lealdade. O objectivo da força dos Fuzileiros era garantir a segurança dos presos políticos com vista à sua libertação.
Contudo um telefonema de Spínola impõe que não sejam libertados os presos acusados de delito comum os quais pela força de fuzileiros haviam sido libertados das celas e circulavam na prisão. Após o telefonema Abrantes Serra verifica que o comandante da Força de Paraquedistas que guardava o Forte havia mandado recolher às celas todos os presos políticos, alegando que não havia ordem da Junta para libertá-los.
Abrantes Serra ordena de novo a abertura de todas as celas enquanto chegam delegados do MFA e da Junta para libertar os presos. Em consequência os delegados da Junta e do MFA e Abrantes Serra solicitam a colaboração dum dos inspectores da PIDE/DGS para que sejam identificados os presos políticos a libertar. O inspector da PIDE/DGS resolve pois aconselhar quem deveria ou não ser libertado, isto é, distinguindo os “muito perigosos”, que segundo ele não deveriam ser libertados, ou seja, cerca de 60 dos 82 continuariam presos.
Perante a exigência de Spínola e com vários advogados oposicionistas presentes no meio da multidão que no exterior exigia a libertação de todos os presos políticos, inicia-se por iniciativa de Abrantes Serra e dos delegados da Junta e do MFA uma inconcludente discussão entre os advogados sobre a legalidade de libertar os presos políticos acusados de crimes de delito comum.
Face a isto o delegado do MFA major Menino Vargas telefona ao tenente-coronel Franco Charais, da Coordenadora do MFA que, contrariando o general Spínola, Presidente da Junta de Salvação Nacional, ordena a libertação de todos os presos políticos, sem distinções, já na madrugada do dia 27 (segundo Pedro Lautet in “Os anos de Abril” – volume 5 - “O cerco a Marcelo Caetano” - Lisboa 2014)
Enquanto isso, na cadeia da PIDE no Porto os agentes da PIDE exigiam aos familiares dos presos políticos elevadas quantias em dinheiro para que fossem libertados. A libertação de todos os presos políticos verificou-se a 27 de Abril.
Os presos políticos do Forte de Peniche são libertados nesse mesmo dia 27 enquanto que os presos políticos (dos movimentos de libertação das colónias) no Campo de Concentração do Tarrafal apenas foram libertados a 30 de Abril.
Havia outras prisões políticas, nas colónias, para além do Tarrafal.
Em tempo - os militares do MFA presos no Forte da Trafaria na sequência do golpe militar de 16 de Março foram libertados ao princípio da tarde do próprio dia 25 de Abril de 1974
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DA MINHA CORRESPONDÊNCIA em 27 de Abril de 1974:
«O telejornal transmite a libertação dos presos políticos do Forte de Caxias. Fico indignado com as delongas: mas que história é essa da distinção entre presos de delito comum e presos políticos? Vão para o raio que vos parta, mais o vosso “percebes?”. Não percebo, nada!
Começa a saída dos presos: reconheço alguns – o Sérgio Ribeiro, o Luís Moita. Ouço nomes conhecidos: Nuno Teotónio Pereira. E ouço as declarações de alguns dos libertos, nomeadamente [Palma Inácio] da LUAR (Liga Unida da Acção Revolucionária): aí, valentes, assim é que são! Nada de entusiasmos despropositados, nada de pactuações demagógicas. Não haja ilusões: o poder não irá para o povo; a burguesia reorganiza-se. Vamos ver durante quanto tempo durará este novo ar que se respira, duma liberdade que nunca tinha havido nos meus 28 anos de existência. É bom sentir também essa liberdade nos outros.» (MCG – 1974.04.27/28)
27 de abril de 2017 ·
foto victor nogueira - Setúbal - Parque Urbano de Vanicelos -Neste aprazível Espaço Verde foi uma vez mais a festa de aniversário do Francisco. Por ele vagueavam pessoas, brincavam crianças, praticava-se jogging, jogava-se à bola ou passeava-se de bicicleta.
27 de abril de 2020 ·
CARTAZ CIPRIOTA DO 1 DE MAIO DE 2020
27 de abril de 2020 ·
foto victor nogueira - Todos os anos nos desfiles do 1º de Maio, em Setúbal, no Largo dos Combatentes, com um cravo na mão e acenando aos manifestantes, estava à janela um casal idoso. Depois, passou a estar apenas a mulher e nos últimos anos ninguém..Esta é uma das fotos que tirei ao longo dos tempos.
27 de abril de 2021 ·
foto victor nogueira - 1º de Maio em Setúbal - 1983 (rolo 72)
VER 1º de Maio, em Setúbal, 1983
27 de abril de 2021 ·
Viva o 1º de Maio!
27 de abril de 2022 ·
1º de Maio - Dia Internacional do Trabalhador
Cartaz russo, alusivo ao dia 1.º de maio: "Trabalhadores não têm nada a perder, a não ser suas correntes … " (1919)
27 de abril de 2022 ·
Foto victor nogueira - Pinhal Novo - coreto (2022 04 21)
Apadrinhado pela Sociedade União Setubalense, o coreto da Sociedade Filarmónica União Agrícola foi inaugurado em 1927, tendo esta sido fundada em 6 Dezembro 1896. O coreto situa-se no rossio, hoje ajardinado, defronte da antiga estação ferroviária.
27 de abril de 2024 ·
1º de Maio 2024 - Lutar pelos direitos / Combater a Exploração / Paz, Pão e Librdade / Aumentar salários e pensões / Garantir Direitos / Abril Por um Portugal com futuro
As mulheres apoiam os sindicatos / Salário igual para trabalho igual, sem distinção de género, raça, religião ou orientação sexual / O sindicalismo constrói isto! (Cartaz dos anos '20 do século XX)
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Jornal do Stal 127 – 2024 Abril
1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, por Victor Nogueira
Abomináveis na grandeza
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha (A Internacional)
Sobre-exploração dos Trabalho, com maior gravidade no infantil e no das mulheres, jornadas extenuantes, de sol a sol, ausência de protecção em caso de acidente, doença ou desemprego, insalubres condições laborais e habitacionais, salários abaixo do nível de subsistência … tal é a essência do capitalismo
Greves, mutualismo, organização sindical e em partidos políticos operários foram a resposta do Trabalho, em luta por melhores condições laborais e de vida. Organização que a breve trecho levou à articulação internacional das lutas dos trabalhadores.
As jornadas de 8 horas são reivindicadas pela National Labour Union nos EUA e pela I Internacional no seu Congresso de 1866. Neste ano, em Chicago, uma greve no 1º de Maio, com o mesmo fim, foi sangrentamente reprimida pelas forças policiais, a mando do patronato.
Em 1889 o Congresso da II Internacional, fixa o 1º de Maio como Dia Internacional dos Trabalhadores, crescentemente comemorado a nível mundial.
Em Portugal o 1º de Maio iniciou-se em 1890, com um sindicalismo revolucionário, sobretudo a partir da Implantação da República. Em 1919 são conquistadas as 8 horas de trabalho diário e o descanso ao domingo, para os trabalhadores do comércio e da indústria.
1926, marca o início da contra ofensiva fascista, traduzida na restrição dos direitos de reunião, associação e manifestação, além da proibição de greves, mas o movimento dos trabalhadores, logrou organizar lutas por melhores condições de vida e de trabalho e contra o fascismo. Apesar das proibições e da repressão, o 1º de Maio continuou. O de 1962 é um dos marcos do movimento laboral, incluindo a conquista das 8 horas de trabalho para o proletariado rural.
Com o 25 de Abril o 1º de Maio, internacionalista, prossegue como jornada de festa e de luta por melhores condições de vida e de trabalho e pela concretização duma verdadeira democracia social, económica, política e cultural, na sequência das Declarações Universais dos Direitos Humanos.
27 de abril de 2024 ·
Foto victor nogueira - Setúbal Av José Mourinho Mural do Bloco de Esquerda --Tróia é de todos (2024 04 17 IMG_4440) - Mural executado em 2024 Março
27 de Abril de2025
2025 04 27 - Tarjeta convocando para o 1º de Maio, no tempo do fascismo
Os sindicatos eram controlados pela Polícia Política (PIDE / DGS) e proibidos para os "servidores" do Estado (Administração Pública). Do mesmo modo eram condicionados os direitos de manifestação e de reunião, sendo proibidas as greves e severamente reprimidas as manifestações no 1º de Maio.
Em 2025 comemora-se o 51º aniversário das grandioas manifestações do 1º de Maio de 1974, quando foi declarado "feriado nacional", desde então comemorado em festa e luta em Portugal, de lés a lés.