Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

domingo, 28 de fevereiro de 2021

os textos em fevereiro 28

 * Victor Nogueira


2017 02 28 AS NARRATIVAS DE SÓCRATES, O PEC IV E OS "SOCIALISTAS"  - A narrativa da vitimização continua como se todos fossemos artolas.. Então PCP/BE/PEV não votavam previsível e sistematicamente contra os PEC’s enquanto PSD/CDS votavam a favor ? 

Procurou o PS/Sócrates/Seguro/Assis algum entendimento e acordos com o PCP/BE/PEV – a extrema esquerda, trombeteavam eles, para o apoiarem ? Ou preferiram sempre entendimentos com o PSD/CDS, os tais partidos com “elevado” sentido de estado, até que inesperadamente PSD/Coelho deu a cambalhota e votou contra o PEC IV ? 

Mas verdadeiramente, quem tirou o tapete ao PS/Sócrates foram os banqueiros, incluindo Espírito Santo, aliados a Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças de Sócrates, para que a troika assentasse arraiais em regime de protectorado ? Ou não ?

COMENTÁRIO EM https://aventar.eu/2017/02/28/a-entrevista-de-jose-socrates-a-tvi/

GRAVURA EM http://obviousmag.org/rubinho_borges/2016/a-importancia-dos-contos-de-fadas.html

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2014 02 28 
1. 
Os livros e as pessoas
Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem têm olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,
nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.
Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamentos
ou um pouco de nós
para que chegue aos outros.
.
Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.
(1969)
2. 
o excerto é este
«Mas nada disto interessa. Uma presença, um gesto, um sorriso, valem mais que mil palavras. Não entendes isto ?»
retirado duma das minhas notas no inFaceLock.
3.
Comunicamos com os outros essencialmente com as palavras, pontes ou barreiras, clarificantes ou não. Mas também comunicamos através de outros meios, como os gestos, a postura corporal, a mímica, o vestuário, com chaves diferentes ou não conforme o contexto em que surgem ou o meio socio-cultural em que nos inserimos ou de que provimos.
4.
A mim o que me interessa são os vivos e a solidariedade ou o gesto que se não recusa, a liberdade que conseguimos fazer nascer nesta teia de constrangimentos e de embaraços.

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com teu receio
de 
permeio

as flores
fenecem
nas 
dores

e
o
cais
deserto
de naus


setúbal 2014.02.28

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calamos as palavras
e morremos
sem as dizermos

resguardamos os gestos
dos afectos
e partimos sem 
os 
partilharmos

em semi-breve
enleamos de nós
a meia-voz
a vida
vivida
e
morremos
sem cantarmos


setúbal 2014.02.28

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são  ocas
as
tuas
palavras

balofas
balelas
sem velas

desfolhadas
são de areia

a tua determinação
uma
efabulação

brlham talvez
com a leveza
etérea
do pechisbeque

uma borboleta
que volteia
e
não
aquece
a
chama

os teus mimos
não são arrimos
mas pantominas

setúbal 2014.02.28

sábado, 27 de fevereiro de 2021

os textos em fevereiro 27

 * Victor Nogueira



Portas com "história" - Loulé - "Zé barbeiro"
.
Algumas portas dão notícia a quem passa e a partir dela(s) se pode desenvolver uma história, em função da arte, do engenho e da imaginação de quem as encontra. Em tempo de "pandemónios" com "fechaduras" de barbearias e "cabeleirarias", nada como uma "abertura" com navalha, a do "Zé barbeiro".



2020 02 27 Foto do artista, tipo passe. Lisboa c. 1968 - A camisola inicialmente tricotada pela minha tia Lili, a meu pedido foi desmanchada tricotando ela uma nova, com outro desenho: gola alta. Num dos anos em que fui a Luanda nas Férias Grandes, a D. Vitória em cuja casa de hóspedes eu vivia em évoraburgomedieval, foi mostrar, com elogios, o quarto do senhor Nogueira a duas das novas hóspedes, uma das quais, soube depois, ao ver esta foto que por lá estava, ficou de imediato encantada pelo retratado.

2016 02 17 Foto victor nogueira - A2 - Pôr-do-sol na área de serviço de Palmela, cujo restaurante se encontra encerrado desde 1 de janeiro do corrente ano. Porque será que nas zonas de restauração das áreas de serviço servem tão mal e caro ? E dizem que as "privadas" é que servem bem e com óptima gestão ! É sempre a aviar, minha gente.

Melhor só outrora em Casa Branca, no transbordo para o ramal ferroviário de Évora, enquanto  nos procurávamos aviar no bar da estação onde o afobado  "dono" não dava conta do recado perante a avalanche de clientes, empurrando-se uns aos outros tentando chamar a atenção para serem servidos, atentos ao apito do chefe da estação, não fosse a automotora partir deixando os menos precatados no cais e ao relento.

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não há
entre nós
palavras belas
nem versos
apenas reversos
pois não escutas
o que escrevo
escrevo
como se
entre o meu cérebro
que comanda
e as minhas mãos
que executam
dedilhando
eu não estivesse
mas sim a máquina
em que me transformo
e
tu
não entendes
o meu cansaço
é o da máquina
que não sou
e tu insistes
na minha desumanização

setúbal 2014.02.27

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pétala
a
pétala
silabando
e
rimando
é tecido
o poema
teorema
cálido
ou
ventoso

setúbal 2014.02.27

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à lareira
ponteias
na braseira
com areia
não ateias
a teia
nem incendeias
remedeias

setúbal 2014.02.27

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na pousada
da poesia
as palavras
são
os sonhos
encobertos
do leitor
e
do
autor
anelo
anel de papel
pesadelo
rimando
ou remando
com
flores
ardores
andores
e
dores
ou nada
rimando
e
remando
ou
naufragando

setúbal 2014.02.27

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nú recreio
enleada
mordes
e
remordes
a
imaginação
desenfreada
sem
o
freio
do
receio
a ventura
sem cobertura ?

setúbal 2014.02.27

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na janela aberta
encoberta
estás
coberta
de véus
sem a descoberta
tecida de receios
de medos
sem arremedos

setúbal 2014.02.27

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nú esteiro
esteio
sem receio
mordes
e
remordes
o seio
avulta
a vulva
encoberta

setúbal 2014.02.27

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trancas
as palavras
o olhar
sem
vaguear
nem
vadiar
brancas
ou
negras
as sílabas
o Syllabus

setúbal 2014.02.27

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trincas
as palavras
as tintas
retintas
e brincas
lavrando
e
lavando
as palavras

setúbal 2014.02.27

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o mistério do saltério
sentes
e
no ministério
mentes
psalmo a palmo
as palavras
em tiras
tiaras
das mentiras
ao rés do chão
sem pão nem a vinha
advinha
a
adivinha
em sentido
neste sentido
que sentido
o sentido
sem ti
sentado
pasmado

setúbal 2014.02.27

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

os textos em fevereiro 26

 * Victor Nogueira


2021 02 26 Os 3 "manos" - Luanda - Rua Frederico Welwitsch - 1951

Naquele tempo, ao fim do dia, ia muitas vezes ao cinema. Naquele dia 26, à noite, em 1987, ao regressar a casa, o telefone tocou. Era o Jacinto, guarda da noite no Edifício Sado, onde eu trabalhava, no Planeamento Urbanístico.  

"Onde é que se meteu, doutor, que andamos à sua procura há horas? Tenho uma notícia para lhe dar. Sente-se. O seu irmão morreu!” E foi assim, de chofre, que soube que o meu irmão se suicidara. Numa das outras vezes telefonara-me para a Câmara, para se despedir de mim. Disse-lhe que esperasse por mim, que não era pelo telefone que nos despedíamos para sempre, que iria ter com ele para lhe dar um último abraço. 

Meti-me no carro rumo a Paço de Arcos e dessa vez consegui chegar a tempo, adiar, sem ilusões, aquilo que para ele seria uma determinação e tentara  já por diversas vezes!

O MPLA tê-lo-ia convidado para ficar, teria querido ficar em Angola, a nossa terra, mas quando após a independência, em 1976, o MPLA mobilizara todos os angolanos face à guerra civil que se avizinhava, veio para Portugal, dizendo-me que lhe bastara o horror duma guerra, a que vivera, na frente de combate e com as vítimas do exército colonial, onde havia sido incorporado como enfermeiro. Morreu sem terminar o curso de Medicina.

ECCE HOMO

Era o dia 26 de Fevereiro

O Pituca morreu!

Encerrado em si

hirto no seu pijama azul

as mãos bonitas e o rosto frio

um vergão em torno do pescoço

o rosto violáceo

o ar sereno.

Longe vai o tempo da minha alegria

das nossas brigas

da nossa amizade

…………………silenciosa

…………………tímida

…………………desajeitada.

Fica-me no pensamento

a lembrança de ti

nas coisas que me deste

……………….…,os livros os posters

……………..…...os bibelots as estatuetas

 ………………… africanas as tuas pinturas

…………………  a Marilyn e o Pato Donald

…………………  os discos e as cassetes.

Memória da infância perdida

nas palavras silenciadas

Meu irmão!

Setúbal 1987.12

.

É TEMPO DE CHORAR

É tempo de chorar

silenciosamente

os nossos mortos

irmãos encerrados

…………….encurralados

É tempo de chorar

enquanto

para lá desta hora

a vida se renova

por entre

……………. os bosques e

……………. os regatos

…………….……………. ….sussurantes

…………….  do imaginar o son (h) o estilhaçado

É tempo de chorar o tempo que voa!

(IN MEMORIAM do meu irmão Zé Luis, morto de morte matada

…………….……………. por ele próprio e por muitos outros no tempo

…………….……………. que para ele terminou naquela tarde de

…………….……………. 26 de Fevereiro de 1987 ............................. )

Setúbal, 1989.02.03

. (Zé Luís - Luanda, 1951 – Paço de Arcos 1987)

2020 02 26 foto victor nogueira - Setúbal, Carnaval 1986 (?)

Naquele tempo, no local onde se construiu o Parque Verde da Lanchoa, no Pote de Água, era campo, onde pastavam rebanhos de ovelhas e de cabras, Aqui havia uma nora, que a Junta de Freguesia, terraplanado o terreno, arrasou, para dar lugar ao espaço verde., no qual se não conservaram as espécies arbóreas nele existentes: sobreiros, oliveiras e pinheiros mansos.


2018 02 26 O meu irmão caçula, o Zé Luís (1951.05.29 - 1987 02 26)  no Rio Quanza, em 1968

PRECE, por Maria Emília NS

Ao meu filho José Luís

Meu filho querido, meu grande amor
Teu destino não era este mundo.
Partiste e me deixaste nesta dôr
Tão profunda, Imensa, sem ter fim.

Porquê meu filho, me abandonaste ?
Tão jovem, tão talentoso, tão bom !
Sem compreender porque te finaste
E que felicidade procuraste.

Teu coração outra vida sonhara,
Mas uma vida sem sombrias nuvens
Radiosa primavera desejara.

Tuas meigas mãos jamais sentirei
Afagar com carinho a minha face
Sentida prece por ti rezarei.

S/data

2017 02 26 Foto de família  em Luanda - 1951 - Victor, Emília, Zé Luís (Luanda 1951.05.29 / Paço de Arcos 1987.02.26), Manuel -

IN MEMORIAM do meu irmão Zé Luís, Em 1987, a 26, ao fim do dia resolvi ir ao cinema e depois de chegar a casa à noite, o telefone tocou. Era o Jacinto, o guarda do edifício da Câmara onde eu trabalhava, no Planeamento Urbanístico, : "Doutor, Temos andado à sua procura. Sente-se, tenho uma notícia para lhe dar: O seu irmão morreu." Desta vez a tentativa de suicídio não falhara.. Vítima do stress da guerra os psiquiatras haviam dito que apenas eu o poderia salvar e não os pais, mas o meu poder era limitado. 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

os textos em fevereiro 23 / 24 / 25

 


 Delacroix - A Liberdade guiando o Povo, na revolução de 1830, em França

* Victor Nogueira



2020.02.25

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2017 02 25

O ABSOLUTO À RELATIVIDADE / TUDO É RELATIVO!
VIVA A VIDA! / QUE É A VIDA?
RIEN QUE LA VERITÉ! / QUE A A VERDADE?
SIM - SIM NÃO - NÃO / SE ... MAS ... PORÉM ... TODAVIA ...
CONTUDO ...
.
EU SOU EU
TU ÉS TU
ELE É ELE
ELA É ELA
TUDO O RESTO É ILUSÃO E / OU
INGÉNUA BOA VONTADE!
.
Victor Manuel
.
QUE É A VERDADE?
.
NO COLÉGIO DA SÉ EM ÉVORABURGOMEDIEVAL ILHA DE PEDRA E CAL DE RUAS ESTREITAS E TORTUOSAS ...........
VICTOR MANUEL
26 JAN 71 ... / ...
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na festança da abastança o povo com apneia e a classe média pequena ou média burguesia com azia todos proletários os otários ricos os mafarricos

setúbal 2014.02.25
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abril
das águas mil
em maio
no funil
otário
na boca larga
o povo
'tormentado
no estreito
canal
em cornucópia
os cifrões
crescente
de bolsa
a(ba)rrotando
os salafrários
e
os
seus patrões

setúbal 2014.02.25

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2014 02 25 a reforma do estado (já) está em curso - desde há muito - pela mão do ps(d), seja qual forem a narrativa e o manageiro de turno
... mas a "reforma" do Estado, rumo ao minimalismo, por obra e graça do ps(d) não está a ser implementada ? Encerramento de maternidades, centros de saúde, tribunais, lojas do cidadão, escolas do ensino básico e secundário, "reorganização" administrativa (em Lisboa e no País), desinvestimento público na ADSE (em benefício dos hospitais privados e das seguradoras),desinvestimento no ensino superior e na investigação científica e tecnológica, extinção progressiva da Caixa Geral de Aposentações (em benefício das seguradoras), generalização do "Outsourcing", como nas ligações telefónicas do Governo, agravamento das custas judiciais, privatização de farmácias hospitalares, notariado, distribuição de água em alta e em baixa, seguros da CGD, "exploração" de museus e parques naturais, correios e telecomunicações, distribuição de gás e da energia eléctrica, recolha e reciclagem de resíduos industriais e sólidos e urbanos, auto-estradas e travessias do rio Tejo, empresas públicas em sectores estratégicos da economia, impostos dos cidadãos direccionados para as PPP's, swap's, "recapitalização" da banca da usura, cheques-ensino ...
E não está na forja a privatização total dos transportes públicos, dos TAP, da ANA, da CGD, dos estabelecimentos prisionais, da segurança social em benefício das seguradoras, da RTP (em benefício da TVI e da SIC), entrega de hospitais à Igreja Católica através das Misericórdias ... ?

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hoje não falamos
de flores
nem de amores
ardores
ou andores
hoje falamos
dos nós
sem voz
lassos de embaraços
hoje falamos
de nós
(quase) todos
sem pauta
e
a malta
sem acordo
desafinando
e
desfiando

setúbal, 2014.02.24

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2020 02 24 foto de família - o regresso a Luanda, em Maio de 1974, após a "licença graciosa".

Completamente alheia ao terramoto que foi o 25 de Abril, a minha mãe regressou a Luanda.
Em 1966 vim para Portugal, prosseguir estudos universitários, num país que então já era para mim o "estrangeiro"
As minhas idas a Luanda a partir de 1967 acabavam em "tragédia" com o meu pai, contra a minha vontade, puxando a conversa para a política e eu lhe contrapunha que aquela era uma guerra perdida e que a independência de Angola era inevitável, quer com um regime multi-racial como o preconizado pelo MPLA, quer com um regime da minoria branca, como o de Ian Smith na Rodésia do Sul,
Se havia "censura" em Portugal, a partir de 1961 ela passou a ser férrea em Angola, até aí mais liberal, com a autêntica manipulação de que "Angola é nossa", mesmo influenciando quem até aí não era afecto a Salazar e defendia a independência de Angola face a Portugal.
A ironia é que o regresso tenha sido feito no transatlântico "Infante D. Henrique", da Companhia Colonial de Navegação (CCN), e que a tragédia tenha sido o chamado "retorno" a Portugal de centenas de milhares brancos e negros, pouco depois, muitos dos quais nunca tinham estado em Portugal ou que de alma e coração, como o meu pai, se consideravam não portugueses, mas angolanos, que a long time ago haviam preconizado a independência de Angola multirracial, como defendia o MPLA.
A tragédia é que muitos brancos acabassem a defender a UNITA, um movimento racista e trIbalista, apoiado pela PIDE e pela a União Sul-Africana, a do "apartheid".
Porque em abono da verdade se diga, nem o Manuel nem a Maria Emília, alguma vez foram racistas ou defenderam o apartheid.
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2014 02 24 relvas e assis seguro sentado são as duas faces da mesma moeda, nomes apenas para dar e baralhar ou descartar. Um, turbo-licenciado pelas universidades de cavaco, outro, que tropeça nas palavras pelas quais se deixa deslumbrar, cavaleiro da triste figura. O baile (co)mandado, desde soares & carneiro, esse, é do ps(d). E dos patrões do cifrão !

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2013 02 24 Bem, essa do jornal do Balsemão (um dos fundadores do ppd-psd proveniente da ala liberal de Marcelo Caetano, apeado pelo 25 de Abril) e da comunicação social dos patrões falarem em grandolagem referindo-se ao facto de nas manifestações se entoar a "Grândola, Vila Morena" que foi a senha para o derrube do fascismo em 25 de Abril de 1974 É UMA PROVOCAÇÃO e só pode nascer de cérebros que o temem pois rima com "gandulagem" ou "gatunagem" ou "ladroagem", cérebros que fogem do "povo que mais ordena dentro da cidade", que rima com Solidariedade, Igualdade, Fraternidade e Liberdade, não a deles, mas a de quem é por eles espoliado, explorado, esmifrado, roubado, sacaneado, enganado, humilhado, espezinhado, e assassinado pelas troikas internas e externas e seus moços e moças de recados ! Por isso Balsemão e confrades tremem e temem quem ? Quem, como Povo de Trabalho, contra os Patrões, Marchar, Marchar !
Quadro de Helena Vieira da Silva - A Poesia está na Rua


Vídeo escolar - Zeca Afonso e Grândola, Vila Morena, por Inês Costa

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nús
com pús
purulentos
e
macilentos
na rede
com sede
enleados
e
oleados
capacho
são
ou não ?

setúbal 2014.02.23

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gato
que brincas
na rua
a beira-mar
ao luar
não é minha
mas
é
tua
a liberdade
de
vadiar

setúbal 2014.02.23

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ESCRITO EM 2013, ANO EM QUE CAVACO ERA PRESIDENTE DA REPÚBLICA E PASSOS COELHO/PSD E PORTAS/CDS DESGOVERNAVAM CONTRA A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, ESSA "FORÇA DE BLOQUEIO" QUE FERREIRA LEITE/PSD QUERIA SUSPENDER POR 6 MESES ATÉ PÔR A "CASA" EM ORDEM, IMPONDO-SE AUSTERIDADES PARA ALÉM DA TROIKA
.
2013 02 23 Numa altura em que o Presidente da República e o Governo não honram o juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, de 1976, num tempo em que direito à existência e a uma vida condignas bem como as liberdades, a democracia e os direitos dos trabalhadores e das populações em Portugal são negados pelo psd-cds com a ajuda do PS e da UGT, é espantoso que dirigentes do PS como António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Francisco Assis e Santos Silva, entre outros (deputados) e João Proença (dirigente da UGT) saiam a terreiro em defesa da honra de Relvas, Passes de Coelho e companhia e que se demarquem das manifestações que não acatem o princípio salazarento do "respeitinho" ao "venerando Chefe de Estado", ou a "Suas Excelências" o Presidente do Conselho de Ministros e seus membros, Sendo assim não é espantoso que sem desmentido altos dirigentes do PS digam que se este não tiver a maioria se aliará ... ao psd ou ao cds . Em 1968 Marcelo Caetano, sucessor de Salazar, era notícia. Era o tempo da pide, da censura, da repressão, da guerra colonial, da emigração em massa. . Em 1969 Américo Tomás era notícia. "Educadamente", Alberto Martins, então Presidente da Associação Académica de Coimbra, pediu a palavra em nome dos estudantes. Américo Tomás balbuciou e retirou-se pouco depois apressadamente. Logo de seguida os dirigentes da Associação Académica de Coimbra foram presos pela Polícia Política e os estudantes declaram a greve académica às aulas e aos exames. . Coimbra foi ocupada pela PIDE, pela GNR, pela Polícia de Intervenção. Nessa altura os estudantes, para além da prisão e da tortura, se reprovassem ou se expulsos da Universidade tinham duas guias de marcha - a guerra colonial ou a emigração. . Em 1969 Américo Tomás foi de novo notícia. A Académica de Coimbra esteve na final da Taça de Portugal e os estudantes planearam para o estádio do Jamor uma jornada de contestação política. . "O venerando Chefe do Estado", como "respeitosamente" a imprensa e o regime fascista de então designavam aquele que o povo chamava de "Cabeça de Abóbora", como sempre convidado de honra, não compareceu devido a "impedimento de última hora". . Nós bem sabemos que nessa altura não havia um Partido Socialista em Portugal, pois autodissolvera-se após o Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, ao contrário do PCP, que manteve a sua actividade apesar da feroz repressão. . E muitos de nós sabemos que o actual Partido Socialista foi previdentemente fundado na Alemanha, em 1973, financiado pela social-democracia alemã, ao contrário do ppd/psd (da ala liberal ou tecnocrática de Marcelo) e do cds/pp, que se "descuidaram" e só surgiram à luz do dia após o 25 de Abril e graças a este. . Note-se que são todos "populares" - acção nacional popular, sucessora da união nacional (e dos Governos de Salvação Nacional), partido popular democrático-psd e . .. cds-partido popular. . Mas com mil diabos, numa altura em que o Presidente da República e o Governo não honram o juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, de 1976, num tempo em que direito à existência e a uma vida condignas bem como as liberdades, a democracia e os direitos dos trabalhadores e das populações em Portugal são negados pelo psd-cds com a ajuda do PS e da UGT, é espantoso que dirigentes do PS como António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Francisco Assis e Santos Silva, entre outros (deputados) e João Proença (dirigente da UGT) saiam a terreiro em defesa da honra de Relvas, Passes de Coelho e companhia e que se demarquem das manifestações que não acatem o princípio salazarento do "respeitinho" ao "venerando Chefe de Estado", ou a "Suas Excelências" o Presidente do Governo ou seus Ministros, às autoridades administrativas e policiais bem como, lá chegaremos, ao "Pater Familias"