Allfabetização
Escrevivendo e Photoandando
No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.
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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.
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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.
VNterça-feira, 31 de janeiro de 2017
as nuvens, com luminoso sol ou gélida chuva
domingo, 29 de janeiro de 2017
Sem andor nem ardor ardente
* Victor Nogueira
Sem andor nem ardor ardente
estão paradas as palavras
não aram nem lavram
mas estiolam
os gestos
tortas as portas
sem janelas singelas
gela-se
as mãos frias e dormentes
as pedras soltas
baralhadas no areal
chove
chuva miudinha
morrinhenta e cinzentona
para lá das nuvens
muito acima delas
brilha o sol
e
o silêncio em
dó ré mi ...
Para lá da vidraça
elegantes e em voo gracioso
planam as gaivotas
chove chuva
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Está de cinza o dia, cinzento
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
brevíssima cantata d'amoramizade
cantata d'amoramizade
* Victor Nogueira
De que cor se vestem as palavras
e que sóis encerram ?
Envoltas num véu
são pedras calcinadas
no leito dum rio seco
São muro ou ponte
o caminho ou carinho
em voo sem culminância
na torre de menagem
Ncas tuas mãos e no olhar
as minhas palavras são
ave inquieta e prisioneira
em busca do sabor a liberdade
Receosas
murmuram
em busca do sol e do mar
as letras no horizonte desfiando-se
Escondem o gesto
como se fossem espelho baço
De que se vestem
as palavras e as emoções
d' amoramizade
em cristalina e luminosa cantata
como poderão esvoaçar e renascer os sons
que em ti vislumbro
e a ti me prendem ?
Setúbal 2017.01.25
sábado, 21 de janeiro de 2017
sobre a democracia
sábado, 14 de janeiro de 2017
Querem palavras belas, singelas
* Victor Nogueira
Querem na pagela
palavra bela
ideia singela
de cravo na lapela
flor com amor rimando
calor e fervor
e o coração
tique taque tique taque ....
relógio de corda
trrriiimmmm trrriiimmmm trrriiimmmm
pela estrada fora
toc toc toc toc
rima que não tenha sonho bisonho
mas alegria e a doçura de aletria
arroz doce que fosse
rosa preciosa
mal-me-quer-bem-me-quer
e bom solário
sem dromedário
(expo Os Homens e Deuses)
* Fernando Pessoa
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
as gaivotas luciferinas in http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2017/01/as-gaivotas-luciferinas.htmlciferinas.html
as gaivotas luciferinas
* Victor Nogueira
(es)correm as palavras
belas e singelas
são telas
que marcam o coração
não brincas com as palavras
em meros jogos de artesã(o)
folhas largadas ao vento
dardos de criança
alinhas as palavras
- letras ou livrança -
e com elas entreteces
entretendo
a (nossa) vida
de ilusão
O Tejo refulge azulado
* Victor Nogueira
Com que rimas a estima
que (não) anima ?
e de que (im)paridades
se veste o amor ?
(ar)dor, fervor,
(an)dor de andarilho ?
Ah! o sarilho ensarilhado
com a meada que se tece
e entre/entris/tece:
(não) aquece e arrefece
no plaino abandonado
quem jazz
fitando os céus perdidos
os sentidos
sem mão no coração ?
Quem tu és e que nome
te
hei-de
dar ?
De que silêncios te vestes
e que palavras nos desvendam ?
Andas e cirandas
e eu sem andas em demandas
e em bolandas
O Tejo refulge azulado
com suave ondulado
e o Tejo não é o rio da minha aldeia;
na minha cidade não vive a sereia
que seja Tágide minha.
Esta a rima que não rema
nem arrima !
EM TEMPO
Bom dia, Victor!
As nuvens estão a dissipar-se hoje em Oeiras. Aproveita o sol!
Foi a recomendação do infaceLock no dia de hoje
foto victor nogueira
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
6 imagens 5 momentos e 1 filme
Por que foi tão pouca gente ao funeral de Soares? pergunta angustiosamente JMT
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
Teresa Rita Lopes - Um dia quando eu morrer
isto é um dia quando eu estiver debaixo da terra
não quero que me vão levar flores
mas que as vão lá buscar
Gostava que por cima da minha cova não pusessem
laje nenhuma
só terra por mim estrumada
e aí plantassem as flores que amei em vida
açucenas rosas Palminhas de Santa Teresa (ditas Frésias)
ervilhas-de-cheiro goivos cravos jasmins
tudo flores com perfume
que é a alma das plantas
Sempre gostei mais de dar do que de receber
por isso ficarei feliz se forem à minha beira
buscar flores
os que me quiserem bem
Que as levem para casa e as ponham numa jarrinha com água
à cabeceira ou em cima da mesa de escrever
ou de comer
onde possam sentir minha presença viva
e trocar comigo olhares e sorrisos
e quem sabe talvez palavras
essas as mais importantes que em vida
nós não soubemos dizer
filipe chinita sobre um comentário de victor nogueira
(que) até parece o choradinho do funeral do sá carneiro
imediatamente antes das eleições
em que o PS e o PCP
apoiavam eanes
e em cuja campanha Mário.o fabuloso.secretário-geral!
pasme-se! se recusou a apoiar e participar.
não apoiando eanes...
numa campanha contra um candidato (fascista)
da chamada ADemocrática
que pretendia
soares
?!
.
ainda o victor
no branco muro
do chinita
fj
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
uma "piquena" linha
*Victor Nogueira
filipe chinita sobre um texto de victor nogueira
* Filipe Chinita / Victor Nogueira
Muita coisa ficou na Constituição de 1976
que dela e posteriormente foram retiradas
em sucessivas Revisões Constitucionais
do PS/PSD/CDS.
Mário Soares formou Governo com o CDS,
partido que votara contra a referida
Constituição de
1976
.
sim
como mui bem lembra o Victor
o homem até conseguiu formar governo
com o único! partido que votara contra
a constituição! que já não tencionava
cumprir!
mais um gesto de patriotismo
e de socialismo...
(já na gaveta)
claro está!
como podemos nós retirar-lhe
tão abundantes
méritos!
democráticos... e socialistas
.
fj
com o victor
em torno dum poema de filipe chinita
e quem andou.ou estava no Alentejo
nos idos de 1974.e anos posteriores
sabia que lá só havia dois
partidos políticos:
o Partido (de 1921)
e o PS (de 1973).
este.o guarda-chuva dos oportunistas
e de quem estava contra a revolução (e a Reforma Agrária)
e na sua alentada entrevista - a Mª João Avillez -
Soares confessa que na altura
só defendia o socialismo
porque doutro modo
não teria
votos.
encerradas as urnas
meteu - para sempre! -
o socialismo na
gaveta!
.
victor
no branco muro
de chinita
fj
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Pelo Sul está sol, mas frio, um frio pastoso
Pelo Sul está sol, mas frio, um frio pastoso, insidioso, ao contrario do norte, onde o frio é gélido e agreste, estando hoje e por lá nublado o céu. O sol aqui bate toda a tarde neste casarão donde das janelas se avista o Tejo refulgente e mais além o rochedo do Bugio com o forte e o farol que marcam o limite da barra. Tudo é silencio e nunca se ouvem aviões neste 9º andar, mais pertinho do céu como rezava a cancão brasileira “Avé Maria no Morro”, aqui sem telhado de zinco nem passarada."Ave Maria no Morro" é uma canção composta por Herivelto Martins e gravada por seu Trio de Ouro em 1942.Barracão de zinco Sem telhado, sem pintura Lá no morro Barracão é bangalô Lá não existe Felicidade de arranha-céu Pois quem mora lá no morro Já vive pertinho do céu Tem alvorada, tem passarada Alvorecer Sinfonia de pardais Anunciando o anoitecer E o morro inteiro no fim do dia Reza uma prece ave Maria E o morro inteiro no fim do dia Reza uma prece ave Maria Ave Maria Ave E quando o morro escurece Elevo a Deus uma prece Ave Maria.
domingo, 8 de janeiro de 2017
bloqueios no inFaceLock
* Victor Nogueira
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