* Victor Nogueira
Nos meus tempos de menino e moço diziam-nos nos bancos da escola que o leão era o rei da selva e o homem o rei da terra, graças à sua superior inteligência e capacidade de actuar sobre a Natureza, em benefício da Humanidade. Mas graças à sua superior e multivalente inteligência, uma parte da Humanidade tornou-se a maior predadora no planeta Terra, eliminando quem não se adequasse à chamada Lei do Mais Forte e do individualismo, egocêntricos, em detrimento da solidariedade e da cooperação.
O homem pode alterar a Natureza ou tentar minimizar as catástrofes naturais, incluindo as que não está ao seu alcance controlar. Hoje parangona-se muito sobre as alterações climáticas, o aquecimento global, a imersão das zonas costeiras devido à liquefação dos gelos polares, às secas e às inundações caudalosas, à energia verde, aos carros electricos. Florescente, o negócio do armamento, com toda o seu estendal de destruição e poluição, mas it's all business, money, money, money.
Mas não se põe em causa a organização socio-económica predadora e destructiva da Humanidade e da Natureza que é o capitalismo, com a sua mola real de acumulação de cada vez mais riqueza apropriada em benefício duma minoria e destruição, desumanização, da maioria. Não se questiona nem se apontam alternativas para o individualismo, o consumismo, o fast discard, o desperdício. Não se apresenta como alternativa a cooperação, a fruição colectiva, mas sim o individualismo e a "posse" ....
Criam-se negócios como os "créditos de carbono", fomentam-se conflitos pelo controle de recursos naturais e energéticos, priveligia-se a "moda", fomenta-se a utiização do transporte individual ao colectivo!
Os animais matam, para defender o seu território ou para se alimentarem. Mas apenas o homo sapiens aprisiona, tortura, escraviza, explora o seu semelhante e a Natureza, predatóriamente quando não se diverte com o sofrimento do seu semelhantte ou dos animais.
Com esta massa e matéria assim apurada ao longo de milénios, é ainda possível salvar e preservar a Humanidade, cada vez mais arredias?
2024 05 19
IMAGEM - "Cadeira da Inquisiço". De uso simples, a cadeira inquisitória se traduziu em um dos mais dolorosos meios de se chegar a um fim. Mediante brutal violência, a vítima era forçada a sentar na cadeira à qual era aprisionada por tiras de couros ou peças de metais que garantiam sua permanência. O torturado era submetido às milhares de pontas metálicas (às vezes de madeiras) que, fixadas por todo arcabouço do aparato, perfuravam seu corpo.
Destinada aos suplícios da carne, a cadeira inquisitória foi largamente empregada pela Inquisição como meio de se obter a confissão dos chamados hereges. No entanto, seu uso não se restringiu ao órgão religioso da Idade Média.
Caso o inquisidor não lograsse êxito (ou mesmo não estivesse de “bom humor”), poderia extrapolar a dosagem de dor ao acender pequena fogueira no compartimento metálico abaixo da cadeira — levando o torturado à dor flamejante e desespero indescritível, ao sentir o cheiro da própria carne queimando ao ser perfurada pelos dentes de aço do engenho. (in https://incrivelhistoria.com.br/cadeira-inquisitoria/)