* Victor Nogueira
2023 04 30 Viva o 1º de Maio - "De pé, oh vítimas da fome!" / Salários / Essa crise não é nossa! / Redução da jornada / Emprego
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A data remonta ao dia 1º de Maio de 1886, nos EUA, quando mais de 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, numa manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada de trabalho para oito horas.
Em consequência, a polícia tentou dispersar a manifestação, ferindo e matando dezenas de operários.
A 5 de maio de 1886 os operários regressaram às ruas e registaram-se novamente feridos, com manifestantes a serem presos. A opinião pública repudiou a ação da polícia e do Governo, assim como das entidades patronais.
Em 1889 o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o 1º de Maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores.
Já em 1890, os trabalhadores americanos viram a jornada de trabalho diária ser reduzida para oito horas. Nos Estados Unidos o Dia do Trabalhador celebra-se na primeira segunda-feira de setembro. (in https://www.calendarr.com/portugal/dia-do-trabalhador/)
2023 04 30 As comemorações do 1º de Maio, como Dia Internacional dos Trabalhadores, foram proibidas em Portugal entre 1926 e 1974, sendo as manifestações duramente reprimidas. Pressionada pelo ascenso das lutas populares, logo a seguir ao 25 de Abril, em 1974, a Junta de Salvação Nacional decretou o 1º de Maio como feriado nacional, comemorado em todo o país por mais ou menos grandiosas manifestações, de que se destacam as ocorridas em Lisboa e no Porto. VER «Um 1º de Maio no tempo do fascismo [1962]»
1º Maio 1962 tarjeta Pão Paz Liberdade
Proibido e reprimido durante o fascismo, ele não deixou de ser comemorado. Contrariando Spínola, o 1º de Maio, declarado feriado nacional, foi comemorado por todo o país com manifestações, a mais grandiosa das quais foi a que desfilou pelas ruas de Lisboa, em alas cerradas.
A tarjeta é uma das muitas que em 1962 apelou a manifestações no 1º de Maio, sob a consigna de Pão, Paz e Liberdade. conjuntamente com a reclamação de eleições livres.
Tais manifestações foram então violentamente reprimidas em Lisboa e no Porto, causando mortos e feridos, pelas cargas da Polícia de Choque e pela GNR, para além de numerosas prisões efectuadas pela PIDE.
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança
2014 04 30 Quem tem dinheiro, acede aos cuidados médicos da "privada". O direito à vida e com qualidade, paga-se. Dizem eles e agem em conformidade pedro e paulo seguro sócrates escavaco.
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2012 04 30 Não há diálogo possível com quem queira amordaçar. A tolerância e os consensos têm limites que alguns não aceitarão - quem aceitará no seu seio quem o queira roubar ou liquidar? Que consenso há entre quem viola direitos e quem os reivindica ?
Dir-se-à que há direitos conflituantes, mas aí outros critérios terão de ser utilizados para saber quais prevalecem.
A burguesia revolucionária francesa de 1789 afirmava que só não há liberdade para os inimigos da liberdade mas a liberdade reivindicada pelos proprietários dos meios de produção/empresários era / é diferente da dos que não tinham / possuem essa propriedade e se não queriam sujeitar à escravatura e à sub-humanidade.
A condição de antigo aluno não pode mascarar que na vida real sempre tivemos divisões, sempre estivemos separados. Para a maioria foi possível estabelecer consensos mínimos de convivência, para outros não.
Ninguém aqui foi impedido de falar, de publicar. Falando e publicando, sujeita-se à crítica e à expressão da discordância,
Foi isso que aprendi com os jesuítas. Foi isso que alguns não aprenderam
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2012 04 30 Encolho os ombros. Todos os nossos actos são políticos, por acção ou por omissão, todos eles têm uma ideologia enquanto conjunto de valores e normas de conduta que dão sentido à nossa existência. O contrário é a paz dos cemitérios deserto da roma imperial. Há quem não suporte o contraditório ou se julgue o detentor da Verdade, única, inquestionável, não restando aos "dissidentes" e "pensantes" senão o silêncio, para que a ordem e a paz reinem nas ruas e entre os donos de paróquias com as ovelhas a balirem para o matadouro. Uma "coisa" é arranjar / encontrar o menor denominador comum no respeito pela livre expressão de cada um; outra é calar, silenciar, amordaçar. Repito, encolho e ombros
2012 04 30 Um 1º de Maio no tempo do fascismo [1962]