Barcelona - Iglesia de Betlem 17.JPG
Virgen de Montserrat, en la iglesia de Belén de Barcelona
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* Victor Nogueira
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Ontem comprei o último Livro de José Saramago, “Caim”, que por isso tem sido atacado em Portugal, transformado numa espécie de ““Os Versículos Satânicos” de Salman Rushdie, pelos mesmos que diabolizaram o Islão e diabolizam o comunismo e agora defendem o «humanismo» e a «humanidade» da «civilização cristã», esquecendo-se da rapacidade e das guerras fomentadas pelos cristãos e pelo capitalismo!
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Falam nos Gulags, mas não falam em Guantánamo nem em Hiroshima ou Nagasaki ou nos campos de concentração nazis e no genocídio dos ameríndios (índios das Américas), dos nativos da Austrália ou de África sub-sahariana, dos sub-humanos eslavos, dos ciganos, dos judeus! Como se Cristo não fosse Judeu, como se onze dos doze apóstolos não fossem Judeus, Como se o Novo Testamento não fosse radicalmente diferente do Velho Testamento. Como se Cristo não fosse o elo ou denominador comum de três grandes religiões monoteístas (Cristianismo, Islamismo, Judaísmo) Como se a Boa Nova que proclamava a igualdade entre os homens e o Sermão da Montanha alguma coisa tivesse a ver com o esclavagismo, com a servidão ou com o capitalismo ou com o sionismo.
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Esquecendo ou escamoteando que o capitalismo triunfou na sequência de revoluções sangrentas e com apoio popular sobre a velha ordem e a Santa Aliança em nome da Igualdade, da Liberdade e da Fraternidade, miseravelmente «esquecidas» pela burguesia «súcial-democrata», «demo-cristã” ou «súcialista».
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Querem bater em Saramago e Marx?. Fartem-se, mas incluam na ementa «clássicos» como Fernão Mendes Pinto, Padre António Vieira, Padre Bartolomeu de las Casas, São Francisco de Assis, Victor Hugo, Balzac, Guerra Junqueiro, Eça de Queirós, Almeida Garret, Alexandre Herculano ou .,… Abraham Lincoln, entre muitos outros!
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Eu, cidadão do mundo me confesso, sem deus(es)/nem deus(as), ainda não me esqueci das aulas de Religião e Moral, da catequese, dos 7 pecados mortais e da parábola de Cristo sobre os cegos que avistam o argueiro no olho do vizinho mas não a trave no seu olhar! Haja dó sem piedade nem caridadezinhas!
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Como é possível que homens e mulheres falem na inferioridade das mulheres no Islão e esqueçam que «praticam» uma religião que as subalterniza, que amaldiçoa Eva e entroniza, deifica e santifica ... a Virgem Maria, seja do Ó, seja de Fátima, seja de Lourdes, seja de Guadalupe, seja da Aparecida, seja da Boa Morte, seja Negra, seja das Angústias, seja das Dores, mas nunca das Alegrias, da Vida, da Fraternidade, da Igualdade ou do Prazer de Viver!
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Façam um auto de fé, uma relação imensa de livros do Index pela Santa Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício, e lancem tudo às Profundas do Inferno com que nos tentaram atemorizar e que a Igreja Católica agora diz com a autoridade de Roma (inverso de Amor), que ... não existe.
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E coroem a Pira ou Fogueira com Galileu Galilei, um dos excomungados. O Inferno somos nós, o inferno fazemo-la na terra, que paulatina, alegre e inconscientemente destruímos, um «paraíso» à volta do umbigo, numa enorme Feira de Vaidades, esquecendo a Capela dos Ossos em Évora (e muitas mais há e visitei em Portugal) em cuja entrada se «reza»: «Nós que cá estamos, pelos vossos esperamos».
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Onde estão os do genial Mozart, que não era digno de comer à mesa dos Senhores, mas remetido para a criadagem, o que outro génio, como Beethoven, mesmo surdo, não permitiu? Onde param os ossos de Colombo? Ou os de Fernão de Magalhães? Porque «libertar» o Iraque, berço da civilização, «esquecendoi» a lapidação de mulheres ... na Arábia Saudita, mesmo as de sangue ... «azul»?
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