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O AMOR É UMA COMPANHIA
É bem, uma companhia, o amor
Por alguém já não querer andar sózinho,
Buscando a claridade e o carinho
P'ra noite e dia terem belo valor.
De Olimpo a vida ganha outro sabor
Desde que se encontre o bom caminho
Do brocado e mui verdejante linho
Vestindo o mar e o céu de calor.
A fera guerra o amor já serena
Fazendo brotar, velha, novas mágoas
Na sempre distante felicidade.
Em doce e renovada cantilena
Por vales e montes partindo fráguas,
Com belo engenho, arte e qualidade.
1989.09.03 (2)
SETUBAL
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O AMOR É BEM QUE SUAVIZA
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A tua presença na minha casa
Enche o ar de color e alegria,
Arte, doce, terna, bela magia;
Assim meu coração ganha outra asa.
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Espantando a tristeza que arrasa
Rio, danço com tua cantoria;
Cozinhamos o pão que não esfria
Brincando, procuramos boa vaza!
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Com tua feição nos vasos pões flor
A tudo dando vida e bom sabor;
Caricio teu corpo, os teus lábios,
Afago teu rosto, aparto as dores;
A rua, plena de sol e louvor,
É verde planura com riso dos sábios.
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Setúbal 1989.09.05 (3)
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MUDAM-SE OS TEMPOS, MANTENHA-SE O AMOR
O amor, espelho de muita leitura
Com mil formas e feições, encantado,
Por muitos, belos matizes pintado,
Ao feio traz bem linda fermosura.
Ah! ele tem sempre nova feitura
Do velho em novo ser transformado;
Em boas ou más trovas é louvado,
Quebrado o enlevo, já não perdura.
Então, noutro campo deve a vontade
Buscar o entendimento e carinho;
O mau tédio afastado, sem pena
Renascendo a nova felicidade,
De ouro e verde corando o caminho,
Com ternura doce e vida serena.
Setúbal, 1989.09.06
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Na terra o amor é uma ideia
Que em qualquer tempo pode nascer
Tornando em magia nosso viver,
Com bela renda tecendo sua teia.
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Dura esta ilusão, com chama bem cheia,
Se razão e sentimento houver
P'ra compreensão não deixar morrer,
Afastando o diabo em alcateia.
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Doutro modo se transforma em maldade
O que alumiou nossa existência;
Homem, mulher, sem bom merecimento,
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Em tristeza presa a felicidade,
O doce hidromel sem a persistência
Do sol no mundo: viver sem tormento.
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Setúbal 1989.09.07
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É bom ter quem afague nossa vida,
Por nós espere e faça companhia,
Ajudando, sem dor ou gritaria,
Ambos na cozinha, com sua lida,
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É bem não andar só, em má corrida,
Ver o cinema e ter cantoria,
Viajando em paz pelo dia-a-dia,
Sem pranto nem a cabeça perdida.
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Mui gostoso é ter uma presença,
Com pele doce, suave, morena,
Sonante, sensual, maliciosa,
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Como a da mui linda, bela Princesa,
Trazendo o sol e a lua, serena,
Com o canto e o riso duma rosa.
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Setúbal 1989.09.10
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