Depois de alguns anos de pastagem
sabes finalmente quais são
os teus companheiros de encerro,
quero dizer, de geração:
são poucos, cada vez menos
mas são mais próximos
aqueles que restam.
Tranquilizem-se, no entanto,
não vos citarei, meus amigos:
receio que nomeados se volatilizem
- como acontece com certas bruxarias -
e tal coisa far-me-ia muita pena.
Sei quem vocês são, vocês também
- isso me basta.
trad. Egito Gonçalves
http://amata.anaroque.com/
2. Lassos - Victor Nogueira
Lassos
como roupa
no chão em rodilha
Rugas
(imperceptíveis)
nos olhos
um leve sorriso:
olá amiga!
um erguer pela gola
um desalento
um sorriso brando
na serenidadde do entardecer
uma enorme interrogação
a luz do candeeiro
o pó dos caminhos
nos lábios
um leve sorriso
(imperceptíveis)
ao canto dos olhos
rugas na alma
um enorme cansaço
Évora 1972.03.04
3. - Sentir - Victor Nogueira
Sentir
............. o veludo
..........................
............. o calor
..........................
............. a fragrância
..........................
.............o encanto.
..........................
Libertar
.............os gestos
.............o silêncio
..............o riso
.............as lágrimas
Dizer
.............amor
.............camarada
..............amiga
..............companheiro
Setúbal 1985-07.15
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