* Victor Nogueira
O PÚBLICO TITULA
O que está em causa é o título da notícia e o seu desenvolvimento. O jornalista definiu as perguntas feitas aos historiadores e naturalmente fez o tratamento jornalístico das respostas. Os critérios do jornalista não são necessariamente os dos historiadores.
A questão central é a corrupção de altos governantes em *Portugal. Desde o Marquês de Pombal ou desde Afonso Henriques ? Porque ela existe desde os primórdios da nacionalidade, quando a coisa pública não se distinguida da causa e propriedade reais. Até Filipe II de Espanha no século XVI dizia: "Portugal é meu porque o herdei, comprei e conquistei".
E não há comparação possível entre Sócrates e o Marquês: no século XVIII havia uma Monarquia Absolutista, sem separação de poderes, que estavam todos na mão do Rei, mesmo que este pretendesse ter uma política iluminista.
O Marquês de Pombal representava os interesses do Rei (concentração do Poder) e da burguesia capitalista emergente contra a grande nobreza agrária e absentistas (abolindo a distinção entre cristãos novos e velhos e tirando poderes a Inquisição), protegendo as manufacturas e as companhias majestáticas, para além de reformar o Ensino (expulsando a Companhia de Jesus e encerrando os seus Colégios e a Universidade de Évora).
As propriedades agrícolas do Marquês em Oeiras eram exploradas "racionalmente" e nessa vila organizou em 1776 a 1º Exposição Agrícola e Industrial do país.
A vitória momentânea da nobreza com a morte de D. José I não provocou a execução do Marquês e apenas adiou o triunfo da burguesia capitalista para 1820, com as Revoluções Liberais e a separação de poderes, a exemplo do que então sucedia por quase toda a Europa
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