* Victor Nogueira
Ao contrário de ontem, hoje não houve nevoeiro. De noite choveu e disso dão conta os regos espelhados de água, para lá das couves galegas, do limoeiro e do muro, . A temperatura continuou amena, o céu entre o cinzento e as manchas de azul-cinza, mas com chuva miudinha, a que chamam chuva-molha-tolos.
Por issso precavi-me, o guarda-chuva pendurado no braço, quando fui atestar o depósito do Fiesta II, aqui a dois passos, no início da chamada recta do Mindelo.
É mais fácil entrar na EN 13 ali na rotunda, mas mesmo assim os "mouros" a sul do Tejo têm mais espírito cívico que os nortenhos da beira-mar, que em nada facilitam o trânsito ou respeitam o Código de Estrada, pois é sempre a aviar e os outros que se lixem! Antes mouro que suevo ou visigodo!
No regresso resolvi "espreitar" o mini-mercado da Ribeirinha, onde já não encontrei a cabine telefónica pública, onde outrora telefonava, nos já recuados tempos em que não havia telemóveis. O espaço está mais luminoso e amplo; aproveitei para comprar dois "pratos" pré-congelados, fora das minhas modestas artes culinárias: papas de serrabulho e arroz de pato.
A primeira vez que comi papas de serrabulho foi em Ponte de Lima, salvo erro com a Fátima e a minha tia Isabel. Ou teria sido com o Zé a a minha tia Teresa? Muitos anos depois de Abril, a empregada, moça nova, não sabia onde ficavam Setúbal e Lisboa! Pelo menos foi o que nos disse!
Seria como aquela velhota surda, na Canha, onde a Celeste deu aulas. Via as telenovelas, inventando os enredos, enquanto, referindo-se aos actores e actrizes, dizia que os não conhecia, que devia ser tudo pessoal de Vendas Novas. Para ela, o Mundo começava em Canha e terminava em ... Vendas Novas, a cerca de 20 km. Para lá desta mundividência, era tudo " terra incognita ".
Sem comentários:
Enviar um comentário