* Victor Nogueira
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De Nova Lisboa a Luanda por terra (2)
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-------Saímos de Nova Lisboa às 8 horas em ponto. A viagem decorreu normalmente e, para mim, não foi muito maçadora, pois tive oportunidade de conhecer novas terras e novas paisagens. Pouco depois de passarmos o Vale do Queve um
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Almoçamos no Hengue. A comida não era nada famosa e o arroz mais parecia uma pasta -. Ainda estive para guardar um bocado para cola.
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Levantámos ferro, se assim se pode dizer, cerca das 13:40. A paisagem é maravilhosa, em nada se parecendo com a que percorremos no dia seguinte. Mas o melhor é irmos por partes.
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A meio da tarde avistámos duas aldeias do Colonato Europeu da Cela, chegando pouco depois à encantadora vila de Santa Comba Dão, onde merendámos. Gostei bastante da vila e tive bastante pena de a [não] ter visitado, bem como os aldeamentos, mas a carreira não anda às ordens dos passageiros e sim estes às ordens daquelas. Paciência. Ainda assim passámos pelas aldeias de Carrasqueira e Sta. Isabel Isto, com os filmes que o sr. Boaventura teve a gentileza de nos mostrar, sempre nos dá uns certos conhecimentos, embora vagos, sobre este Colonato.
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Antes de chegarmos à Quibala passamos por uma povoação de açorianos, o Catofexe Chegámos à Quibala já ao anoitecer, não tendo visitado a vila. No dia seguinte também não tivemos oportunidade ensejo de o fazer, pois às 6:30 já estávamos a caminho.
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Esquecia me de dizer que pernoitámos na Quibala, numa pensão, ou lá o que é, perto da igreja. O que eu reparei na Quibala foi que há quase mais postos de gasolina que casas (exagero!)
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Passámos por um cemitério arruinado, que deve ser do tempo do Salvador Correia [século XVII]. Contudo não o posso afirmar, pois não tive oportunidade (outra vez!) de observar as ruínas de perto.
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Matabichámos no Munenga, onde acabou o pão de ló que trouxemos daí. [Caala] Ainda assim durou bastante (...). Até esta altura parecia que a paisagem se queria associar ao meu estado de espírito, pois o tempo estava muito enevoado. Onde o sol deu um arzinho da sua graça foi no Dondo mas as núvens não devem ter gostado, pois até hoje e mesmo em Luanda tem estado um tempo triste, embora às vezes bastante quente. Almoçámos aqui no Dondo e demos uma volta pela vila.
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Como até aqui e daqui a Luanda, a paisagem é triste e monótona, em nada se comparando com a do Centro. Só imbondeiros, com os seus braços descarnados, e capim, sempre capim. A única nota alegre são as elegantes palmeiras, que por aqui há bastantes, bem como exóticos cactos candelabro. (...) Chegámos a Luanda à tardinha. Estava ansioso por ver o meu pai, mas fiquei desolado com o acolhimento que nos dispensou. Podia ao menos ter afivelado um sorriso e feito um acolhimento mais caloroso. (BGF - 1962.09.25)
De Nova Lisboa a Luanda por terra (3)
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E cá estou de novo em Luanda. Parece que ainda ontem estávamos nós a embarcar no [paquete} Infante D. Henrique. No entanto, já lá vai mais dum mês. (ASV - 1962.09.24)
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