DISCRIMINAÇÃO ECONÓMICA, SOCIAL E RACISMO em Portugal e nas colónias
Se formos a um país cujo idioma não dominemos ou dominemos mal, não dirão que somos burros ou estúpidos. Mas nas colónias a maioria dos negros não dominavam o "português" e eram por não poucos "brancos" considerados "matumbos", isto é, de menoridade intelectual. E porque tinham usos, costumes e mundividências diferentes, eram considerados selvagens, burros ou mentirosos.
1. - Havia discriminação social. A maioria dos negros tinham profissões mal remuneradas. Não podiam mandar os filhos para as escolas industriais e comerciais e ainda menos para os liceus. Aliás a rede escolar secundária estava localizada nas cidades. E a maioria, mesmo brancos, não podiam pagar os estudos universitários no Puto, já que a universidade nas colónias de Angola e Moçambique e apenas nestas, só foram criadas depois do início da guerra colonial, em Luanda e em Lourenço Marques (actual Maputo)
A questão é que tb em portugal os filhos dos operários, dos assalariados rurais e dos camponeses - que constituiam a maioria da população - não tinham possibilidades de mandar os filhos para a escola e muito menos para a universidade. E sobretudo no campo os filhos desde pequenos eram forçados a trabalharem, como fonte de rendinmento familiar.
2. - No livro de leitura, único no Portugal do Minho a Timor, nas gravuras apareciam apenas "brancos" bem vestidos, não pobres nem descalços.Já naquele tempo me fazia espécie haver o "Dia da Raça", comemorado a 10 de Junho, numa sociedade que se "dizia" multirracial !
Naturalmente a Raça era a branca, as outras viviam nas trevas e deviam ser trazidas à luz pela civilização ... cristã, mais precisamente, católica.
Aliás na escola primária vigorava o livro único de leitura e neles só surgiam crianças e adultos brancos. Havia num deles uma gravura que era excepção - 3 crianças lado a lado - o branco, "louro", de calções e laço ao pescoço, o negro, de tanga e tronco nú e o indiano, com o traje "oriental". Dos "amarelos" de Macau ou dos timorenses, nem cheiro
3. - (...) É um facto que nos livros da instrução primária,no Portugal do Minho a Timor, o mundo representado era o dos "brancos" não pobres e de cabelos "claros". E salvo os pescadores da ilha do Cabo, em Luanda, os negros não se vestiam como a única gravura os "representa": de tanga, tronco nu e missangas ao pescoço. Qualquer que fosse a cor da pele, nenhum dos meus amilgos, vizinhos, conhecidos ou colegas se vestia de tanga e missangas ao pescoço. Mas era essa a imagem transmitida para os alunos que não estavam em África.
Aliás, esta imagem veicula também uma discriminação de género: só surgem rapazes.
Quanto às roupas, havia um catedrático nos princípios da universidade em luanda que mesmo no pino do calor andava vestido de fato preto, com chapéu e colete. O problema seria apenas dele mas perorava que os alunos deviam ir para as aulas de casaco e gravata para não profanarem o sacrossanto templo da ciência LOL ( comentários no SanzalAngola)
Maria Orlanda A, Octávio Guedes Coelho e 2 outras pessoas gostam disto.
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